Piratas. Uma grande admiração que guardo. Compartilho de suas frustrações incansáveis, pela busca do tesouro perdido. Considero os piratas, uma parte refletida de minha existência.
Conforme as descobertas que me eram reveladas sobre as demais vidas passadas, meus contextos de imaginações ao luar da noite se tornavam gradativamente mais ricos.
Todos os dias, pontualmente às 20h00, eu mergulhava em um mundo além da realidade. Após o término das aulas, eu continuava a explorar uma imaginação sem limites, indo além do que a mente poderia alcançar. Sentia-me como se estivesse a bordo de um imenso navio pirata, cercada por estrelas, balões e maravilhas arquitetônicas que compunham o meu próprio paraíso adolescente. Eu comparava as vozes suaves e plenas que ouvia aos anjos, dando vida a esse cenário fantástico.
A maior parte do tempo dedicado às minhas viagens da alma era destinada à projeção de tudo o que eu desejasse, inclusive uma trilha sonora para acompanhar meu percurso. Eu sonhava acordada, permitindo que clássicos como The Doors, Eurythmics e Kenny Loggins, dos anos 80, interagissem na minha jornada. O mundo parecia pequeno diante das minhas façanhas, e muitas vezes eu usava a música e personagens como uma forma de mascarar a dureza da vida.
Esses personagens refletiam fragmentos do meu passado, transparecendo em cada gesto, modo de falar, andar e interagir com as pessoas. Era difícil controlar essa influência. Tudo ainda muito recente, com marcas profundas na memória, que até mesmo se manifestavam como dores físicas. Porém, a marca que mais me causava dor era a perda do verdadeiro amor, uma frustração genuína.
Algumas tardes, especificamente no inverno eu sentia uma enorme perda e uma terrível saudade de alguém.
Esse alguém se tornou uma busca quase que obsessiva. Como por exemplo, busquei no sexo oposto à tentativa de preencher vazio.
Estação por estação meu coração se ocupava com um novo amor. Dei meu primeiro beijo aos quinze anos sobre a luz encantadora do luar. Um garoto um pouco mais velho do que eu e sem dúvida mais desgostoso com a situação. Uma alma presa em um corpo masculino. Nós dois estávamos em uma situação desconfortável e qualquer interrupção daquele momento era bem-vinda.
Quando o beijei pensei em uma bela moça que vinha me visitar de vez enquanto em meus sonhos.
Maravilhosamente bela, uma mistura magnífica com perfeição. Se tivesse uma palavra ou até mesmo um nome que a descreveria eu diria que seria a minha "Monalisa."
Quando sua visão me era permitida, ora ela seria uma enfermeira, ora uma camponesa do campo, simples por natureza, uma exuberante mulher misteriosa, e raramente a encontrava como uma cortesã.
O que pude notar com o tempo foi que essa moça sempre sorria com a minha presença. E um breve nome soprava aos meus ouvidos, "Alejandro". Não sei ao certo o que isso significava, entretanto, suas características faziam o meu corpo vibrar.
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AS 33 VIAGENS D'ELLA ( DIAMANTE BRUTO) LIVRO 1/LGBT
Paranormal"Nas sombras do desconhecido, entre o limiar da vida e da morte, encontra-se Ella de Orleans, uma alma marcada pelo destino. Dotada de poderes além da compreensão humana, ela é capaz de viajar entre dimensões, desvendar mistérios ancestrais e dialog...