05- Imaginação ou Realidade?

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Assim que me deitei em cima da cama pude ter o meu surto digno, eu estava dormindo no quarto de hóspedes de um dos meus ídolos e além disso tive uma conversa super legal e descontraída com ele, passamos horas conversando e foi tão confortável e relaxante que sequer vimos o tempo passar. Sinceramente se me dissesse que o dia de hoje ia acabar assim eu nunca acreditaria. Não sabia se ele estava fazendo isso por educação ou pelo simples fato de sentir pena de uma pobre coitada molhada ao relento de um corredor frio, não sei se entendi bem mas alguma intenção ele tinha comigo.

Podia estar enlouquecendo, mas parecia muito que ele estava flertando comigo, deve ser o fanatismo falando mais alto. Realmente estava contente por estar mais próxima do Richard, queria que ele me visse como uma colega e pelo o que eu percebi ele é bem mais interessante do que parece. Ele é engraçado e charmoso além de ser super respeitoso e educado. Depois de algumas horas de conversa descobri muito sobre a vida dele e ele da minha, descobri que tínhamos bem mais em comum do que poderia imaginar.

Ao mesmo tempo em que eu tentava pensar sobre os últimos acontecimentos, também pensava nas coisas que a partir de agora passaram a ser prioridades, precisava resolver alguns problemas e me informar bem sobre o apartamento. Enquanto pensava sobre isso, olhava para o vidro da janela que estava coberta pela cortina, mas fora dela a chuva caia de forma desastrosa. Trovões estrondosos, raios brilhantes rasgavam o céu, eu infelizmente não conseguiria dormir pelo pequeno medo que possuía. Sempre que sentia medo meu irmão me abraçava e dizia que tudo ficaria bem, quando Leandro se casou me sobrou Leonardo para me fazer carinho enquanto nos abraçavamos com medo das chuvas. Meu pai sempre reunia todos na sala para vermos filmes em tempos de chuvas fortes. Era um momento de muito conforto para mim, uma memória quentinha que tinha em minha cabeça, mas agora estava sozinha só tinha a mim mesma para me esquentar e acalentar.

Escutei alguns barulhos estrondosos vindos da cozinha, não sabia se tinha permissão para sair do quarto e ir para outro cômodo xeretar, mas não deixaria que a casa fosse invadida ou destruída. Me levantei ainda receosa e comecei a dar passos extremamente lentos pela porta, abri a porta da forma mais devagar possível e me dirigi para a sala de estar, essa que também era interligada com a cozinha, assim que entrei no cômodo vi que estava completamente vazio. Fui andando de costas olhando tudo ao redor, estava com tanto medo que sequer vi quando algo se levantou do chão e esbarrou em mim, me fazendo dar um berro e a pessoa que seria a possível invasora também gritou.

— AHHHHHH. - solto o grito mais verdadeiro de toda minha vida, me viro e vejo quem era o dono do segundo grito. - aí meu Deus que susto. - digo colocando a mão sobre o peito.

— Cara eu juro que não te vi chegar, como você chegou aqui? Tipo, em completo silêncio? - ele falava ainda em um misto de choque, porém sorrindo junto comigo.

— Eu só vim ver o que era que estava fazendo tanto barulho, sério Richard eu quase tive um infarto. - falo, colocando a mão em seu ombro á procura de equilíbrio logo após bater em algo, no balcão talvez.

— Opa, cuidado. - disse ele. E ali, naquele completo breu, com apenas a luz dos raios para iluminar, me perdi naquele olhar.

Porque eu estava fazendo isso? Deveria estar parecendo a maior esquisita do mundo, mas ele retribuía, retribuía tão bem quanto eu. O que estava acontecendo? O que era aquilo que estavamos fazendo? Nos aproximando devagar, ofegando, estávamos mesmo nos desejando? Não Lauwana você deve estar parecendo uma louca na frente do garoto, se controle por favor.

E logo após esse surto de pensamentos, eu tomei a iniciativa e me afastei devagar seguindo em direção ao sofá.

— Porque acordou? - perguntei apenas para quebrar o silêncio.

Vizinhos - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora