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Eu estava estressado pra caramba. Normalmente eu tenho paciência, e sei muito bem lidar com críticas, mas esses chineses estavam forçando a barra.

— Onde está o Diretor? — Ele reclamou com um sotaque inconfundível.

— Senhor Kou, como eu havia dito antes. O diretor Marquenze teve um imprevisto, não pode vir. Mas me encarregou de fazer este trabalho.

— Eu prefiro falar com ele, não com uma segunda voz.

Soltei um leve suspiro.

— O diretor Marquenze sabe o que faz, e se ele me mandou aqui é porque sabe que sou capaz de lidar com a situação. Agora podemos falar do que realmente interessa?

Seus olhos escuros ficaram levemente irritados.

— Já disse, só tratarei desse assunto com o diretor Marquenze presente, não com seu vice. Gosto de tratar assuntos da empresa com quem realmente tem poder.

Pedro que estava chocado demais com a fala limpou a garganta e se levantou.

— Pra mim já chega, Você não vem? — Ele cochichou. — Ou vai ficar aqui escutando esse homem insuportável pelo resto da noite?

Me levantei.

— Sente-se Pedro, Rafael nos deu uma ordem. Levar os papéis assinados por esses homens, e assim será feito.

Burt me fitou com uma irritação que eu via poucas vezes em seu rosto, ele consertou sua gravata e abriu um leve sorriso para os dois homens que nos encaravam sem entender quase nada e se sentou novamente.

Eu fiz o mesmo antes de abrir a pasta e pegar alguns papéis, e mesmo que os chineses me interrompesse e protestassem eu faria o que vim fazer.

[...]

— Você está terrivelmente quieto, te afetou o que o Senhor Kou disse?

Dei de ombros.

— Não.

— Nem um pouco? Eu fiquei irritado, você não?

Relaxei os ombros.

— Um pouco. Mas não pode deixar sua frustração interferir no trabalho.

Ele assentiu compreensível.

— Posso te contar uma coisa?

Bufei um riso.

— Sempre.

— Enquanto ele comia a carne de carneiro eu desejei que ele se engasgasse.

Eu gargalhei antes de abrir a porta do carro.

— Boa noite Burt, te vejo amanhã.

Ele sorriu antes de bater continência e abrir a porta do seu carro também.

— Boa noite!

E assim que entrei no carro, qualquer vestígio de sorriso sumiu. Ao chegar em casa tudo o que eu queria era um bom banho, uma boa bebida e uma boa comida. Mas o que eu recebi foi quase melhor que tudo isso.
Ao entrar na cozinha e secar meus cabelos me deparei com Gerusa decorando um bolo, e um cheiro delicioso pelo ar.

— A Milena já foi embora?

Ela se virou assustada e quase derrubou as panelas da pia.

— Você chegou! Fiz nossa janta e sobremesa. E sim, a cozinheira já foi embora.

Ela continuou falando algo que não dei o trabalho de ouvir porque estava chocado demais com o que via.

— O que foi? — Ela percebeu meu silêncio.

Secretária Hildago [PAUSADA] Onde histórias criam vida. Descubra agora