Capítulo 8 ( Você acredita que o Diabo já foi bom?)

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— Agora faça o seu pedido, minha querida irmã! Eu me referi a Louise com um suave beijo em seu rosto infantil.

Minha amada irmãzinha soprou as velas em celebração ao seu aniversário. Louise estava completando sete anos, uma idade de importantes aprendizados e o que chamamos de "idade do juízo".

Ela já sabia ler e escrever, seu desenvolvimento havia sido muito precoce. Ela se vestia sozinha, escolhia suas próprias roupas, observava atentamente tudo ao seu redor e tirava suas próprias conclusões.

Realizamos uma festinha para um número reduzido de convidados, convidando apenas a família e alguns amiguinhos do bairro, por questões financeiras e afinidades. Nossa situação já estava equilibrada, mas papai acreditava no ditado "é melhor prevenir do que remediar". Por isso, eu e Carl, com nossos empregos fixos, colaboramos para tornar a festa possível. Balões, petiscos, risadas cheias de alegria contagiaram a família, nos reunindo na varanda e relembrando algumas travessuras do tempo em que eu ainda era criança. Mesmo sendo uma jovem mulher, com responsabilidades que já se refletiam em meu rosto. Trabalho, faculdade, carreira, entre outros. Eles comparavam meu comportamento de ontem, de hoje e de amanhã. Era frustrante para eles perceberem que sua sobrinha, neta e filha sempre foi diferente de tudo que conheciam.

 Era frustrante para eles perceberem que sua sobrinha, neta e filha sempre foi diferente de tudo que conheciam

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No entanto, havia esperança na família. Mesmo que em pequena medida, eles se orgulhavam e sopravam as velinhas de Louise, imaginando que talvez um dia ela se tornasse alguém na vida, talvez ela fosse considerada "normal". Havia muita expectativa em relação às mulheres da nossa árvore genealógica. Sentia que não se esperava muito dos homens, mas havia uma grande necessidade de provar que éramos superiores em todos os aspectos, e isso me tirava a paciência.

Minha relação com meus irmãos era e ainda é única, e sempre serviu de exemplo para os outros. Fomos criados acreditando que os laços familiares devem sempre falar mais alto. Para nós, não existiam essas bobagens de rompimentos por motivos banais, como vejo acontecer em alguns lugares. Irmãos que deixam de se falar por anos, assuntos que são intocáveis, ciúmes mesquinhos, comportamentos arrogantes e muitas outras coisas que, um dia, os seres humanos aprenderão.

É evidente que tudo isso parte do princípio de como somos criados por nossos pais. A forma como fomos orientados a agir e nos tornar seres evoluídos é de extrema importância. Mamãe e papai, mesmo usando a desculpa de que os fins justificam os meios, não pouparam esforços para nos guiar em direção à moralidade. Lembro-me de quando eu e Carl, por motivos bobos, brigávamos e cortávamos relações, eles nos obrigavam, como forma de aprendizado, a ficar abraçados por horas a fio. No entanto, isso se transformava em uma verdadeira brincadeira entre irmãos e acabávamos caindo na risada. Com esse aprendizado, transmitimos para nossos irmãos mais novos, e sem dúvida eles passarão para seus filhos e para as próximas gerações, sempre lembrando que o amor deve prevalecer.

Louise, como a caçula, despertava a atenção de toda a família. Era cercada de muito amor, sendo chamada de "nosso bebê". Ela sempre estava aprontando alguma travessura nova. Em seu aniversário, irradiava sorrisos e muita graciosidade. No entanto, Louise já havia nascido como uma verdadeira líder nata. Com uma personalidade forte, ela não nos poupava para atender aos seus caprichos. Tanto eu quanto Carl e, consequentemente, o pequeno Noah, fazíamos de tudo para deixá-la cada vez mais feliz. Além disso, eu sabia que esse temperamento peculiar dela vinha de outras vidas passadas, exatamente como a irmã de Giovanna. Tendo conhecimento de quase tudo o que ocorreu naquela época, sentia que tinha uma dívida com essa alma e faria tudo ao meu alcance para saldá-la e tornar sua jornada nesta família mais suave.

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