— Calma aí... — Soobin respirou, apertou as sobrancelhas e se afastou, passando o dedo pelos cantos dos lábios úmidos, em um estado de confusão que o acertara de repente. Ele quase manchava a própria blusa branca de tinta. Ele pegou o pedaço de vidro com tinta fresca e observou embaixo. — Isso aqui está certo, não?
Yeonjun levantou o olhar, desfocando da própria pintura para poder olhar os rabiscos revelados do anjo. — O que é isso?
— É uma estrela? — Sua resposta fora sarcástica, com o rostinho borricado de branco.
— Isso parece um sinal de adição. — Tombou a cabeça com um riso quase escapando. — A quinta pontinha da estrela está muito pequena. Você não tinha que ter passado o branco antes.
— Oi? - Ele se torceu para ver o desenho no vidro, e soltou um grunhido quando viu a pequena ponta em um desenho que parecia de uma pequena criança. Do outro lado, a tinta tremida ficara melhor do que o resultado. — Pff. Só faço isso porque me pediu.
— Você mesmo que colocou na bucket list, pare de choramingar. — Pintou o joelho descoberto do mais alto de tinta azul escura. Em um impulso, o anjo devolveu novamente. O sol batia no topo da cabeça de ambos enquanto apreciavam o céu estando no quintal da frente, esquecendo a arte no vidro para se pintarem com tinta.
— Sua sorte que eu tenho outras camisas brancas.
— Estique o tecido direito. — O pincel agora coloria o tecido que Yeonjun manchou de azul claro sem a intenção. Nas costas largas do loiro, ele desenhava pequenas rosas de bege e salpiques de glitter prata. — Uia! Ficou lindo.
— Eu consigo imaginar. Você tem um bom senso de arte incrível, é muito bonito. — O mais alto sentiu uma mão descendo pela lateral de seu pescoço e subindo carinhos até seu queixo e bochecha esquerda, fazendo um calor no peito se instalar. Yeonjun tampou o sol acima de si e abraçou-o pelas costas, salpicando beijinhos onde seus lábios alcançavam.
O demônio o abraçava elogiando com uma voz estranha, provocando risos altos dele. Desequilibrava para trás sendo puxado pelos ombros, até ter a cabeça apoiada nas coxas do avermelhado. Um cafuné era deixado em seus fios almofadados, e seus olhos se fecharam por um instante.
— Soobin, você pensa que estaremos como daqui há dez anos? — A voz soou branda.
— Reflexões? Às 11 da manhã? — Murmurou no mesmo tom.
— Apenas responda.
— Não me sinto ambicioso de pensar que teria carros que voam como os outros dizem. Só skates. E aparelhos de mp3 melhores! Whoa, eu adoraria. — Levantou um dedo pontuando cada um.
— Eu acho que poderiam inventar melhores brincadeiras de sexta à noite. Eu cansei de jogar tabuleiros, principalmente aquele ruim que ninguém sabe jogar que você tem. — Revirou os olhos escuros; Soobin subiu o tronco e o encarou com choque.
— Eu sei jogar, mas toda vez que eu vou ensinar, todo mundo some!
— Tabuleiro de fazer contas, Angel? — Amargurou a expressão em uma careta. — Pela madrugada.
— A culpa não é minha se você não sabe matemática básica!
— Nossa! Como você- — Yeonjun resgatou o pincel esquecido na grama e encharcou de tinta preta aberta, direcionando ao rosto do garoto de esquiva atrasada. Respingou até mesmo nos cabelos cor de sol, a cara de choque dele fez o avermelhado rir, e de repente a mão de Soobin aparece e mancha todo o braço esquerdo dele.
— Olhe só!
As reflexões foram deixadas para trás quando eles começaram a gastar tinta passando um no outro, até que Yeonjun reclama do gasto das tintas de vidro, "que são caríssimas! ". O diabinho desligou seu lado racional mais uma vez no dia, permaneceu apenas encarando aquela obra ancestral moldado pelas nuvens. Soobin era...
— Você é lindo. — Sussurrou para si mesmo e piscou devagar, analisando a tinta secando nas mãos do loiro distraído pintando flores no braço, e logo algo brotou na mente. — É uma pena que ninguém me ajude a tirar a tinta.
— Eu te ajudo. — Os olhos grandinhos viraram para si debaixo da franja.
— Ajuda é? — Sua voz assumiu um tom baixo ludibriante, e os cantos da boca subiam para um sorriso travesso. — Minha boca tem muita tinta, demora um pouco para tirar.
O rosto do anjo começara a se avermelhar enquanto ria de uma forma bobalhona. Yeonjun se inclinou para frente, e o mais alto copiou, ainda com um sorriso fraco no rosto. — Posso lhe ajudar o tempo que for.
O mais baixo sentia a respiração batendo em sua boca. Se aproximou de leve, roçando os lábios com sabor de maracujá, o azedo e o doce que jamais enjoaria se fossem degustados diretamente dele.
—Soobin? Soobin?!
Ambos abriram os olhos e o demônio olhou para trás do loiro, que estava de costas para a calçada. Um homem alto chegava caminhando, com um porte de um guarda-roupa e vestido como se tivesse saído no meio de uma partida de D&D. De imediato, o citado se virou.
— Tio Minhyuk?! — Ele estava na outra calçada e berrando o sobrinho na casa do vizinho. Seu tio se virou de supetão e quando viu o garoto em pé ao longe, quase na mesma hora ele desabrocha em um sorriso quase clonado de Soobin.
Yeonjun se levantou da grama manchada todo desgostoso, não gostando nada de ver o homem se aproximando e provocando uma gastura cada vez maior quando ele abraça seu amigo. Revirou os olhos.
Minhyuk não era confiável para um demônio. Ele exila para o limbo os demônios fora da casinha, aqueles que Yeonjun apenas ouvira histórias. Os que surtaram por algum motivo terrível e possuem pessoas ou lugares. Ainda assim, é alguém de sua raça, não é muito confortável ficar acompanhado de alguém assim.
Caso o mais velho o pegasse beijando o pequenino Soobin, ele seria o próximo a ser exaurido pelo poder fúnebre do anjo, que naturalmente cheirava a pólvora e perfume amadeirado.
A face de Minhyuk fechou quando bateu o olho no garoto demônio que pensara que tinha ido embora há alguns anos. Diabos insistentes são um problema, mas nada que Minhyuk não faça para um desses sumir em dois toques. Sacudiu a cabeça e voltou a encarar o sobrinho.
— Faz um tempo, não? Eu vim te visitar!
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Artimanha Endiabrada! • Yeonbin.
Fanfic{𝕮𝖔𝖓𝖈𝖑𝖚𝖎𝖉𝖆} Não era um homem de ambições, embora ansiasse vertiginosamente passar cada segundo ao lado de Soobin Angel fazendo qualquer coisa cor de rosa; essas que não dava a mínima. O talento e paixão cálidos do anjo atraíam-no como um ca...