Vizinhos - Richard Rios

20- Nevoa

Me acordei de um sono divino, nunca havia dormido tão bem quanto naquela noite. Acordei e me virei à procura de Richard após sentir falta de seu calor, infelizmente não o encontrei. Resolvi procurar meu celular e ver o horário. Minha cabeça doía um pouco, mas não mais que meu corpo, Richard havia abusado de mim de todas as formas, não estou reclamando, me lembro bem de ter suplicado por mais a cada segundo. Não tive muitas experiências com sexo, mas as poucas que tive foram incríveis, lembro-me vagamente da minha primeira vez e de como eu estava nervosa, mas ainda bem que eu escolhi a pessoa certa para fazer aquilo. Mais uma vez eu havia encontrado uma pessoa que cuidou bem de mim, pelo menos até agora ela me parecia ser certa também. Nunca havia tido uma noite como aquela, independente de qualquer coisa e de qualquer vez que fiz sexo com meu ex, nenhuma delas se compara ao que aconteceu ontem. Eu me perdi, lembro de ter me transformado e de gemer loucamente em cima do moreno, também me lembro do sorriso sacana que ele possuía em seu rosto, ele não era bobo e eu muito menos. Não sabia se estava pronta, mas no final valeu a pena não pensar muito sobre a atitude. Pelo o que eu me lembro, depois de todo o ato eu não conseguia formular mais frases completas e nem tinha forças para me erguer e conseguir me limpar, Richard havia perdido todo o seu raciocínio e esquecido completamente o português, anos e anos de aprendizado desapareceram de sua cabeça durante o sexo e até mesmo depois dele, levou um certo tempo até que o moreno conseguisse falar normalmente minha língua. Nossos corpos se enroscaram tão bem na noite passada, tudo foi tão bom naquela noite, então porque Rios não estava aqui ao meu lado está manhã? Provavelmente ele havia tido algum imprevisto e teve que sair mais cedo, apesar de eu saber que provavelmente não era nada demais, minha mente ainda assim queria me sabotar. Afastei os pensamentos o mais rápido que pude.
A gente se conhecia a tão pouco tempo que me parecia loucura e até mesmo insano de mais estar fazendo isso, eu me joguei de cabeça em algo que nem planejava mais uma vez, assim como havia feito a cada decisão que tomei desde que sai de casa. Tudo aquilo era tão insano e assustador, mas não de uma forma ruim, na verdade me soava muito bem estar finalmente vivendo depois de anos em um celibato que ocorreu sem que eu sequer percebesse, eu tinha que admitir, era tão bom dar de novo.

Resolvi afastar os pensamentos e me erguer, estava tudo muito silencioso, segui em direção ao banheiro e me arrumei, fiz minhas higienes e depois coloquei uma camisa de Richard e uma bermuda mais apertada e curta do mesmo. Peguei meu celular dentro de minha bolsa que estava jogada em cima de uma poltrona que existia no quarto, observei bem o horário e vi que já eram por volta das onze da manhã, não tive tempo de olhar nada no celular e nem queria, na realidade eu queria saber o paradeiro de Richard. Será que o mesmo havia transado comigo e ia me abandonar depois disso? Acho que não, as paranóias não iam me vencer dessa vez. Segui em direção a cozinha e me deparei com Dona Maria cozinhando algo que cheirava muito bem.

- Bom dia tia. - falei ao me aproximar, me sentando nos bancos de frente a bancada enquanto encarava a mesma. - que cheiro maravilhoso é esse?

- Bom dia princesa, estou preparando algo muito reforçado para você, senhor Richard disse que a senhorita estava precisando de algo reforçado, aproveitaram muito a festa? - falou a senhora passando a me encarar e deixar a comida que a mesma vigiava de lado.

- A festa foi incrível, a gente se divertiu bastante, inclusive onde ele está? - perguntei a senhora, que tirava algo que era visto como um café da manhã de dentro do microondas.

- Ele teve que sair para resolver algumas coisas, mas me mandou avisá-la que se estiver sentindo alguma dor pode me pedir qualquer remédio, e também disse que era para que você comesse e descansasse. - falou a mulher e em seguida ela me empurrou uma linda bandeja de café da manhã. - coma um pouco do café, mas deixe espaço para o almoço.

- Acho melhor eu esperar pelo almoço. A senhora sabe onde ficam os remédios para dor muscular e dor de cabeça? - perguntei e logo em seguida uma onda de vergonha me bateu após a mesma me encarar com uma feição maliciosa.