CAP 8

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Jimin chega ao castelo, adentrando o grande salão com a jovem desconhecida em seus braços.


— O que é isso?? Aqui virou lar para desabrigados? — O rei Augusto perguntou surpreso e nada contente com a cena. O Príncipe não lhe dara ouvidos. — Jimin estou falando com você!! — esbraveja.



— Lourdes, mande chamar o doutor Vincent, imediatamente. — sobe as escadas, indo direto ao corredor dos quartos. A serviçal logo atende o pedido da alteza.



Jimin leva Úrsula até um dos quartos de visitas.




— Jimin você pode me explicar o que está acontecendo? O castelo parece mais uma feira. — o rei adentra o quarto logo depois do filho. — Primeiro você trás um monte de plebeias pro baile, fica pra cima e pra baixo com uma delas a festa toda, depois seu tio inventa de trazer duas delas pra tomar chá, Taehyung fica de conversinha com a outra e agora você... trazendo mais uma?! Olha só... se vocês três estão se divertindo com essas meninas, façam isso longe daqui. Jajá elas vão pensar que são uma de nós. Aqui não é lugar de plebeus!!Não traga suas aventuras amorosas pro castelo.




Jimin encara o pai após a deitar na cama cuidadosamente.




— O senhor não vê que ela está desacordada? Que pode estar doente??




— Quem é ela??



— Também não sei. A encontrei na floresta desacordada, que inclusive por pouco não foi abusada por dois de seus soldados.



— Quem? — ainda olha pra morena.




— George e Caio. Eles a encontraram primeiro e estavam prestes a lhe fazer mal. Ainda bem que cheguei a tempo. — olhou com pena pra jovem.



— E o que você tem haver com isso??



— O quê? — Jimin franze a testa pro pai. — Ela estava sozinha na floresta, desmaiada! Não sabia nem o que estava acontecendo. Só Deus sabe as atrocidades que eles iam... — é interrompido.



— Isso não era da sua conta Jimin! Não interessa o que eles iam fazer. O que não pode, é você achar que é anjo da guarda de ninguém. E se fossem ladrões? Malfeitores? Ia arriscar sua vida? Você tem que se resguardar, evitar problemas. E ainda quer fazer da sua casa um abrigo para mortos de fome. Você não sabe quem ela é, se é uma pessoa de bem... E trás pra dentro do castelo. Tem noção do perigo?



— Eu não acredito que tô ouvindo isso do rei. — Jimin o olha decepcionado. — Sabe o que é mais triste? É que pessoas como ela — aponta para a mesma. — São devotas do senhor. Que amam seu rei e o respeitam. Que o defendem e o idolatram. Que o vê como um herói. Mas a verdade é essa que tá aqui na minha frente. Ser rei não é só usar uma coroa, meu pai.



— Chega Jimin! Cale a boca! Você não sabe o que diz. Eu amo meus súditos. Mas cada um tem que saber o seu lugar. As pessoas gostam de se aproveitar das situações meu filho. Será que não entende?



— Ela não pediu pra vir. Ela nem sabe que está aqui.



— Que seja, se você estiver mentindo pra mim, ou me escondendo algo em relação a essa moça, você vai se ver comigo. — o rei vai em direção a porta. — E que seja breve a estadia de sua convidada aqui. — olha pro filho mais uma vez e sai.



(...)



— Você não a achou? — Ayira pergunta já sem paciência.



— Não, rodei tudo isso aqui e nada. — Diana estava eufórica, pois veio correndo.



Tinham saído à procura da morena.



— Ela não tá no Rio também. — Lua chega em seu cavalo. — Procurei pelas redondezas e nada.



— Ela não deve ter ido muito longe. Mas que diabos ela foi fazer no meio da floresta sozinha?? Breve vai começar a escurecer. — Andressa estava nervosa. Temia o pior.



— Estão satisfeitas??? — todas olham subitamente pra Aurora. — Graças à intolerância de vocês, agora não sabemos onde ela está.



— Aurora, agora não é hora. — a ruiva mais velha fecha os olhos. Sua cabeça doía.



— Vocês a atacaram de forma violenta! Os dois erraram, os dois esconderam... Mas só ela foi acusada. — sente os olhos arderem. — Se acontecer alguma coisa com a minha irmã, eu nunca vou perdoar vocês! — dá as costas e retorna pra casa.



Elas se entre olham, em silêncio.



— Devemos avisar ao Namjoon que ela sumiu? — Lua desce de seu animal.



— Não! Deixem ele se recuperar. Ele está fraco. Não vamos por mais uma preocupação em suas mãos. A gente resolve isso. Uma hora ela volta. Deixa ele dormindo. Vamos continuar procurando. — Ayira suspira.



— E quando escurecer? — Diana olha pra mais velha.



— Quando escurecer a gente vê.



— Onde você tá irmã? — Andressa verbaliza consigo mesmo já chorosa.



Lilith, que havia ficado em casa caso ela aparecesse, vem com uma garrafa de barro com água e alguns copos, quando uma forte sensação lhe faz parar. Ela respira fundo e sente que sua irmã está em
perigo. As imagens que passam em sua mente não são claras. Tudo o que consegue ver é sua irmã caída ao chão desacordada e... o brasão da família real. Mas como tudo aquilo tinha ligação?



Lilith se amaldiçoava por não ter revelações tão claras. Pareciam que as visões não tinham conexões nenhuma. Mas a verdade é que ela não tinha o hábito de montá-las devidamente.



Aurora, que havia voltado, percebe seu comportamento e se aproxima da irmã.




— Úrsula está em perigo. — Lilith fixa os olhos num canto específico.




O coração da ruiva acelera.



— Consegue ver onde ela está? — a voz da mais nova estava trêmula.



— Está caída próximo de uma árvore.



— ISSO É MUITO VAGO LILITH! MORAMOS NO MEIO DA FLORESTA! — Aurora estava desesperada.



— Mas o que isso tem haver? — entoa pra si mesma. Estreita os olhos tentando "ver" melhor.  Estava concentrada. 



— O quê mais você vê??



— Vejo o brasão da família real. Mas o que isso tem... — é cortada pela mais nova.



— É mais que óbvio!!! Pegaram ela! Aquela maldita família a pegou!



— Você acha que seriam capazes? — olha pra ruiva.



— O duque e o Príncipe, não. Mas o miserável do rei, sim! Ele deve ter descoberto ela e....




— Pare de tirar conclusões precipitadas!! Não sabemos o que de fato aconteceu. Ela ficará bem... as meninas a trarão de volta.



— Como pode ter tanta certeza? — suas lágrimas já eram visíveis.



— Não tenho. Mas é a Úrsula. Você acha mesmo que ela deixaria alguém por as mãos nela? — a mais nova nada diz, apenas agarra o tronco da irmã, buscando consolo.




(...)




Pouco tempo depois, o médico que atendia a família real, chega. Jimin passou o tempo todo no quarto com Úrsula ainda desacordada. Não saiu de perto dela nem por um minuto. Ficava se perguntando quem era e o que fazia na floresta sozinha.



A porta é batida e Park autoriza a entrada.



— Alteza, vim o mais rápido possível. — o homem de cabelo grisalho adentra o quarto com sua maleta.



— Obrigado por vir Vincent. Eu encontrei essa moça na floresta desacordada. — ele levanta e aponta pra morena. — E não sei o que ela tem.



O homem se aproxima dela e mede sua temperatura. — Ela está queimando em febre. — Úrsula soava e seu corpo estava muito quente.



— Será que é grave? Quer que eu providencie algo??



— De antemão, deve ser só uma queda de pressão. — o homem abre os olhos dela pra ver seus sinais. — Não deve ser nada demais. Vou dar um remédio pra febre abaixar e ela ficará em observação. Vamos ver como ela reagirá ao medicamento. — o velho olha com mais precisão pra sua barriga avantajada. E começa a toca-la.



— Algum problema? — Park observa a ação do médico.



— Essa jovem está grávida. — Jimin olha pra Úrsula. — Isso explica muita coisa. Ela deve ter ficado enjoada ou tonta. O remédio não afetará o bebê. Breve ela acordará. Me ajude a levantar sua cabeça pra tomar esse xarope.



(...)



— Ela ficará bem. Só precisa descansar. A febre já baixou. — Vincent mediu sua temperatura novamente. — Quando ela acordar e comer, dê a ela esse remédio. — tirou outro frasco de sua maleta. — Alteza preciso ir, tinha uma consulta marcada, mas como me chamou, vim o mais rápido que pude.



— Sim claro! — o príncipe que mantinha sua atenção total á morena, desperta indo em direção ao doutor. — Obrigado por ter vindo!



— Até mais. — fecha sua maleta e se retira do quarto.



Jimin o acompanha, fechando a porta após o médico sair. Volta pro lado da jovem, puxando uma poltrona estofada e se sentando próximo da mesma.


O Príncipe tinha muitas perguntas. Mas não ia assusta-la.



Será que ela sabia da gravidez?



Será que o bebê fora concebido de forma consensual?



Não sabia se iria dize-la.



Cerca de quarenta minutos depois, Jimin percebe a morena se mexer, ela desperta lentamente. Ele passou a observar mais preciso.



A claridade do lugar doía a vista de Úrsula. Entrava em total contraste com seu ambiente natural. Mesmo com a vista embaçada, ela abre os olhos. Se sentia zonza. Que lugar era aquele? O local que se encontrava era extremamente confortável. Vários travesseiros rodeavam sua cabeça. Assim que sua orbe fica cem por cento limpa, começa a passar a vista pelo ambiente.



Não teve muito raciocínio para analisar por completo, mas parecia um quarto, porém, três vezes maior que sua sala. O dossel da cama que estava, só provava que aquele não era um lugar comum.



Mas um susto se faz presente quando seus olhos pousam sobre outros que lhe analisavam curiosos. Ela arregala os olhos e tenta se levantar de supetão.




— Calma por favor não se esforce!



— Ai minha cabeça!! — a mesma se queixa de dor, pondo a mão no lugar.



— Tome, o doutor disse que se sentisse dor de cabeça, tomasse esse comprimido. — pega a pequena bandeja com água e um comprimido branco.


Ela olha pro objeto em suas mãos, desconfiada.



— Doutor? Comprimido? Onde é que eu tô? — passa mais uma vez a vista pelo redor. — Quem é você?? — encara o príncipe.


— Eu só quero te ajudar. Fique calma, você está segura aqui. — ele tenta tranquiliza-la e conta o que aconteceu. — Me chamo Park Jimin. Não ia deixá-la sozinha na floresta. Gostaria muito de ajuda-la. Mas preciso de algumas informações... Começando por seu nome. Pode me dizer? — era cauteloso com as palavras.



Ela ainda processava toda a informação que soubera. Olhava incrédula de um canto ao outro.



— Moça?



— Úrsula. — fala de uma vez. — Me chamo Úrsula. — assimilava o que quase lhe acontecera; que estava diante do rapaz que Andressa tanto fala e que estava no castelo do reino. Sua respiração falha e fica eufórica. Se seu pai souber o que ela é, vai fazer o mesmo que fez á seus pais. Ela se apressa em sair da cama.



— O que está fazendo? — a olha confuso.



— Preciso ir embora. Obrigada pela ajuda, mas preciso ir. Minha família está me aguardando.



— Por favor espere. Você está fraca. Não tem condições de sair. Faça uma refeição, durma, amanhã lhe levo de volta á sua família.



— Amanhã??? Preciso ir agora! Devem estar loucas atrás de mim. — ou não, pensou imediatamente ao lembrar de tudo o que aconteceu. Ao levantar de vez, ficou tonta mais uma vez, mas Jimin fora mais rápido a pegando.



— Não está com condições de sair assim. Já anoiteceu. Me perdoe mas não permitirei. Eu mesmo a levarei onde quiser ir. Mas só amanhã. Você precisa comer, está... — se conteve ao notar que ia falar demais.



— Não quero incomoda-lo mais. — ele a guia até a cama novamente, a sentando.



— Não é incomodo algum. Lourdes! — chama a criada que de imediato adentra o quarto. Estava a postos caso o príncipe precisasse de si. — Por favor, traga o jantar de nossa convidada. — ela assente e se retira. — Deixe-me ajuda-la. Com licença. — pega as pernas da morena com cuidado colocando de volta na cama e a cobre com a quente colcha, a deixando confortável.



— Por quê está me ajudando tanto? Nem me conhece. — ela o encara.



— É meu dever cuidar dos civis de Gurlan.



De alguma forma ela sentiu sinceridade nas ações e palavras do maior. Não precisava de muito pra perceber o porquê Andressa ficou tão encantada pelo rapaz. Ele tinha uma áurea doce e gentil.



Ela retribui apenas com um sorriso fechado.



Lourdes chega com a bandeja em mãos. Parecia pesada. Jimin pega de si, colocando no colo de Úrsula.



— Alteza, o banho dela está pronto. Camille separou uma veste pra mesma. Creio que irá servir.



— Perfeito. Deixe ela comer um pouco. Já chamou você pra ajuda-la. Obrigado. — ri pra mais velha. Ela sorri de volta e sai.



Ele volta o olhar pra Úrsula que se mantinha imóvel. — Pode comer... — retira a tampa, o cheiro permeava as narinas da morena. Havia carne bovina, pão, queijo, leite, frutas... Estava farta. Tudo em grande quantidade. Ela se perguntava quantas pessoas iam comer aquilo tudo. — Coma sem pressa, mas se alimente bem. Se precisar de mais alguma coisa, é só falar. Mandarei providenciar.



— Está mais que de bom tamanho alteza. Obrigada. — ela estava sem jeito.



Ele retorna á poltrona para que ela ficasse á vontade para comer.



Úrsula ia retrucar sobre sua volta pra casa. Mas estava fraca. Também não tinha coragem de encarar suas irmãs ainda. Parte disso que a impediu de voltar de imediato. E o rapaz ali estava lhe ajudando tanto. Não queria ser grossa consigo. Ainda um pouco envergonhada, começou a se alimentar. O pão, mesmo sem nada, estava muito saboroso. A massa era uma delícia. Pegou a faca cortando o queijo, comia tudo separadamente, experimentando cada um individualmente. A carne que estava banhada com molho nunca visto pela morena, com uma folha de alecrim por cima completando a boa aparência do prato.



E não estava só bonito, o sabor era impecável. Aquele era com certeza os melhores cortes bovinos, logo, os mais caros.



Jimin assistia satisfeito ela comer com vontade. Um sorriso sutil lhe escapou dos lábios a vendo se deliciar com a fatia de torta de morango. Até se melou.



Ela estava faminta.



Após terminar a refeição, deixando a bandeja quase vazia, ela limpa a boca com o guardanapo de pano. Olha pro príncipe que ainda lhe encara.



— O médico que lhe examinou, disse pra lhe dar esse xarope depois que terminasse de comer. — retira a bandeja de seu colo, pega o outro remédio na mesinha de cabeceira e põe numa colher, delicadamente introduz na boca da menor. — Vou chamar Lourdes pra lhe ajudar com o banho. E deixarei você descansar. Amanhã, após o café, a levarei de volta.



— Não sei nem como agradecer tudo o que está fazendo por mim.



— Imagina.... — ele sorri. — Se estivéssemos em posições invertidas, tenho certeza que faria o mesmo. — ele vai até a porta chamando a mesma mulher de antes. — Lourdes irá lhe ajudar com o banho. Fique á vontade e descanse. Boa noite. — olhou pras duas e saiu fechando a porta.



— Vamos menina, seu banho está pronto. Camille está vindo com água quente. — Lourdes a ajuda a levantar.



A criada lhe guia até o banheiro do quarto que se encontravam. A morena avista a banheira de mármore que lhe aguarda. Nunca se imaginou num cenário como aquele. Sua mente é surpreendida por Camille que adentra também com uma chaleira em mãos. A fumaça saindo em seu bico, indicava que a água estava muito quente. Úrsula apenas observa a ação da jovem criada, que deduziu ter sua idade, ou próxima. Ela despeja a água quente de encontro com a da banheira. Levemente se assusta com o toque da mais velha que desata os nós de seu corset por trás de si.



Após despida, é ajudada a entrar. Tantos sais, aromatizantes. Shampoo.... Nunca havia tomado banho com shampoo. A velha lavava seu cabelo massageando sua cabeça. Aquilo era bom. Ela estava quase adormecida. Sente suas orbes pesando, mas desperta com uma leve risada de Camille que acha engraçada a cena. A criada mais nova pega seu braço e uma escova grande, mas Úrsula puxa seu braço de imediato.



— Calma, ela só vai escovar seu braço. — Lourdes olha pra Camille pra que continue o que ia fazer. A morena se perguntava se estava tão suja assim.



— Ele é geralmente assim com todos? — Úrsula se rende estendendo o braço para Camille.



— Jimin? — Úrsula olha para Lourdes. — Jimin é um príncipe e não só titular. Sua bondade é imensurável. Puxou a mãe.



— A donzela que casar com ele, será a mulher mais sortuda do mundo. — Camilla enfatiza e um breve sorriso se faz nos lábios da morena. Por alguma razão lembrou de sua caçula.



— Obrigada... Com certeza vocês tinham outras coisas para fazerem e estão aqui ocupadas comigo.



— Não se preocupe com isso querida. Deve descansar e comer bem. Não vive mais só por você. — Úrsula franze a testa. — A criança que carrega em seu ventre, precisa de você. — Lourdes conclui.



— Como sabe?



— Minha jovem, não é difícil de perceber. Sua barriga está no formato perfeito.



— Será que é uma menina Lourdes??? — Camille pergunta empolgada.



— Está muito cedo pra saber. Mas daqui umas semanas já dá pra fazer alguns palpites. Parabéns pelo bebê. — ela olha pra Úrsula. — Se quiser, faço seu parto.



— A Lourdes é a melhor parteira da região. Ela que ajudou a Rainha a ter o Príncipe Jimin!




Úrsula começa a chorar.




Se soubessem que ela planejava retirar a criança....




— Tenha calma minha jovem. Deve estar sensível e ansiosa com toda essa novidade. É seu primeiro filho não é? — a morena afirma. — Vai dar tudo certo. E o pai? Já sabe?


— Ele... Viajou. Estou o esperando retornar para lhe contar. — disse um pouco sem jeito.




(...)




No dia seguinte, a jovem acordara com Lourdes trazendo seu vestido que fora lavado e secado na noite anterior. Tomou outro banho. Assim que terminou e se vestiu, retorna ao quarto, Camille havia deixado uma bandeja farta com café da manhã. Ela sorri. Nunca havia sido tão mimada antes. Pena que as circunstâncias que a levou até lá, não foram as melhores. Procurou comer logo. A qualquer momento o príncipe voltaria pra levá-la embora.



E falando no mesmo, não sabia como agradecer. Ele foi tão solícito e atencioso. Não tinha obrigação nenhuma consigo. Pegou em sua barriga. Pela primeira vez sentia algo leve ao sentir seu bebê. Não tinha mais remorso. Estava decidida, mesmo que suas irmãs não aceitassem, mesmo que Namjoon não a quisesse mais... Não desistiria de seu bebê.



A porta é batida, ela vai até a mesma a abrindo, dando de cara com o príncipe que parecia um pouco ansioso.



— Bom dia... Está bem melhor que ontem. Dormiu bem?



— Sim... Obrigada. — ela se curva. Ambos ainda se encontram na porta.



— Vim saber se já está pronta pra tomarmos café.



— Camille já trouxe. — apontou pra bandeja em cima da cama. — Estava uma delícia.



— Ah...



— Pode ir jejuar. Quando quiser, iremos. Já estou pronta. — ela estava animada pra ir embora.



— Tudo bem... — Park sorri fechado.




(...)



Ambos voltavam pela estrada. Úrsula que estava montada ao cavalo real, atrás de Jimin, ia o guiando.



— Seu pai não gostou muito da minha presença. — falou ao lembrar da feição nada amistosa que o rei fez pra si, antes de partirem.



Jimin fica sem graça. — Ele não está acostumado. Aí age um pouco indiferente á pessoas desconhecidas. Mas não se preocupe. Está tudo bem. — um silêncio se prostou diante dos dois, depois ele novamente voltou a falar. — Úrsula... Você não disse o que estava fazendo na floresta ontem, antes de cair.



— É... Eu moro nas redondezas. De fato, não lembro o que fui fazer, talvez estava voltando pra casa quando caí.



— Sabe o que pode ter ocorrido pra essa tontura repentina? — ele era atento a estrada á sua frente.



— Acho que foi o enjôo da gestação.



Ela sabia...



— Ah sim... Claro. — sussurrou. — Sua família deve estar muito preocupada com você.



— Talvez...



— Por quê talvez? Você sumiu desde ontem.



— Elas estão aborrecidas comigo.



— Elas?



— Sim. Minhas irmãs. Inclusive... A alteza as conhece, haha.



— Conheço? — franze a testa.



— Sou irmã de Andressa. — o príncipe para o cavalo subitamente fazendo Úrsula se assustar. Ele se vira a olhando.



— Você é irmã de Andressa?? — seu sorriso se abre. Ela afirma. — Mas não me recordo de tê-la visto no baile, com certeza me lembraria de você.



— Não, eu não fui. Apenas minhas irmãs.



— Oh céus que mundo pequeno! — ele se anima. — Sabe... Ontem quando lhe encontrei, estava indo ao encontro dela. Na verdade, tentar a sorte de acha-la, pois nunca disse onde morava.



— Agora ela não vai mais conseguir se esconder. — a morena ri.



Ele também ri e assanha o cavalo pra dar partida mais uma vez.



Depois de alguns minutos, se aproximam da casinha com o telhado coberto de musgo. Jimin estranha por ser tão escondido. Se perguntava se elas moravam sozinhas ali. E o bebê? Como teria a devida assistência naquele breu? Não era nem dez da manhã, mas as altas árvores cobriam todo vestígio de luz solar. Aquela parte era fria, molhada.



Assim que se aproximam, avista alguém sair para o pequeno terraço. Ele reconhecera aquele rosto. Era uma de suas irmãs. A jovem, de pele leitosa franze o cenho ao vê-lo. Mas seus pequenos olhos arregalam quando vê a irmã atrás de si segurando em sua cintura. Ela corre em direção á ambos.



Jimin prontamente desce do cavalo já ajudando Úrsula. Sabia que aquele alvoroço era por sua chegada. Não deu nem tempo, assim que a ajudou descer, a jovem que tinha olheiras em seu rosto, sinalizando uma noite mal dormida, lhe agarra o tronco num abraço que esquentou o coração de Park.



— Minha irmã!!!! — Aurora a apertava com toda força. Jimin observa a ruiva não conter as lágrimas. Lágrimas aquelas, que eram de alívio. — MENINAS! VENHAM LOGO!!! — a atenção do príncipe é tomada ao ver olhos curiosos e ansiosos que saíam um por um de dentro daquela casa tão pequena.



Ao perceberem que sua irmã havia chegado, corriam animadas.



Com o que elas estariam aborrecidas com Úrsula, como a mesma citou? Elas pareciam tão felizes com sua volta....



Um sorriso maior se forma nos lábios de Jimin ao ver Andressa, que nem nota sua presença de imediato. Mas assim que seus olhos se encontram, a jovem sente um frio na barriga. Passa a encarar o príncipe, enquanto suas irmãs agarram a morena.



Ayira é a última a chegar até as outras. Seu suspiro é de alívio. As mais novas abrem espaço e ela puxa a morena pra um abraço caloroso. — Onde você estava sua tola? — segura o rosto da mais nova com as duas mãos.


— Passei por perrengue. Mas o príncipe me ajudou. — todas olham pra Jimin. Lilith automaticamente liga sua visão mal colocada á situação. Agora tudo fazia sentido. O brasão, era Jimin. Seu suspiro foi de alívio.



— A encontrei desacordada na floresta. Dois soldados estavam prestes a lhe fazer mal. Mas cheguei a tempo. — todas ficam horrorizadas.



— A função dos soldados não é justamente garantir a segurança?? — Aurora indaga revoltada.



— Me envergonho do que aconteceu. Peço desculpas em nome deles. Mas providências já foram tomadas. Posso garantir.



— Até quando seremos destituídas do poder sobre nossos próprios corpos??? — Lilith balança a cabeça.



— Irmãs... Eu estou bem. Graças ao príncipe. Ele me alimentou, me deu um lugar pra dormir, e me trouxe de volta á vocês. Alteza... Muito obrigada. Serei eternamente grata. — Úrsula se curva.



— É uma feliz coincidência vocês serem da mesma família. — olhou pra Andressa.



— Obrigada por cuidar da minha irmã. — a gêmea também se curva. As outras a seguem.




Aurora volta a abraçar Úrsula. — Vocês tem muito que conversar e creio que queiram ficar a vontade. Vou indo.... Andressa, nos encontramos depois? Agora sei onde mora haha — ela fica sem jeito e olha pras irmãs.



— Sim... Nos vemos depois. — sorri tímida.



— E Úrsula... — ele se aproxima da morena. — Por favor, o que precisar, pode contar comigo. Não hesite. Vocês não estão sozinhos. — pegou em sua barriga. Lua estreita os olhos. — Não vou mais interrompe-las. Até mais. — sobe em seu cavalo e retorna por onde veio.





(...)




— Você está bem? — Ayira pergunta assim que todas se acomodam na sala.




— Sim... Fisicamente sim. E ele? Como está?




— O deixei em estado de sono profundo. Dei mais uma porção que o deixará dormindo por mais tempo. Até recuperar as forças.



— Por favor... Não contem o que aconteceu! Vamos enterrar esse episódio aqui. — suas irmãs nunca a viram tão sensível, tão vulnerável.



— Não faça mais isso. Minha cabeça dói desde ontem. O que estava pensando?



— Eu fiquei com medo.



— Medo? Você saiu que nem uma louca desgovernada floresta a fora. Agora me diz, adiantou fazer tudo isso? Quase que uma tragédia acontece. Você sempre quis ter tudo sob controle. Mas instalou um caos aqui dentro. Você não confiou nas suas irmãs, em mim! Você achou que o que? Íamos te jogar fora? Muitas informações ainda processam na minha mente. Os nervos ainda estão á flor da pele. Mas somos uma família. — pela primeira vez, Ayira deixa Úrsula sem palavras. — Porém, sua conversa com o Namjoon não podemos interferir. Ele vai acordar e você não pode fugir. Vai ter que encara-lo.



— Irmã, eu o amo. — as demais apenas observam a prosa.



— Então lute por ele. Lute por esse amor.



— Abra seu coração Úrsula. — Lilith leva chá pra mesma. — Não seja uma pedra fria. Mostre que está arrependida. Vocês irão se acertar. Mas deixe o orgulho de lado.




A morena olha pra mais nova e pega o copo que lhe fora servido.




(...)




— Por isso vi uma movimentação diferente desde ontem aqui. — Taehyung sobe as escadas junto ao duque. — E cadê ele?



— Foi levar a jovem em casa. Só sei que Augusto não está nada contente com isso.



— Lourdes, assim que me filho chegar, diga que quero falar com ele. Estarei em meus aposentos. — os dois viram em uníssono vendo o rei falar com a criada.



— Augusto odeia ser contrariado. E Jimin ama fazer isso. — Hoseok olha pra Taehyung e balança a cabeça.




(...)




— Ainda bem que todo esse caos se findou. Porque amanhã é dia de festa! — Lilith fala animada.



— Festa? — Lua franze a testa.



— Gente! Amanhã é aniversário das gêmeas!!! — Aurora põe a mão na boca. As duas não se encontravam no momento. — O que vamos fazer? O Namjoon assim doente... Nem dá ânimo.



— Não podemos deixar passar em branco. É o 18° aniversário delas. — Úrsula olha pra todas.



— Podemos fazer nossa costumeira celebração, e depois vemos algo mais elaborado pra elas. — Ayira diz e todas assentem. — Amanhã perguntamos o que elas querem de presente. Foram tantas emoções que esquecemos... Mas vai dá certo.



(...)



— Mandou me chamar pai? — Jimin abre a porta olhando pro rei que estava de costas.




— Lourdes está preparando sua mala, você irá passar um tempo na Europa.



— O quê?? Mas porquê??? — ele indaga totalmente incrédulo.





— Porque eu quero! É o melhor pra você. Vai viajar um pouco, esfriar a cabeça.




— Mas eu não quero viajar!!!




— Mas você vai, já está decidido!!




— Eu não vou a lugar nenhum pai!!!



— Eu ainda sou seu pai e você me deve obediência!! Você vai por bem ou por mal. Minha decisão está tomada! E se continuar a se recusar, o mandarei pra um internato!!!




Os olhos do príncipe enchem de lágrima que ele segura até o último momento antes de sair do quarto do pai batendo a porta.




(...)




— Europa??? — Hoseok questiona totalmente incrédulo. — Augusto enlouqueceu? O que você vai fazer na Europa??



Os três jovens nobres estavam reunidos no salão de reuniões.



— Ele não pode fazer isso comigo! O que de mal eu fiz? — o nariz do príncipe se encontrava vermelho.



— Calma Jimin... Hoseok vai falar com ele. — Taehyung tenta consolar o amigo. — O rei deve está raivoso. Espere ele se acalmar, e vocês conversam melhor.



— Eu não vou sair de Gurlan Tae... — Jimin vocifera decidido.



Taehyung respira pesado e encara Hoseok.




(...)




No dia seguinte, todas acordam cedo para jejuar com as caçulas. Ayira e Lilith vão até ambas as acordando. As demais, se aglomeravam ao redor da mesa.



As mais velhas haviam ficado até tarde da noite preparando um café da manhã especial.



Úrsula termina de pentear os cabelos e sai às pressas do quarto. Provavelmente só faltava ela. Assim que abre a porta, sua respiração fica fraca. Seus olhos encontram quem ela mais temia ver no momento.




Ele havia despertado.



O homem, se mantinha em pé, firme rente á porta de seu quarto, apenas fitando a jovem. Seu olhar era indecifrável. A morena não sabia o que ocorria na mente do maior.



Ela aguarda, espera alguma palavra sair da boca do mais velho. Estava pronta pra qualquer coisa que ele viesse a dizer.



Mas nada foi dito. Ele apenas seguiu seu rumo, e se dirigiu até a sala.



Seus ombros caíram com a tensão. Não sabia se aquilo era bom ou ruim. Ficou uma completa incógnita.




Assim que chegam á sala. Abraçam o mais velho por vê-lo de pé novamente. Aos poucos ele estava se recuperando. Namjoon tinha uma saúde de ferro.



Elas estavam felizes. Todo ano, costumeiramente seu aniversário era lembrado. O de todas na verdade. Elas nunca esqueciam dessa data especial. Fizeram um café da manhã reforçado. As meninas ainda sentiam o clima pesado. Mas fizeram de tudo para que as gêmeas aproveitassem bem seu dia.



Quando a noite caiu, foram fazer a oficial celebração. Levaram vinho, frutas... Era noite de lua nova, de mudanças, de um novo ciclo. Deixavam a juventude, e adentravam á vida adulta.


Namjoon acendeu a fogueira no campo onde sempre faziam suas celebrações. Amarrou um lenço nos vestidos das duas, os unindo.



"É seu aniversário e nós queremos lhe contar, desejos de feiticeiras devem se realizar..."



As irmãs cantavam em ciranda com ambas no círculo



Namjoon assistia contente. Batia palmas em conjunto com a cantoria das mais velhas. Seus olhos pousaram um um ponto específico. Estava hipnotizado. Ve-la ali dançando diante da fogueira, era de tirar o fôlego. Estava mais radiante que de costume. Os cabelos pretos batendo na cintura, um colar preto envolvendo seu pescoço, nos lábios, batom vermelho.



Ele amava aquela mulher mais que tudo.



Independente de tudo.




Dançando e cantando, Andressa levita todas suas irmãs que sentem a leveza nos pés ao deixarem de tocar o chão. Pareciam bailarinas. O sorriso de Namjoon era escancarado vendo-as felizes. Elas saltavam no ar. A fogueira alta aquecia a todos ali na noite fria.





Mas o que a família não imaginava, que ali, por trás das grande árvores, distante, eram assistidas por Yoongi, que não tinha mais sombra de dúvidas quais criaturas eram aquelas diante dos seus olhos.





....




⋆⋅⋅⋅⊱∘──────∘⊰⋅⋅⋅⋆   



Desculpem a demora, a rotina está me consumindo. 

Parece que temos uma bomba prestes a explodir. 🤭

Até o próximo cap meus amores ❤️🥀✨


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⏰ Última atualização: May 24 ⏰

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