Capítulo 10

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Letícia POV

Visto meu pijama velho e pego o notebook. Eu deveria abrir o navegador e fazer o meu trabalho da faculdade, mas meus dedos fazem o caminho para a pasta de fotos com o nome "Harry".

Eu sei, eu sei, eu seeeei que não deveria ter isso aqui ainda. Não faz sentido nenhum ter uma pasta só de fotos nossas, mas eu nunca vou conseguir explicar o quanto eu sei que isso é tolice na mesma proporção de como é necessário para mim ver nossas fotos. Acredite, eu canso de mim mesma.

Talvez seja porque o tempo fica congelado. Nós olhamos para ela e lembramos dos momentos que tivemos e aquele momento fica registrado para sempre. Escutei uma vez uma música que falava sobre isto, "Nossos olhos nunca fecham, nossos corações nunca estão quebrados e o tempo está congelado para sempre" era o que dizia a música, ou algo do tipo, e faz todo o sentido para mim.

Abro no modo de tela cheia a foto que tirei do Harry lá no quarto dele. Riu um pouco quando lembro da reação dele quando percebeu o flash. Ele estava saindo do banheiro, apenas com a toalha no quadril quando eu tirei a foto. Tem também esta aqui dele tocando violão no natal em Holmes Chapel, e esta quando fomos na London Eye...

- Letícia¿ –Clara diz abrindo a porta do meu quarto e eu fecho a tela do notebook instantaneamente. –Eu preciso que você vá comprar pão enquanto eu faço a janta.

- Eu não vou comprar pão, Clara, a padaria é um pouco longe daqui.

- Vá de carro, temos um na garagem. –ela responde e eu reviro os olhos. –Por favor, precisamos de pão também para o café da manhã.

- Ok Ok. –calço meus chinelos, troco de roupa e pego a chave do carro pendurada na porta. Vai ser bom sair um pouco de casa depois de mais uma sessão de recaídas que tornaram-se mais constantes do que o normal.

Quando a porta do elevador abre, encontro meu vizinho, Henrique, com roupa de corrida. Tem a testa brilhando de suor, e sua camisa está suada logo na região do peito. Perco-me em admirar e percebo que ele segura a coleira do seu cachorro. Quando identifico ser um Labrador Gold, solto um "gritinho".

- Como é lindo... –eu digo para o cãozinho, ele está tão ofegante e parece gostar do meu carinho. –Me desculpe, eu não dei boa noite. –estendo minha mão.

- Tudo bem, -ele corresponde meu cumprimento e sorri, o famoso sorriso caloroso combinado com os olhos castanhos. –Eu não sabia que você gostava de cachorros.

- Eu adoro, nunca tive um e agora que tenho meu apartamento com a minha irmã, não temos coragem de deixar um lá trancado o dia inteiro, então... –eu paro por um instante e olho para o Henrique. –Estou dando informações demais¿

- Não, não. –ele rir. –Pode continuar.

- Qual o nome dele¿

- Flecha.

- Mesmo¿-riu e eu olho para o cachorro, a forma com ele olha me faz pensar ele sabe que estamos falando dele.

- Você não sabe o quanto ele corre pra receber esse nome.

- Talvez um dia se eu correr no mesmo horário que vocês eu possa descobrir.

- Oh, eu não sabia que você corria.

- Ah eu não, só foi uma hipótese. –passo a mão no meu cabelo. Ele não acha que estou me oferecendo correr junto com ele, certo¿

Olho de novo para o corpo dele... Até que não seria chato.

- Aceita correr comigo e o Flecha algum dia¿ -ele sorrir.

Quanto tempo faz desde que não recebo um convite para um "encontro"¿ Eu tenho rejeitado vários por causa do Harry, desta vez vou fazer diferente.

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