93- Objetos Cortantes

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Era dia de clássico no Allianz, Palmeiras e Corinthians. Eu estava animadíssima, amava xingar time adversário e logo o rival que tá rebaixado? Vai ser a melhor coisa xingar cada um deles. Eu queria ir pro meio da torcida, mas Richard como sempre implicou com isso. Sei que é meio arriscado, mas mesmo assim não existiam chances de acontecer algo perigoso conosco. Não ficaríamos no meio da torcida, apenas em uma área feita para a família que ficava mais próxima ao campo, mas em uma área totalmente segura. Estava acompanhada de Brendha e do irmão mais novo de Veiga, o Gabriel acabou se tornando mais um membro do nosso grupo de amigos. Avisei a Richard que ficaria na área interna, tenho certeza que após o jogo ele vai reclamar muito por minha desobediência, mas infelizmente não há o que fazer, é o palmeiras. E eu faço tudo para torcer para ele e ter a melhor vista na área mais animada que eu consigo ir agora.

Ao chegarmos lá, me despedi do colombiano e fizemos o nosso ritual antes do mesmo entrar no campo, palavras de carinho e positivas e um momento mais religioso com orações que o ajudem a tomar cuidado na partida. Tenho medo que ele se machuque, ainda mais em um jogo arriscado como esse.
Depois de tudo isso, fui até a área que eu queria ficar com os outros dois que iriam me acompanhar, ao chegarmos lá encontramos Jazmín, mulher de Gustavo Gomez. Ela estava acompanhada dos filhos assim como eu estava com Thales, nos juntamos a ela. Não vi nada de perigoso ali, já que estavam vários idosos e crianças no lugar, familiares que sequer se importavam com o clássico paulista e a possibilidade dele ser agressivo. Me juntei a eles e me acomodei em meu lugar, Thales dançava em meu colo, Brendha estava receosa enquanto Gabriel tomava sua cerveja sem se importar.

- Eu tô com uma sensação ruim desse jogo, isso não vai prestar, devíamos ter escutado eles. - falou a loira, contrariando novamente minha ideia enquanto assistia o estádio encher cada vez mais.

- Breh, relaxa, não vai acontecer nada com a gente. Tem várias pessoas aqui completamente tranquilas, e se acontecer alguma coisa o Gabriel socorre a gente por isso eu trouxe ele. - falei, enquanto dava batidinhas no ombro do Veiga mais jovem, que me encarou desconfiado.

- Suas ideias nunca dão certo, e outra, as meninas avisaram que sempre aconteciam confusões. - falou a loira novamente, me fazendo rolar os olhos pela teimosia.

- Brendha relaxa, elas não vieram porque estão ocupadas, não porque vai ser perigoso, sabe que elas não ligam nem um pouco pra isso. - falei, e ela bufou enquanto se sentava ao meu lado.

- Pelo visto eu sou a única que tem consciência. - falou ela, me fazendo rir pelo seu jeito preocupado de ser.

- Vamos aproveitar, a vista daqui é incrível e a animação hoje tá a mil. - falei, com um sorriso mais largo do que queria.

Que saudades que eu tava dessa energia gostosa de jogo, como eu amo o meu verdão. Estava admirando o estádio que estava deslumbrante e se enchendo cada vez mais. Os ingressos para esse jogo se esgotaram nas primeiras horas de venda. Era início de paulistão, ano passado problemas fizeram com que a competição fosse realizada no fim do ano, e agora finalmente estava acontecendo na data normal e prevista para todos os anos. A torcida começou a cantar uma de suas maravilhosas canções, e eu obviamente acompanhei junto do irmão de Veiga.

- " Doutor, eu não me engano, filha da puta é corinthiano! " - cantei enquanto balançava Thales em meu colo, Brendha olhava desacreditada enquanto Jazmín ria da cena.

- Olha a música que ela canta pra uma criança que tá aprendendo a falar. - falou a loira, me repreendendo novamente.

- Eu tô errada? Ele tem que saber cantar essa música de trás pra frente, ser palmeirense vem de berço amiga, olha como ele tá dançando, ele ama isso aqui. - falei orgulhosa, enquanto observava minha pequena cópia pular em meu colo animadamente ao escutar a torcida cantar e vibrar.

Vizinhos - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora