Amigas, romances e Itália

Capítulo 14

Clara POV

Assim que Letícia fecha a porta atrás de si, pego meu celular e ligo para Mari. Eu não acredito que aquele mauricinho de merda vai ganhar do Harry. Que diabos o Harry fez de tão grave pra Letícia ficar tão decidida assim¿

Pela primeira vez em anos estou com medo de ela realmente cumprir a ameaça de esquecer o Harry.

"O que¿!" ela grita. "Mas que merda! Porque o Harry já não enviou essas passagens¿ Ele já comprou e tudo mais".

"Ela nem atende as ligações dele, imagina pegar as passagens".

Ela aceitaria viajar se visse as passagens¿ Do jeito que está tão revoltada com tudo, não.

"Preciso fazer alguma coisa.", Mari pensa alto, provavelmente está roendo as unhas enquanto pensa em algo rápido.

"Mari, na boa, eu acho que talvez seja uma boa ideia deixar isso de lado".

"Não".

"Sim, eu sinto muito, ela está mesmo se divertindo com esse tal Henrique".

"FODA-SE ELE!", ele grita de novo, dessa vez bem irritada. "Eu vou dar um jeito".

A campainha toca e vou até a porta. Provavelmente deva ser a Letícia, porque o interfone não tocou.

"Espera, tem alguém na porta".

Quando abro a porta encontro Natan. Ergo uma sobrancelha para ele e depois para o envelope que ele está segurando.

- Como conseguiu subir¿ -pergunto.

- Encontrei a Letícia lá embaixo, ela liberou pra mim. –Hum, explicado. –E o porteiro me pediu pra te trazer isto, chegou hoje de manhã no prédio.

Ele me estende um envelope e quando giro-o na minha mão, meus olhos praticamente saltão para fora do meu rosto.

- AI MEU DEEEUS! –grito e Natan precisa verificar parar ter certeza que não me cortei ou se alguém morreu, ou qualquer outra coisa, ele está assustado pra caramba e eu não paro de pular e sorrir. – Mari! Ele já pensou em tudo.

"Ficou maluca¿ O que houve¿". Mari diz.

- O Harry, ele acabou de enviar algo pra Letícia, acho que é a passagem. Não acredito que aquele porteiro confundiu eu e ela, agora vou ter que esperar ela chegar da faculdade pra ver isso.

Sento no sofá e Natan pega um pão e coloca requeijão. A intimidade é tão grande que ele nem me pede nada, nem mesmo lava as mãos para pegar na comida limpa. Então, já que a intimidade é suficiente para isto, ele não se importará em lavar a louça.