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Meu pai me ligou, e disse que queria me encontrar. Nessa exato momento estou sentada na mesa de um restaurante enquanto me controlo para não pedir outra taça de vinho.

— Então, porque me chamou aqui?

O homem mais velho e bonito esboçou um sorriso.

— Porque Você é minha filha, não podemos jantar juntos às vezes?

Me encostei na cadeira achando graça, eu o conhecia o suficiente para saber que não era apenas isso.

— Maurício, estou cheia de coisas para resolver. Parece que meu treinamento como secretária da M.O. já começa diretamente em uma viagem importante de negócios. — Suspirei lembrando da notícia de mais cedo dado por Ana.

— Marquenze Organização? — Ele bebeu de sua água. Fico feliz por ele não ter tocado em sua bebida.

Assenti.

— É uma boa empresa.

— É uma das melhores na cidade.

— Sim, mas você ainda não me disse oque quer que queira me dizer. Tenho certeza de que não me chamou aqui para saber dos meninos ou da minha mãe. — Levei um garfo do jantar até os lábios. — O que houve pai?

Ele soltou um suspiro e se encostou na cadeira, seus cabelos embora escuros um pouco grisalhos nos cantos.

— Estevan me procurou, queria saber de você.

Paralisei por alguns instantes.

— E o que você disse?

— Nada. — Ele pingarreou. — Ainda.

Apertei os olhos.

— A decisão de mudança foi minha, por que está sendo tão difícil pra vocês respeitarem? Caramba pai!

— Greta querida, você não pode se afastar de todos assim só porque não quer dar explicação do que te aconteceu.

— Eu posso sim, é uma decisão minha. Se me afastei foi para o meu bem.

— Você se mudou praticamente para o outro lado da cidade, saiu do emprego e não nos disse sequer sua localização.

— A mamãe e os meus irmãos sabem.

— Vocês iam se casar daqui a dois meses.

Apertei os olhos puxando o ar.

— Eu sei.

— Compraram um apartamento lindo juntos.

Rangi os dentes lembrando das emoções sentidas ao conquistar aquilo.

— Eu sei. — Temi suas próximas palavras quando seus olhos se suavezaram como um lamento.

— Vocês tiveram um filho juntos, Gerusa.

Tudo bem, era demais. Era por causa de assuntos assim que me mudei, eu não queria lembrar, não queria ter que falar daquilo. Minhas mãos se fecharam em um punho, e as minhas unhas afiadas cravaram em minha pele um lembrete de dor.

Não chore, não chore, você está proibida de chorar.

Não precisa me lembrar, eu sei disso também. E o Estavan, e mesmo assim ele foi capaz de me trair com a minha melhor amiga e dizer que eu era a culpada por aquilo. — Seu rosto se tornou pálido. — Vou pedir apenas uma vez pai, se quiser manter laços com seu tão sonhado ex genro e perfeito, vá em frente. Mas não me peça para fazer o mesmo.

Secretária Hildago [PAUSADA] Onde histórias criam vida. Descubra agora