A noite ia caindo e Minhyuk ainda não havia ido embora. Ambos esvaziaram toda a garrafa de café e não paravam de rir e lembrar de histórias e piadas de quando o mais velho era criança, e aparentava ser uma bem aloprada, não era impressionante que tenha virado um caçador de obsessores.
Ele era fantasioso tal qual Soobin, mas com a pitada de loucura que o sobrinho preferiria nem ter se fosse para se parecer com o tio. - E eu estava brincando com todos eles, né. Eu estava com a laranja na mão e a joguei para cima e ela voou para frente igual um foguete.
Soobin colocou a mão no rosto, com uma risada ameaçando brotar. - Estou até com medo.
- Daí a laranja voou pelo quintal; na hora minha mãe estava passando e pegou bem nela, coitada. A mulher capotou com as quatro rodas pra cima.
O mais novo explodiu em risadas altas sendo acompanhado, ambos com o riso mais estranho que o outro. O sol brilhou e refletiu nos olhos de Minhyuk, esquentando a direita de seu rosto. - Uai, está quase anoitecendo! Wah, porquê sua prima mora tão longe...
- Pois é. - Comprimiu os lábios fazendo a covinha meiga aparecer.
- Terei que ir e deixar meu sobrinho favorito. Que tragédia! - Fingiu um choro e logo após abriu os braços, logo o mais novo se aninhou no carinho daquele que também foi seu pai quando era criança. - Voltarei quando puder, e quando os demônios me derem uma trégua.
- Peço um favor para avisar antes, eu imploro! - Reclamou o loiro, andando a passos lentos para a porta. - É a quarta vez que você chega sem um aviso! Mande um email, MSN, um telefonema, sei lá!
- Eu não sei mandar emails, esse negócio é complicado demais para mim.
- Você nunca nem tentou, tio!
- Nah, eu não tenho tempo! Eu não sou um ser tecnológico não, é preciso paciência com os antiquados. - Deu uma ombrada de leve, aguardando a porta sendo aberta. - Bobo.
- Você que é. - O ar esfriado adentrava e matava o ar quente e calmo do lado de dentro; em breve uma chuva cairia. - Ande logo para a casa dela. Até mais tarde, e boa noite.
Minhyuk ficou apenas mais um pouco conversando, lhe deu um abraço e foi embora. Voltou para buscar o casaco, e partiu risonho, mas definitivamente desta vez.
Então o loiro se encontrava sozinho. Ele estranhou por um momento, dado que Yeonjun poderia estar em algum lugar da casa, ou só ido embora mais cedo. Geralmente, o avermelhado não gostava de ceder à pressão alheia, e tinha a total noção de que ambos se odeiam.
Viajou pela cozinha e olhou pela janela de lá, adentrou a varanda, vasculhou o quarto, a sala, e só restava o banheiro. A maçaneta foi aberta, revelando o garoto mole na beira da banheira, sentado nos ladrilhos que assemelhavam a chocolate branco. Era um lugar estranho para se estar.
O anjo se abaixou, sentindo a temperatura do corpo dele se longe, e encostou a mão em seu pescoço; ele estava quentinho como pão saindo do forno em um dia frio. - Yeonjunie?
Ele soltou um murmúrio e confirmou que ele estava consciente. Ele pegou o garoto entre os braços e o carregou até o sofá. A lua já tinha seu lugar altivo entre as estrelas. O maior ligou as luzes da cozinha e da sala, e enxergou aquelas veias grosseiras subindo pelas costas.
Arregalou os olhos e chegou rápido, virando a face frontal de Yeonjun para cima e poder ver seu rosto, onde as veias beiravam o queixo. - O que rolou com você!?
- Abre essa... Janela. - Levantou o dedo sem força, apontando. O anjinho iluminou a palma da mão concentrando valores medicinais, e se recordou à tempo que poderia dar efeitos adversos em demônios em certas circunstâncias. Nunca havia testado no avermelhado por não precisar, porém se é necessário tomar riscos nas horas desesperadas.
- É por isso que você sumiu! Pensei que tinha ido passear, voltado para casa, não sei! - Separou as pálpebras quase fechadas, revelando pupilas negras salpicadas de pequenos pontinhos branco. Ao posicionar a magia no peito do mais velho, ele prendeu o ar e arqueou as costas.
- Isso arde! Esse anel inútil, é... É essa coisa desprezível! - O tom de sua voz modificava na linha tênue do neutro e do grave, e o pânico subiu quando seus olhos começaram a revirar. Olhou para a bijuteria minimalista e ficou com dó de tirar.
Notara sua própria visão mudar e se ampliar como uma águia, um gosto azedo e doce descendo pela língua. Dando a devida atenção, notou que tinha mais precisão, mais foco, habilidade, poder.
Puxou o anel, vendo que ele prendeu no dedo por ser grosso demais. Saiu correndo de supetão para o banheiro agarrando o pote de vaselina e afundando a mão ali, para arrancar de uma vez o presente dado para sua mãe.
Que queria ver Yeonjun evaporar desde que se entende por gente. Deveria ter estranhado.
O corpo tinha a sensação de ter sido envenenado, repentinamente fraco, seu ser estava mais apagado. Voltou para a sala, ainda vendo o corpo descansante do diabinho, parecia relaxado. Encarou o anel envolto em vaselina e água na palma da mão. Sentou de lado, analisando as veias mais opacas, porém aparentes.
- Ainda me sinto tenso. - Murmurou soprado. Soobin se sentou mais perto e se aproximou do rosto dele, beijando sua bochecha com demora. - Eu nem sabia o que era. Eu estava assim a tarde inteira.
- Por que não me avisou? - A voz rouca e baixa soou melosa e angustiada.
- Não sei. Acho que era porque eu não quero aquele fanfarrão bocó do seu tio perto de mim. E nem sua mãe ainda, ao meu ver.
- Bah, ela não sabe de nada. Que insistência ridícula. Me desculpe tá bom... Moranguinho?
- Acho que eles não se lembram que vaso ruim não quebra. - Passou a língua nos lábios com languidez em meio a um sorriso fraco, seu corpo retesado começava a se libertar de um calor febril quase hipertérmico. - E não tem problema, Gotinha de Limão. Agora está tudo bem.
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Sinto dizer que estamos quase chegando na reta final, e desde já, agradeço muito quem leu até aqui. Até logo, jogadorxs! 💛❤️
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Artimanha Endiabrada! • Yeonbin.
Fanfic{𝕮𝖔𝖓𝖈𝖑𝖚𝖎𝖉𝖆} Não era um homem de ambições, embora ansiasse vertiginosamente passar cada segundo ao lado de Soobin Angel fazendo qualquer coisa cor de rosa; essas que não dava a mínima. O talento e paixão cálidos do anjo atraíam-no como um ca...