{𝕮𝖔𝖓𝖈𝖑𝖚𝖎𝖉𝖆} Ele não era um homem de ambições, embora ansiasse vertiginosamente passar cada segundo ao lado de Soobin Angel fazendo qualquer coisa cor de rosa que o loiro prezava; essas que não dava a mínima. O talento e paixão cálidos do an...
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Yeonjun não quis participar do almoço que Soobin muito insistiu. Não dissera os motivos para o anjo não ficar chateado por essas horas da matina, porém rondava a área como um urubu. De vez em quando passava pela área atraindo a atenção do visitante, e revirava os olhos internamente.
Eles não calaram-se desde a chegada de Taehyun, e não foi difícil de deduzir já que Soobin não parava de soltar esse nome pela casa como uma princesa encantada chamando seu príncipe.
Yeonjun bufou. Não tinha nem noção que tal era um traste dos piores tipos; ele claramente está dando em cima de duas pessoas ao mesmo tempo, e que são amigos!
Jamais perdoaria caso perdesse a amizade quase curativa de Soobin por causa de um homem. Pensar nessa hipótese fazia as faíscas negras que brotavam de suas costas mancharem a pureza do que está perto.
Queria acelerar o tempo e fazer Taehyun provar do doce veneno na geladeira.
- Yeonjunie! Venha aqui, por favor! - Soobin gritou da cozinha. Estava ocupado terminando o almoço acelerado pelo diabinho, inicialmente pensando ser apenas para ambos.
Para dizer a verdade, nem lhe fora avisado que Soobin traria visitas, pois poderia ter feito o favor de cair fora e dar privacidade a quem quer que fosse. Mas dessa vez ele deu sorte de saber que a visita não é uma flor que se cheire.
Andou com a calmaria dos ventos ainda escutando os chamados do anjinho. Adentrou a cozinha e parou ao lado dele e de frente ao fogão, sendo completamente tampado das vistas do acastanhado. Ele era alto, mas Soobin conseguiu ser mais.
Soobin o puxou para seu lado e frustrou sua tentativa de se esconder do visitante. O avermelhado colocou as mãos nos bolsos de trás da bermuda para segurar o nervosismo de estar tão irritado de repente.
Porque aquele cara roubava o posto que era para ser dele. - Esse é o meu melhor amigo, Yeonjun.
- Prazer, Yeonjun! - Ele sorriu unindo as mãos, satisfeito por saber ao menos seu nome. - Vocês são bem contrastantes, tipo, como um desenho animado.
- O polo positivo atrai o negativo, essas coisas. - O diabinho respondeu com grande desagrado. - E só existem dois polos aqui.
Levou uma ombrada do mais alto, que odiou a resposta, porém Taehyun não pareceu se incomodar. - Meu nome é Kang Taehyun.
- Fico feliz dos meus amigos se darem bem mesmo sem minha presença, então já adianto o bom convívio entre vocês. - Soobin se virou para mexer na panela, e sem perder tempo o avermelhado levantou o dedo médio. Taehyun deu uma piscadinha e sorriu. Era uma ousadia que não costumava ver. - Já está pronto. Tem certeza que não quer mesmo almoçar conosco, Junie?
- Nah, quem sabe outro dia. Não leve-me a mal, anjinho. - Segurou com gentileza dois dedos do mais alto como um pedido silencioso de desculpas. - Vou comer no seu quarto, se não se importar.
- Não suje lá dentro, por favor. - Ralhou de leve. Ambos emprataram seus alimentos, e Soobin dispôs um bife de carne de porco brilhante em dois pratos impecáveis, enquanto Yeonjun apenas colocou tudo em um prato de sopa e sumiu dos arredores.
- Ele me parece um pouco introvertido. Ao menos não tímido. - Taehyun viu o prato reluzente ser posto à sua frente, e parecia tão bonito que poderia chorar naquele momento. - Você é muito talentoso, parece que vou alcançar os céus na primeira garfada.
- Na verdade, são os céus chegando até você. - Ele se sentou empolgado e esfregou as mãos. Ambos começaram a almoçar trocando histórias, conversando sobre a comida, e de como parte da família de Taehyun era vegana e que ele não seguirias essas amarras. Soobin entendia e assentia, quase se esquecendo de almoçar.
Buscando o bolo de chocolate morno, ele quase se esqueceu da calda de chocolate. Ele o preparou de cortesia para o visitante, que começava a corar as bochechas. - Você fez um punhado de coisas para mim e eu nem tive a consideração de fazê-lo por você; perdão a minha má-educação.
- Isso não é nada. - Despejou a calda sobre uma fatia de bolo fofinho, e o outro ele deixou sem nada, apenas enchendo seu pratinho com cerejas.
- Você não gosta de calda?
- Só calda de caramelo. Os outros não me apetecem tanto pois são doces demais. - Pestanejou e sorriu de canto. - O de caramelo é bem doce também, mas é um que eu tolero.
Taehyun assentiu e provou do bolo. Não sabia e jamais poderia compreender a majestosidade que cada comida que Soobin fazia parecia ter vindo do celestial e dos reluzentes prazeres contidos nele; aquilo que Soobin tocava tinha o destino de ser perfeito. - Wah. Por favor, comece a vender bolinhos como esse. Não há igual, sério mesmo.
- Assim você me deixa envergonhado. - Quando menos viu, Taehyun limpava o prato e arrumava seus fones laranja no pescoço. Ele comia seu bolo com calmaria e se instalara um silêncio confortável. Pela janela se dava para ver as pipas das crianças no alto do céu, e a brisa refrescava suas pernas trajadas por uma bermuda cargo rosé. - ...Tyun, você está legal?
- Eu? - Sua voz estranhamente soou soprada. - Eu estou, mas agora eu estou meio molenga.
- Você está certo disso? É que você está meio pálido, sabe...
Taehyun se levantou de supetão e correu para a janela, jogando quase metade do corpo para fora, botando o almoço para fora. Parado em seu lugar, o anjo apenas travou com os olhos arregalados e a mão na boca aberta. Ele viu o garoto se virar e seu estado pálido se fortaleceu. - Eu preciso ir embora, Soobin.
Se foi sem olhar para trás, não atendendo as chamadas insistentes do mais alto. Apenas ouviu as chaves balançarem e depois a porta fechar-se em um estrondo. O diabo na janela da frente viu o nanico sair correndo como um raio enquanto brincava com suas faíscas obscuras por entre os dedos.
O diabinho se levantou e calmamente voltou para dentro de casa, pois o tempo estava armando para uma chuva. Fechou as janelas e adentrou pelos corredores, se deparando com um Soobin com os braços apoiados na mesa e os dedos entrelaçados, afundado em completo mau humor. Mordeu os lábios e de imediato soube que algo estava errado.
