{𝕮𝖔𝖓𝖈𝖑𝖚𝖎𝖉𝖆} Ele não era um homem de ambições, embora ansiasse vertiginosamente passar cada segundo ao lado de Soobin Angel fazendo qualquer coisa cor de rosa que o loiro prezava; essas que não dava a mínima. O talento e paixão cálidos do an...
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O foco de Soobin mudou, percebera que por mais que tenha um talento nato para a costura, há quem o amaldiçoe nesse caminho de carreira. Existia algo que ele sempre quis experimentar: fazer alguns penteados, mexer com fios sedosos e modelá-los a seu bel prazer. Era algo que não tinha como fazer sem outra pessoa, e acabava testando todos os possíveis nos cabelos curtos do amigo.
Pessoalmente para o diabo, ficar sentado e parado do jeito que Soobin queria parecia muito cansativo, mesmo que ele seja preguiçoso e ame o semi cafuné do maior em suas madeixas. Ele ganhava um doce como recompensa como se fosse uma criança, mas não negava de qualquer forma se fosse para admirar aquele sorriso bobinho no rosto do anjo.
- Eu adoro cachorrinhos e axolotes, eu vi um uma vez em uma revista e eles são admiráveis! - Ele penteava os longos fios molhados com uma escova verde limão, ao lado de uma mesinha cheia de utensílios para cabelos. A sua frente estava sentada uma garota doce e que mexia as pernas pra frente e para trás. A Huening Bahiyyih era uma garota doce e irmã do vizinho traquina Huening Kai, porém bastante amigo.
- Eu gosto de dragões! - Soobin levantou as sobrancelhas, surpreso. - Eu adoro fadas também. Eu desenhei uma fada com poderes de bolhas, e ela é tão bonita! Ela ficou tão bela que eu imagino ela como uma amiga. Uma de verdade.
- Me mostre depois! - A silhueta de Yeonjun passando fisgou a visão dos dois. Ele passava calmamente com uma regata e luvas arrastão pretas e rasgadas, brincando com um anel nos dedos e carregando uma cruzadinha na outra, se direcionando para a cozinha.
Soobin comumente não prestava atenção e não pensava muito sobre as coisas, mas percebeu que o avermelhado adquiriu alguns músculos nos últimos tempos e ficou até bonito nele. Ele adentrou a cozinha, e tomou um susto quando viu a menina surtando na cadeira. - Wah! Ele é tão lindo! Que perdição!
Ela não era mais a pequena menina que conhecera. Há pouco tempo ela tinha feito seus 18 anos e ela se soltou de uma forma que, para ele, nunca tinha visto. Não era nada incomum que isso acontecesse, mas era um tabu tão grande esse assunto entre os dois que ele ficava até chocado de vez em quando. - Ele é bem bonito. Eu apenas tenho amigos bonitos.
- Soobinie? Telefone para você! - Gritou de dentro da cozinha. Soobin deixou a escova ao lado e penteou as madeixas rosadas com os dedos.
- Eu já volto, Hiyyih. - Ela assentiu, abrindo um doce e fazendo um sinal com as mãos.
Andou até a cozinha e viu o avermelhado encostado na parede e segurando o telefone amarelo na mão com unhas pintadas de preto. - Você está bonito hoje.
Yeonjun apagou completamente o semblante entediado para um risonho, e escondeu o rosto na regata. Ele empurrou o telefone na direção do mais alto, que mantinha o sorriso de orelha a orelha com a reação fofa do outro. Yeonjun sendo genuíno lhe agradava bastante, ao contrário das vezes que ele atazanou seu dia. - Atenda logo, Beom está na linha.
- Obrigado, anjo. Beom? - Yeonjun viu o homem ficar ainda mais empolgado ao falar com o cara do outro lado da linha. Mas sua mente insistia em focar na cliente aguardando na sala, e nos variados penteados que ele também sabia fazer. Os cabelos da Bahiyyih eram rosa demais, ele adoraria ajudá-la a mudar o visual. Ela se tornaria uma estrela!
Ele consertou os adereços de caveira em si. Encostou no batente da cozinha, sabendo que atraia logo a visão da moça. Ele levantou a cabeça e sorriu, e quando viu a expressão tensa dela, ele quis rir; Ele se pôs em uma posição reta, e começou a andar na direção dela. - Bom dia, donzela.
- Bom... - Ela sussurrou, sem piscar nenhuma vez. Ela era uma fofa, tanto quanto indiscreta, pois se deu muito bem para escutar os elogios da cozinha.
- Então. Soobin está lá na cozinha e claramente ocupado. Ele me pediu para ajudá-lo, para agilizar o trabalho. - Ele rondava como se ela fosse um animal indefeso. Ele resgatou a escova e uma lata de fixador, e sumiu atrás dela. Ela o procurou, se assustando com a face dele aparecendo à sua direita. - Tenho sua permissão?
- Tem, claro. - Ela sorriu leve, quase desmaiando diante um homem bonito. Ele resgatou sua mão e deixou um singelo selar, e ele a agradeceu. O autocontrole dela foi bem grande diante de um homem de beleza tão vilanesca.
Encarando a porta da cozinha, ela tocou nos fios dela. Resgatou uma lata de fixador, sacudindo a lata e vendo o poder incisivo cortar pela lata ao fluir por todo seu antebraço, escurecendo seu conteúdo. Deu um sobressalto ao ouvir a risada alta do anjo da cozinha, quase o congelando. Porém, fazia a maldade inconscientemente, tendo a própria magia incontrolável correndo por suas veias, tudo se tornava escuro e apenas restava ele e sua vontade.
Ouviu sibilos e logo depois passos pela cozinha, e se abaixou; era Soobin se certificando que tudo estava correto enquanto estava fora. Viu a garota acenar a ele e por uma sorte quase insana, Yeonjun havia terminado apenas de pintar a parte de trás dos cabelos róseos dela.
O loiro sumiu e logo se ouvia cantorias do cômodo ao lado. O demônio se levantou e voltou a terminar o que começou, ficando tão concentrado que via alguns vultos de seus colegas do submundo rindo e se divertindo enquanto ele fazia a surpresa que claramente impressionaria a todos.
Logo mais, sua obra estaria finalizada. Bahiyyih estava parecendo um samurai do jeito mais desleixado possível, e a visão quase o fez soar uma gargalhada alta. Escondeu nos bolsos os dedos escurecidos pela tinta modificada. - Whoa, você está perfeita!
- Você acha mesmo? Ora, não é para tanto! - Ela ficara vermelha de repente, mexendo na barra do vestido.
- Bom, agora eu estou de saída. Diga que eu falei de nada ao Soobinie!
- Pode deixar. Muito obrigada, Yeonjun, lhe devo uma! - Ela mandou um beijinho no ar e ele o devolveu, fazendo-a soltar um gritinho e tampar a boca em choque. Yeonjun voltou para o quarto e esticou as pernas sobre a cama impecável do amigo.
O que se seguiu enquanto ele esteve quase dormindo, foi um grito fino e alto masculino, e logo após várias lamúrias femininas. Por fim, lembrando do corte de cabelo novo dela, ele se pôs a rir forte mesmo estando sonolento e cansado.
Talvez Bahiyyih não lhe perdoasse, mas rir um pouco valeu bastante a pena de se fazer.
