36- De volta ao lar

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Infelizmente mesmo querendo ficar eu precisava ir embora. Todo o nosso tempo aqui na minha cidade foi mágico, mas infelizmente a nossa estadia acabou.

Os primeiros dias foram incríveis, depois da praia também fomos ao parque aquático, o que me rendeu os momentos mais maravilhosos que eu pude viver e também fez com que aquele sentimento de nostalgia viesse me agraciar. Fomos em festas na casa de amigos, eu e Richard aproveitamos bem a situação para nos amar em quase todos os lugares possíveis, depois da bebida entrar dentro do corpo nada mais controlou as vontades que estávamos tendo desde quando transamos no meu quarto às escondidas. As meninas me zoaram muito por isso no outro dia, infelizmente elas escutaram muita coisa. Também existiram momentos mais familiares, e eu ensinei Richard a dançar forró, foi memorável e agora eu sei que o moreno tem um requebrado invejável. Tudo foi tão bom, com descobertas incríveis e com momentos triunfantes, mas eu confesso que nada era melhor do que voltar para casa e me jogar na minha cama fofinha.

Após chegar em casa eu aproveitei para tirar alguns cochilos e depois voltar a rotina, eu precisaria ir para o Rio em algumas semanas durante dois dias na semana. Milena e eu iríamos para a casa dela e a cacheada estava decidida que estava na hora de voltar a rotina e ir à procura de um emprego. Eu acho que tudo está acontecendo muito rápido para ela.
Infelizmente esse tempo que tiramos adiando os problemas só fizeram com que mais problemas inacabados aparecessem. Ela tinha se decidido, então eu não tinha muito o que fazer a não ser apoiá-la e ajudá-la no que fosse preciso.

Algumas horas depois da minha chegada, minha casa foi invadida por uma loira histérica, que chegou causando e despejando seu drama familiar em cima de mim e de Milena. Nosso humor estava ótimo, então porque não virar conselheiras Eloah?

— Eu não aguento mais o meu pai! Primeiro eu tenho que me formar em algo que eu não sou muito fã, e agora eu tenho que noivar com o filho medíocre e calvo do amigo dele!? Em que século ele vive? Século quinze? Vai se fuder, que ódio! - enquanto Eloah esbravejava seu ódio, eu tentava me concentrar e fazer de tudo para não rir, Milena tentava acalmar a fera falhando miseravelmente.

— Que seu pai é um machista babaca todo mundo sabe, mas você é a princesinha dele Elô, se você chorar ele esquece essa história de casamento. - falou Milena e a loira passou as mãos pelo cabelo enquanto andava pela casa irritada.

— E você acha que eu já não fiz isso? Faz semanas que ele está com essa ideia maluca, eu nunca chorei tanto na frente dele pra ele esquecer isso. E adivinhem? Nem com todo drama do mundo ele desistiu.

— Se você disser que está namorando, será que ele desiste? - perguntei soltando a ideia por alto enquanto comia uma maçã.

— Onde porra eu vou arrumar um namorado a essa altura do campeonato Lauwana? E ainda mais um bonito, que entenda a situação e não se aproveite de mim. Se eu for precisar de alguém pra isso eu vou perder todo o meu dinheiro pra pagar a pessoa que eu contratar. - falou ela nervosa.

Não sei quem é Henrique, muito menos conheço o pai da Eloah pessoalmente, porque o homem é muito ocupado e nem ela vê ele direito com tanta frequência. Tudo da vida dela era perfeito aparentemente. Tudo bem que ela queria cursar moda e infelizmente teve que fazer administração, mas depois de um tempo, se ela quiser mudar ela pode. Esse casamento arranjado seria bom pro pai dela, mas para ela seria um pesadelo. Uma solução teria que ser achada o mais rápido possível. Se ela tivesse alguém, a mãe dela ia enlouquecer e convenceria o pai dela de desistir. Era uma boa ideia, mas achar alguém que entrasse nesse barquinho é que era complicado.

— Você não tem nenhum amigo que toparia essa loucura? - perguntei e ela me olhou com cara de tédio.

— Todos os meus amigos homens são gays.

— Não tem nenhum deles que consiga fingir para te ajudar até seu pai esquecer dessa ideia?

— Lauwana, todos os meus amigos são gays nível Luca, ou seja o mais extravagante possível. Não tem como eles me ajudarem. - falou ela e eu acabei soltando uma risadinha baixa. - não tem graça vagabunda.

— Desculpa, é engraçado te ver com raiva.

— Faz o favor de tomar no seu cu, valeu? - falou ela me dando dedo e eu acabei rindo mais um pouco. - é sério gente o que eu faço? Eu tô desesperada, eu sei que ele não está blefando.

— Olha, a ideia da Lauwana não é ruim, só precisamos achar alguém que tope entrar nessa. - falou Milena e eu concordei.

— Quem toparia? Talvez o Gustavo? - perguntou Eloah se sentando no sofá e pensando junto conosco.

— Eu acho que o Gus não ia querer falar com a gente agora, ele ainda tá tendo o momento diva dele. - falei e ela o xingou baixinho.

— Na hora que a gente mais precisa do filho da mãe, ele mete o pé. - falou a loira e dessa vez eu e Milena começamos a rir.

Era difícil ver Eloah sair dos trilhos, ela sempre foi muito fria em questão de sentimentos, ver ela assim agora era, querendo ou não, engraçado.

— O Richard não tem nenhum amigo gostoso pra ajudar ela não? - perguntou Milena me encarando.

— Amigo gostoso é o que ele mais tem, difícil é achar um que preste e que tope essa palhaçada. - falei e uma lâmpada brilhou em cima da cabeça de Eloah.

— O Piquerez! - ela falou se levantando do sofá e indo em direção a sua bolsa na cozinha.

— O que tem ele? - perguntou Milena.

— Ele vai me ajudar, eu vou pagar a ele e ele me ajuda. - ela falou pegando o celular e se sentando ao nosso lado, entrando no contato dele.

— Desde quando você tem o número dele? - perguntei.

— Desde quando vocês estavam de viagem e a galera marcou um rolê e nós dois ficamos amigos. Ele seria perfeito. - falou ela começando a listar os prós. - além de educado, é bonito, rico, jogador, gringo e nunca consegue dizer não a ninguém por ser ingênuo demais.

— Olha Elô, eu acho que o Piquerez é tudo menos ingênuo. - falei terminando de comer a maçã.

— Ok, ele pode não ser tão ingênuo assim, mas eu tenho certeza que ele vai cair no meu papo. Vou marcar um café pra gente e conversar com ele pessoalmente, preciso colocar ele contra a parede pra não ter chance dele negar. - falava ela empolgada enquanto marcava o tal café com ele.

— Vocês se pegaram na festa? - perguntou Milena e ela negou.

— Ele é muito bobinho pra mim, gosto de homem que não presta e que deixa isso estampado na cara. - falou Eloah, infelizmente eu conhecia bem o seu tipo.

Os típicos héteros top nojentos de academia, com a fisionomia dos caras que participam do de férias com o ex e a personalidade mais podre e duvidosa que você pode imaginar. Não sei como ela consegue se apaixonar por eles, quando todas as palavras que saem da boca deles são nojentas. Se eu ficasse em uma sala trancada com qualquer um deles eu me matava.

Pelo visto minhas amigas iam pegar todo o elenco do palmeiras graças a mim. As torcedoras que lutem, porque eu só vou assistir elas se contradizerem e o circo pegar fogo.
























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Mais um capítulo, dessa vez mais curto porque eu não quero capítulos gigantes nessa fic. Em alguns momentos serão necessários, mas em outros nem tanto.

Eu amo vir com capítulos mostrando os dramas das amigas da Lauwana para vocês. Acho esse trio pra lá de icônico.

Interajam isso me deixa muito feliz, comentem e curtam por favor.

Enfim
Obrigado e desculpem os erros ortográficos:)

Vizinhos - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora