Enquanto eu procurava freneticamente meu telefone nos bolsos, Tony agiu mais rápido, ativando o flash do seu. Com um suspiro frustrado, pressionei repetidamente o botão de ajuda no painel do elevador, mas nada aconteceu.
— Mas que droga. — murmurei, socando o botão.
— Deixe comigo. — Tony se ofereceu, suavemente me empurrando para o lado.
Cedi espaço para o habilidoso mecânico alcançar a caixa de controle, enquanto eu iluminava o caminho com seu celular. Tony removeu a pequena porta, colocando-a de lado, e pediu para que eu me aproximasse.
Arrastei os pés pelo chão. Não sabia se era pela terrível experiência de ficar presa, a metros de altura, ou pelo calor emanando de Tony. Mas eu estava tão agitada quanto ele, sentindo o rubor em minhas bochechas e o peito suado.
Após alguns minutos mexendo, sem sucesso, nos fios da caixa de controle, a primeira gota de suor escorreu pela testa de Tony. Ele tirou a jaqueta preta, revelando apenas a camiseta azul petróleo, agora grudada por causa do calor. Os músculos de suas costas se contraíam a cada movimento, e eu me repreendi por estar tão distraída.
De repente, o elevador deu um tranco, e até a luz de emergência se apagou.
— Ótimo, agora estamos realmente presos, obrigada. – gemi, afundando em um canto do elevador.
— Pare de reclamar, menina ingrata. Eu só tentei ajudar. Veja se consegue ligar para a recepção pelo telefone.
Deslizei pela parede, procurando conforto no chão gelado. Olhei para a tela do celular de Tony e, em seguida, para o meu. Revirei os olhos.
— Sem serviço.
— Malditos dados móveis. — resmungou ele, jogando-se no outro canto do elevador, em desistência.
Com nossas pernas formando um L no chão de mármore, balancei os pés, sentindo a inquietação crescer. Coloquei o telefone de Tony ao meu lado, com o flash voltado para cima.
— E agora? O que faremos? — perguntei, olhando fixamente para um ponto na parede.
— Nós esperamos... — murmurou ele, recostando a cabeça na parede.
Tentei manter a calma, mas uma sensação de sufocamento começava a se instalar. Meus pés aceleraram, e joguei meu suéter para longe, tentando dissipar o calor.
— Ah, droga. — Tony grunhiu depois de alguns segundos. — Será que o vinho foi entregue? Estou ficando com sede.
— Também estou. E quanto ao vinho, o que importa? Estamos presos aqui.
— Adoro sua positividade. — ele ironizou. — E você não pode nos tirar daqui? Tipo, impulsionar o elevador? Parece óbvio.
— Já viu alguém se levantar do chão sozinho?
— Não... — Tony revirou os olhos dramaticamente, e eu apenas arqueei as sobrancelhas.
Estalei a língua, brincando com os anéis em meus dedos enquanto explicava:
— Não consigo levitar algo se eu estiver dentro dele. É inútil. Você mais do que ninguém deveria entender sobre isso. Você é um gênio da engenharia, deveria saber sobre física.
Ele estalou o céu da boca.
— Alguma lei da física explica seus poderes, por acaso? Pelo o que eu saiba, nada em você é explicável.
Inclinei a cabeça, concordando parcialmente.
— Tentei uma vez no meu Fusca, queria ter um carro voador de graça. – eu comentei ao lembrar de uma situação semelhante, rindo. – Não deu certo. E foi então que entendi o motivo de minhas habilidades não incluírem voo, pois não posso simplesmente empurrar o chão para baixo ou invocar algum campo energético, repulsivo, pra me impulsionar. Talvez haja uma maneira que eu ainda desconheça, mas é improvável.
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Warrior | Livro 1
ActionEnquanto os Vingadores lutavam para salvar o mundo, Alice enfrentava um dilema existencial: seria ela a heroína destinada a brilhar na luz da justiça, ou a vilã que sucumbe à escuridão de seus próprios medos? Cada confronto a levava mais fundo em um...