Capítulo 10 ( Escrevendo o futuro)

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        Um dos presentes mais preciosos que nos é concedido, e que devemos aceitar como o melhor do mundo, é o livre arbítrio. O poder e a liberdade de escolha, de ir e vir. Podemos sonhar, planejar e desfrutar do benefício da dúvida, e isso é verdadeiramente gratificante. Deus, em Sua infinita bondade e sabedoria, nos agraciou com esse magnífico presente. No entanto, a maioria das pessoas é ingrata. Costumamos culpar a Deus, vendo-O como o grande vilão, pois, com todo o Seu poder, acreditamos que Ele poderia simplesmente estalar os dedos e acabar com toda a confusão humana. Mas vamos considerar outro ponto de vista: é como ser pai e filho ao mesmo tempo. Ele nos concede a liberdade de escolha e a jornada de caminhar com nossas próprias pernas, ensinando-nos os valores morais. Ele diz "não" quando necessário e, por meio dessa educação, nos tornamos seres pensantes e revolucionários. Criamos coisas grandiosas e fazemos descobertas maravilhosas, que podem ser usadas tanto para o bem quanto para o mal. O ser humano carrega uma imensa responsabilidade, pois somos responsáveis por nossas escolhas, independentemente de serem boas ou más. Partindo do princípio lógico, se uma escolha não nos prejudica, não causa malefícios ao próximo e nos faz evoluir como seres humanos, não é preciso ser muito inteligente para saber qual escolha fazer.

Após passar por uma série de eventos marcantes em minha infância, adolescência e agora, na fase adulta, tornei-me mais determinada em relação às coisas. Tornei-me firme em minhas decisões e persisti em buscar meus sonhos. Abandonei o estágio de enfermagem faltando apenas cinco meses para a conclusão. Com vinte e três anos, eu estava prestes a encerrar minha adolescência, faltando muito pouco. Dois anos para a metade da linha, entre a mocidade e a maturidade.

Havia muito medo de que os vinte e cinco chegassem, porque eu sabia que para os trinta, era uma piscada de olhos. Significava também, que, após a grande maturidade já não teria muito tempo para grandes conquistas e realizações. Não tinha namorado e nem uma paquera, apenas trabalhava muito. Domingo a domingo, praticamente não tinha folga. Ajudando também em casa com as contas, como sempre. Conversava muito com mamãe, discutimos relações entre mãe e filha, dava alguns conselhos sobre meu ponto de vista. Era boa irmã, boa filha, boa neta, enfim meus pais não tinham muito do que se queixar. Eu acreditava que fazia meu papel bem.

As coisas correram relativamente bem para a família. Mas falando dos meus sentimentos, o que eu mais ansiava era me desprender de alguns temores. Desejava encontrar meu verdadeiro amor. Negava-me a ficar com uma pessoa na qual a sociedade aceitasse. Para resumir, no que a minha família aceitasse. Tudo era entediante, o trabalho já tinha virado rotina. Fazia o serviço de repositora, em uma loja de armarinhos. Dias sim e dias não, me trancafiar no depósito e ficar cochilando, sonhando com uma vida melhor. Havia dias também que eu ficava trocando uma ideia com o espírito de um homem que anos antes, da inauguração da loja, teve sua vida violentada por um incêndio no antigo local. Até que ele era sábio, dava alguns conselhos razoáveis, porém estava muito confuso ainda com sua partida do mundo material. Chamava-se Juan Del Castilho.

Sua origem latina remetia-me sensações de grandes euforias. Tive um passado distante que havia sido um matador de aluguel entre as fronteiras do México. Familiarizando-nos assim que nos conhecemos. Ruan me contou o que o fazia sentir saudades, e de seus arrependimentos. Alguns deles, era a falta de amor. Ele não teve escolha, de acordo com o que me disse. Não tinha tempo para nada, só queria adquirir fortuna e comprar tudo o que o dinheiro poderia oferecer. E principalmente o amor. Entre os intervalos e outros, ficávamos ali interagindo e conversando sobre quase tudo. Sua face pálida e triste causava-me comoções, ficava realmente sensibilizada.

 Sua face pálida e triste causava-me comoções, ficava realmente sensibilizada

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