Secretária Hildago [PAUSADA]

.12.

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O homem em minha frente ouvia atentamente cada palavra em minha boca enquanto meus olhos vagavam por sua sala luxuosa.

— Você está me dizendo que Esterco entrou em sua casa sem permissão, te agrediu verbalmente e a encurralou contra uma porta?

Na verdade, Estevan me empurrou. Mas esse detalhe eu escondi.
Eu contei quase tudo e no final ele se levantou do sofá, tomou as chaves em minhas mãos e disse.

— Vamos Agora mesmo! — Ele estendeu uma mão.

O olhei confusa.

— Nos casar?

Um sorriso brotou em seus lábios.

— Não, Gerusa. — o som zombeiro da sua risada fez meu estômago embrulhar.— eu não sabia que estava tão ansiosa assim para me ter como seu marido.

Um calafrio percorreu meus ossos só de imaginar aquilo.

— Pare de graça Marcos! Para onde vai me levar?

Seus lábios suavizaram.

— Para a delegacia.

— Quê?! — Me engasguei ao me levantar tão rápido que o efeito do remédio quase me fez tombar para trás de novo.

Ele sustentou meus olhos.

— Invasão de propriedade, agressão verbal e física. Somando tudo dar direito a multa e mais ou menos cinco anos de prisão.

Meus lábios secaram. Como ele...

— Agressão física?

Marcos deu um passo.

— Não achou que eu acreditaria que ele te prensou contra a porta com delicadeza pensou?

Soltei um suspiro.

— Não é necessário...

Ele desdenhou de me segurando meu pulso.

— Vai esperar que o empurrão na porta se torne um na escada?

Eu parei de acompanhá-lo totalmente chocada.

— Você acabou de fazer uma referência a um livro ou eu estou enganada?

As bochechas dele ficaram vermelhas.

— É assim que acaba. — Ele limpou a garganta. — Li no ano passado. E você?

Meus lábios tremeram em um riso contido. Marcos era um leitor árduo?

— A uns dois meses, eu acho.

Ele assentiu.

— Então você já sabe que a vida tende a imitar a arte, e antes que isso aconteça você vai à delegacia.

Cedi ao seu agarre.

— Como sabe de tudo aquilo? — Ele ergueu uma sobrancelha em dúvida do que exatamente eu estava falando. — Sabe, em relação as multas e a pena. Eu precisaria pesquisar para saber.

Ele destravou a porta do quarto entrou e voltou com uma camisa no corpo. Não vou negar que a visão dele sem me perseguiu por minutos mais tarde do que eu gostaria.

— Fiz direito a um tempo atrás.

Pisquei surpresa.

— Eu não sabia disso. 

Marcos deu de ombros.

— Não sou advogado, não oficial da nossa empresa. Não tenho muito tempo para atuar na área atuando como vice-diretor na M.O. — Seu sorriso se tornou felino. — Mas abro excessões nesse caso.