Clara POV
- Isso está ficando meio ridículo, você sabe disso, né¿ -estou rindo para não me entressar. Fazem quase 20 minutos que tento entrar no meu carro e o Natan não quer me entregar a chave do carro.
- Eu não quero você com esse cara.
- Me dá a chave do carro, Natan.
- Não.
Eu bufo e começo a bater o pé.
- Você não decide a minha vida, certo¿ Então para com esse teatro ridículo.
- Não é teatro! Eu estou falando muito sério com você.
- Tudo isso porque vou no estúdio dele pegar as minhas fotos que ele tirou na praia¿
- Eu sei que ele vai insistir em fazer uma sessão de fotos com você.
- E¿ Está com medo que eu roube o seu posto de modelo¿ -cruzo os braços e aproximo-me dele.
- Não, mas eu sei o que ele vai propor à você¿
- Book rosa¿ -sorriu, mas paro no mesmo instante pelo olhar dele que dissolve qualquer humor.
- Ele vai querer algo mais nas fotos, Clara.
- Você conseguiu bater o recorde de ciúmes. –aproveito-me da distração dele e puxo a chave.
- Caralho. Para de ser teimosa.
Ignoro-o e entro no carro. Os vidros fechados fazem a batida dele na minha janela ficar abafada. "Clara!" escuto ele dizer e aumento o volume do som. Parece uma daquelas cenas de filmes dramáticos em que a moça vê o rapaz no retrovisor ficando cada vez menor enquanto ela acelera na rua deserta. Óbvio que eu fico rindo da dramatização cinematográfica que montei na minha cabeça.
Confiro o endereço que anotei da internet e estaciono em frente à um escritório. Não tenho certeza se é mesmo aqui porque não tem escrito em lugar nenhum "Estúdio de Fotografia", mas quando é o próprio Lucas que abre a porta, fico sem dúvidas.
- Não esperava te ver por aqui. –ele diz e estende a mão para mim.
- Pensei que não seria uma boa ideia perder aquelas fotos.
- Não seria mesmo. Pode subir. –ele indica para a escada de vidro.
Cumprimento a secretária e subo para o primeiro andar, e quando chego na sala dele, encanto-me na mesma hora.
Nunca tinha estado em um estúdio de fotografia de verdade, então para mim é lindo todos aqueles equipamentos altos e redondos direcionados para um fundo de pano branco. Tenho vontade de perguntar para que ser cada equipamento desses.
Ele senta na cadeira e começa a mexer no seu computador. Atrás dele tem um mural com muitas fotos. Modelos tão lindas e todos tão legais, daquelas que parecem ser para propaganda de maquiagem ou de roupa, sabe¿ É mesmo de encantar.
- Essas foram você que fotografou¿ -aponto para o mural.
- Sim, todas.
- Uau, você é bom. –volto a olhar para as fotos.
Claro, da mesma forma que elas são lindas e talentosas, não duvido do talento do Lucas em saber a luz necessária e o ângulo certo. Se ele conseguiu deixar alguém com eu linda em algums simples fotos, imagina só essas aqui.
- Vai querer fotografar de novo¿
- Não.
- Disse isso da outra vez.
- Agora é sério. –sorrimos. –Vim só pegar as fotos.
- Aqui. –ele tira o pen-drive e me entrega. –Editei algumas, mas não sei se irá gostar.
- Tenho certeza que estão ótimas.
A minha risada ecoa em todo o estúdio e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas. EU ri muito alto ou pareceu alto por eu ter rido sozinha. E o Lucas ficar assim encostado na cadeira, de braços cruzados e olhando para mim, me deixa nervosa.
- Aceita sair comigo¿
- Oi¿ -pergunto.
- Eu e você, em um encontro.
- Ah. –por que a voz do Natan apareceu na minha cabeça agora¿ Ele sabia que o fotógrafo estava a fim de mim. –Claro, eu aceito.
- Hoje então¿
- Não posso, tenho um jantar com meus pais.
- Posso te buscar depois.
- Não sei a hora que termina.
- Qual jantar em família termina depois das 00h¿ -ele ri.
A minha, querido.
- Não te dou certeza, eu queria uma noite com meus pais.
- Tenho certeza que vai mudar de ideia. Posso ter seu número¿ -ele tira o celular do bolso e me entrega.
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Amigas, romances e Itália
FanfictionA continuação de "Amigas, romances e Paris" agora com mais surpresas e momentos que parecem sonhos.