Vizinhos - Richard Rios

02- Coisas de SP

Estava em casa após um longo dia, depois de um merecido banho me encontrava jogado na cama, com a companhia do Tony é claro.

Ainda estava pensando na abordagem feita para mim a horas antes. A minha nova vizinha havia chamado bastante a minha atenção, primeiro porque eu esperava alguém bem mais velho que ela. Nesse tipo de residência, sou um dos mais novos aqui no condomínio, sei muito bem que apenas os que tem ótimas condições vêem para lugares como esse, eu poderia com toda certeza ir para um lugar maior mas seria exagero para alguém que mora completamente sozinho com um cachorro.

Confesso que não era assim antes. Antes de me mudar para o Brasil eu sempre vivi rodiado da minha família. Sou muito apegado a eles, não é atoa que tenho a cara do meu sobrinho tatuada no meu braço, adoro estar com eles. Confesso que era bem menos solitário aqui quando eu ainda estava em um relacionamento, mas infelizmente (ou felizmente) nós terminamos, não estávamos encontrando sintonia nem momentos de paz e compreensão da parte de ambos.

Após o término, podia se dizer que agora eu morava oficialmente sozinho com meu cachorro, tinha visitas sempre porém quando elas iam embora me sentia sozinho de novo. É muito ruim estar em um lugar diferente do seu, mas não posso fazer nada, não tenho culpa de amar esse país incrível em que eu estou morando atualmente.

Depois de um banho de horas e de um jantar simples e reforçado eu precisava dormir mais que tudo. Porém não conseguia parar de pensar sobre minha nova vizinha, de onde ela vem? O sotaque dela é diferente, obviamente ela não é de São Paulo ou do Rio de Janeiro ( eram os sotaques mais fáceis de identificar para mim). Como ela conseguiu parar em um lugar assim sendo tão nova? Ela mora sozinha? Será que ela namora?

São tantas que eu não sabia nem por onde começar, adorei o jeito descontraído e natural dela, sinto que com essa garota não existe filtros. Adoro isso em uma pessoa.

Depois de torrar meu cérebro pensando na minha nova companheira de andar, cai no sono e só acordei no dia seguinte com meu alarme tocando as sete da manhã, eu precisava urgentemente me arrumar para ir pro CT.

E assim fiz minha rotina, café da manhã reforçado, depois sai para correr e voltei para casa, tomei um banho e finalmente sai. Hoje eu levaria o Tony para ficar em uma pousada para pets, preferia assim para ele não ficar tão só em minha ausência. Assim que coloquei meus pés para fora de casa com o enorme cachorro, vi minha vizinha (minha linda vizinha) com uma provavel roupa de acadêmia, ela carregava um saco de lixos enorme e consegui escutar um pouco do som que tocava no interior de sua casa.

- Bom dia vizinha. - cumprimento ela, a partir de hoje o máximo de interação que eu conseguir fazer, eu vou fazer. Ela chamou muito a minha atenção, não sei porque disso já que até agora nenhum dos meus casinhos chamou essa atenção toda, nem minha própria ex-namorada me atraiu tanto assim de início. Tinha algo nela, como uma corrente que me puxava, para ficar cada vez mais perto dela. Minha intuição me diz que era melhor me afastar, mas como fazer isso depois de ir correndo atrás dela? Realmente dessa vez eu vou ver no que vai dar e apostar em mais um romance de curta metragem.

- Bom dia, oi amigão. - falou ela de forma fofa, se abaixando minimamente e tentando passar a mão na cabeça de Tony, porém o mesmo não conseguia ficar parado.

- Pelo visto você acordou animada. - falei sorrindo para ela, sei que a minha maior arma é esse sorriso de canto. Irei usá-lo sempre com toda certeza.

- A música tá muito alta? Desculpa é que eu tô arrumando as coisas da mudança e... - ela começou a se explicar rapidamente, porém cortei sua fala antes que ela pudesse se explicar mais.

- Calma, tá tudo bem, não escutei nada, só comentei porque você parece realmente animada. - respondi vendo ela suspirar aliviada. Era tão importante assim ser boa vizinha nesse país?

- Eu gosto de decorar, então a mudança é uma nova forma de decorar minha casa, vai ser interessante. - disse ela risonha, olhando bem no fundo dos meus olhos. Outra coisa que eu gostava nela, contato visual, ela sempre falava olhando nos meus olhos. Adoro isso, parece que estou sendo desafiado.

- Entendi. Enfim um bom dia para você e boa mudança, se precisar de ajuda depois das seis é só bater na minha porta. - falei saindo após receber um puxão de Tony, ele havia me lembrando o que eu deveria estar fazendo. Provavelmente eu estaria atrasado, de novo.

- Bom trabalho pra você também, tchau dogão. - disse ela, entrando no apartamento novamente em seguida, provavelmente em busca de outra bolsa de lixo já que ela havia deixado uma do lado de fora de sua casa.

A pergunta que não saia da minha cabeça ontem a noite voltou para ela após minha entrada no carro. Porque ela está aqui? Como ela veio parar aqui?. E aí uma ideia brilhante pousou sobre minha cabeça enquanto levava Tony para o hotel canino. Instagram, eu tenho que encontrar o insta dessa garota. Mas como era o nome dela? Eu nem sabia disso. Essa menina estava tomando conta de todos os pedaços do meu cérebro, se continuasse assim minha concentração iria embora. E para um jogador de futebol isso não era muito legal, ainda mais quando se tinha um técnico como Abel, que para ele o foco era tudo. Eu precisava voltar a realidade e por meus pés no chão. Aqueles olhos negros e penetrantes não vão me enfeitiçar.

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Sempre que vocês verem essas fotos do Richard no começo da história é porque essa será a versão dele, e o mesmo serve para a Lauwana, sempre que verem a sua foto na capa do capítulo irão saber que é a versão dela.

As versões do Richard só irão aparecer quando necessário, o foco total será na Lauwana.

E só para vocês saberem, o nome do cachorro dele completo é Tony Stark. Vi um vídeo de uma menina com esse nome no cachorro dela e desde então eu quero um cachorro com esse nome, então porque não colocar aqui?

Enfim, espero que estejam gostando dessa fanfic pois minha cabeça está cheia de ideias para ela.

Enfim
Obrigado e desculpem os erros ortográficos:)