O impacto abrupto do piso frio despertou-me em sobressalto. Senti a rigidez do chão de madeira sob minhas costas, o eco do pesadelo ainda pulsando em minha mente. Minha respiração estava acelerada, os olhos fixos no teto enquanto tentava me orientar. O cobertor, amontoado e desalinhado, mal cobria metade do colchão. Com um suspiro resignado, fechei os olhos, na esperança de encontrar novamente o sono. Palavras sem sentido escaparam dos meus lábios, vestígios da voz que ecoava nas profundezas do meu subconsciente. O pesadelo havia sido terrível, reminiscente dos primeiros dias no complexo, mas suas palavras escapavam à minha memória.
O choque da realidade trouxe consigo uma irritação latente. O medo dissipou-se mais rápido do que eu esperava, substituído por um desejo ardente de me encolher e permanecer no chão frio, recusando-me a acordar tão cedo. O sol ainda não ousara aparecer no horizonte, e tudo que eu queria era mais alguns minutos de paz.
Quando finalmente cedi ao sono, fui abruptamente arrancada dele por uma melodia infernal. Com gestos automáticos, alcancei a mesinha ao lado da cama e silenciei os alarmes. Um grunhido de descontentamento escapou de mim enquanto me erguia, os movimentos lentos e pesados. Arrumei as cobertas de forma superficial e fui até a janela, onde o vidro embaçado refletia a tensão iminente do dia. O céu nublado parecia espelhar meu humor, prenunciando uma manhã sombria.
Batidas suaves na porta me tiraram do transe. Natasha, com os olhos ainda pesados de sono e envolta em um pijama folgado, espreitou para dentro do quarto. Seus cabelos estavam desalinhados, e ela parecia tão cansada quanto eu.
— Oi, você... — saudou entre bocejos, sua voz suave, quase um sussurro.
— Boa madrugada... — respondi, levemente confusa, ainda processando sua presença ali. — O que te trouxe aqui a essa hora?
— Vim te dar apoio moral. — declarou, esfregando os olhos inchados e tentando esboçar um sorriso tímido.
Tentei segurar o riso diante da cena.
— Nat... — comecei num tom calmo, quase brincalhão. — Eu estou bem, juro. Não precisava ter acordado às quatro da manhã só pra me dar apoio moral...
Dobrei as cobertas com cuidado, tentando manter a mente focada em qualquer coisa que não fosse a insônia persistente. Natasha, no entanto, não se deixou abalar. Ela riu suavemente, e eu a acompanhei com um sorriso fraco, apenas um reflexo. Ela permaneceu à porta, balançando-se levemente para frente e para trás, hesitante em me deixar sozinha.
— Vamos, vou tomar café com vocês. — disse ela, e seu tom era quase maternal.
— Vou trocar de roupa e já vou. — respondi, observando-a com um olhar de reprovação afetuosa. — E você deveria fazer o mesmo.
Ela apenas deu de ombros, com uma risada suave.
— Eu tenho certeza de que eles já viram coisas piores do que um pijama de bolinhas. — ela disse, estalando a língua em brincadeira. — Eles vão sobreviver. Já você, novata, está indecente.
Sorri, apesar da exaustão.
— Eu sei. — admiti. — É o conjunto mais confortável que eu tenho.
Natasha examinou meu pijama com um olhar astuto, como se estivesse avaliando um segredo bem guardado. Então, com um sorriso malicioso, ela formulou a pergunta que eu menos esperava.
— Então esse é o famoso pijamão? — seus olhos brilharam de travessura.
— Quê? — minha mente ainda estava lenta, tentando acompanhar o rumo da conversa.
— Tony estava certo, você fica uma gostosa nele.
Engasguei com minha própria saliva, meu rosto queimando de surpresa e constrangimento. Lancei um travesseiro na direção dela, mas Natasha desviou com facilidade, rindo abertamente.
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Warrior | Livro 1
ActionEnquanto os Vingadores lutavam para salvar o mundo, Alice enfrentava um dilema existencial: seria ela a heroína destinada a brilhar na luz da justiça, ou a vilã que sucumbe à escuridão de seus próprios medos? Cada confronto a levava mais fundo em um...