Marcos Marquenze.
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— O que aconteceu com seu cabelo, Marcos? — Fui recebido com um olhar de julgamento de Rafael.Limpei a garganta ao entrar no escritório do meu primo. Rafael tinha o rosto fechado enquanto dividia sua atenção no seu iPad e em mim.
— Peguei no sono tarde ontem a noite. Acordei sem tempo para me arrumar.— Lhe entreguei a pasta com os relatórios recolhidos da advocacia.
— O que andou fazendo?
— Hm, você não vai querer saber. — pisquei para ele que Negou com a cabeça. — Todos os papéis que você solicitou estão dentro dessa pasta. Quando você parte para sua viagem?
— Logo. — foi tudo o que ele disse antes de perguntar. — já conheceu a senhorita Hildago?
Arrastei a cadeira para me sentar, mesmo que ele tenha me encarado com aqueles olhos de "eu mandei?" Dei de ombros.
— Esbarrei com ela duas vezes por aí. Por quê?
Ele desviou os olhos.
— Só queria saber sua opinião sobre ela.
Bufei um riso.
— Como se ela fosse mudar alguma coisa em sua decisão. — Murmurei, mas ele continuou me olhando esperando uma resposta. — Eu não sei dizer, ela não parece ter o perfil da empresa. Eu certamente não a contrataria, mas você não sou eu então...
— Entendo. — Ele deslizou sua cadeira um pouco. — Mas Ana achou ela uma boa garota.
Dei de ombros mais uma vez, nada que vinhesse daquela ruiva me interessava apesar de eu ter gostado de ter visto irritação em seus olhos. Era um dom nato, irritar as pessoas era o que eu mais gostava de fazer quando tinha tempo e ela era com certeza o tipo de pavio curto.
Falando em tempo, eu quase não o tenho. Estou sempre resolvendo as coisas da empresa, na última semana mal tive tempo para saídas ou fodas boas. Já Rafael, vai a Bali para um negócios bem suspeitos.
— Por que está me encarando assim?— Ele perguntou.
— Me responda uma coisa, quando eu disse para você ir atrás do que realmente quer... Você resolveu seguir?
Suas bochechas ganharam um tom de vermelho que ele logo disfarçou.
— Sim.
— Em Bali?
Ele apertou os lábios.
— Sim.
— Acho que entendi. — Me levantei. — Boa sorte primo.
Ele assentiu.
— Obrigado, acho que vou precisar. — Ele afrouxou a gravata meio nervoso.
Rafael não tinha admitido ainda em alto e bom seus sentimentos por Ana sua secretária, acho que todos nessa empresa percebeu menos eles. Meu primo é uma pessoa um pouco difícil, com sentimentos difíceis também. Quando Rafael era pequeno ele sofreu alguns traumas por causa de Ebrom, o ex-marido da minha tia Isis que agora vive internado em uma clínica de reabilitação.
Ebrom fundou essa empresa, e anos depois afundou ela também. Foi quando Rafael decidiu tomar como herança a M.O. e erguer de novo, e hoje graças a ele a empresa está muito bem e sinto orgulho em dizer que estive ali pra tudo e que vi cada passo.
Mas agora Rafael parecia determinado em conquistar Ana, mas infelizmente só percebeu agora que ela vai embora da empresa. Parece que é aquela coisa que dizem, só damos valor quando se perde, só notamos quando vai embora. É por isso que gosto de aproveitar as oportunidades que a vida me dá, gosto de viver sem arrependimentos.
— Relaxe primo, Aninha gosta de você. — Murmurei antes de fechar a porta e dar de cara com a nova secretária.
De novo.
Eu estava começando a achar que era algum tipo de método dela para chamar minha atenção, esse comportamento seria plausível. Não seria a primeira dessa empresa a tentar fazer isso. Observei bem seu rosto, ela era bonitinha. Seus lábios eram finos e suas sobrancelhas bem destacadas, seu nariz era pomposo e seus olhos... Eles tinham algo que parecia fogo, não fogo quente mas puro gelo, frios. Eram azuis como gelos, e parecia arder sobre a pele. E os cabelos... Esses eram como uma grande cascata de folhas secas.
— Vai ficar aí parado ou vai me dar licença para passar? — Ela falou. E todo beleza que parecia ter surgido enquanto ela mantia a boca fechada sumiu.
Apertei meus dentes.
— Claro, Gerusa. — experimentei seu nome em minha boca e umideci os lábios coma sensação.
A secretária Hildago me olhou pelo canto dos olhos, como se eu tivesse cometido um crime por falar seu nome de batismo mas abriu a porta quando me afastei e murmurou.
— Obrigada. — Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ela fechou a porta em minha cara.
Pisquei algumas vezes. Acho que aquilo foi a retribuição pelo outro dia quando me neguei com uma desculpa esfarrapada de apertar sua mão. Soltei um riso negando com a cabeça antes de voltar a minha sala, essa mulher sabe o que faz.
E isso me irrita profundamente.
[...]
— Alô? — Atendi o telefone assim que ele tocou.
— Marcos, acabei de deixar o diretor Marquenze no aeroporto. Eu achei que você também fosse.
Pisquei algumas vezes acertando o dardo na parede.
— E porque eu iria?
— Porque ele pareceu precisar de você.
Revirei os olhos.
— Meu primo sabe como disfazer um nó em um vestido.
Pedro bufou do outro lado da linha.
— Não seja idiota, eu não estou falando disso é só que. Ele parecia um adolescente tímido e nervoso, todo adolescente tímido e nervoso precisa de um amigo sem vergonha.
Não sei se me sentia ofendido com sua comparação.
— Não é uma viagem de negócios de verdade, meu primo só inventou aquilo para ter os últimos dias da secretária Quinn na cidade com ele.
Eu não vi mas quase pude ver o sorriso do gerente por trás da chamada.
— Isso explica muita coisa. — Sua voz tinha riso. — Bem, a decisão é sua. Só queria avisar que o vôo pode sair daqui a meia hora.
Pensei um pouco. Rafael não tinha muito habilidade com mulheres, se ele queria uma ele puxava no canto beijava e via sua reação caso fosse positiva ela já teria um destino. Mas Ana não era qualquer mulher, e ele estava nervoso justamente porque sabia disso.
— Segure as coisas para mim durante esse tempo. — Avisei. — Qualquer problema me ligue.
— Tudo bem, corra antes que perca o embarque.
Me despedi e desliguei a chamada, e rapidamente fiz uma mala. Era um sacrifício, mas eu já podia sentir a areia do mar em meus pés, os drinks entre meus dedos e claro o Rafael finalmente confessando seus sentimentos por sua secretária.
Continue...
Spoiler com emoji parte 04:
😭💇🏽♀️🎂🎁
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Secretária Hildago [PAUSADA]
RomanceGreta Hildago iniciou recentemente seu trabalho na empresa M.O que tem como donos a família Marquenze, mas ela não contava que precisaria se casar para garantir um acordo crucial com o vice-diretor que beneficiária ambos os lados, Logo eles entram e...