32- Chegada

1.2K 39 6
                                    

Eu estava dentro do aeroporto junto de Lauwana e Milena. Esperávamos nosso vôo para seguirmos até a cidade natal da morena, essa que estava muito ansiosa com a nossa ida. Milena estava morrendo de sono pelo fato de estarmos indo durante a madrugada, para chegarmos lá por volta das nove da manhã, o melhor horário para que conseguíssemos fazer a surpresa tão planejada por Lauwana.
Chegaríamos lá e seríamos recebidos pela cunhada de Lauwana, Mariana, essa que seria nossa principal cúmplice. Assim que acontecesse a nossa chegada, iríamos para a casa de Lauwana e ficariamos aguardando até o momento exato da surpresa.

- Lauwana, eu tô tentando dormir mas não tô conseguindo, porque você está quase tendo um treco de tanto se mexer! Para quieta pelo amor de Deus! - Milena reclamou se levantando da cadeira que ela estava deitada.

O nervoso dominava minha quase namorada por completo. Talvez a ansiedade de rever a família depois de um certo tempo, eu entendia bem o sentimento dela. A saudade de casa era algo que eu carregava comigo por qualquer lugar que eu fosse, sou apegado às pessoas que eu realmente prezo e que eu realmente amo. Minha família é muito importante para mim, o fato de estar longe deles é doloroso, mas saber que eu estou mantendo eles bem com o dinheiro do meu trabalho faz com que tudo fique melhor para mim. Tenho certeza que esse sentimento também é compartilhado pela morena.

A irritação de Milena chegava a ser cômica pelo fato de que parte dela estava grongue pelo sono.

- Desculpa, eu tô muito ansiosa. - falava Lauwana tentando se distrair jogando um joguinho qualquer no meu celular. Às vezes ela me lembrava Thian

- Já tomou calmante? Eu acho que tenho um na bolsa. - falou a cacheada me fazendo rir.

- Acho que é melhor eu não me drogar, valeu. - falou Lauwana.

Milena bufou e se deitou nas cadeiras novamente, cobrindo seus olhos com o casaco que ela carregava, ela não estava se importando com o fato de estar jogada no meio de um aeroporto cheio de gente.

Observava Lauwana tendo todos os tics nervosos possíveis, hora ela estralava os dedos, ou ruia as unhas, mechia nos cabelos, balançava a perna nervosa. Tudo isso com uma agonia enorme e as vezes fazendo tudo ao mesmo tempo. O celular da mesma descarregou pelo fato de que ela não pregou o olho durante o tempo livre que tínhamos para dormir e ficou mexendo nele durante uma parte da noite. No momento o celular dela carregava com o meu carregador portátil. Ela utilizava o meu para distrair sua cabeça, infelizmente não estava funcionando.

- Porque está tão nervosa? - perguntei na tentativa de distrair a garota.

- Não sei, saudade talvez? Faz muito tempo, a última vez que vi eles foi quando fui ser madrinha do casamento da minha amiga, fazem o que? Um ano? Quase dois na verdade. Foi logo quando eu cheguei aqui, em dezembro, fui e fiquei lá quase o mês inteiro. Depois disso passei um tempão sem ir, bateu muita falta nesse tempo. - falava com uma certa ansiedade na voz, era algo bonito de se ver o amor que Lauwana possuía pela sua família.

- O que importa é que agora você vai, relaxa, não tem porque ficar nervosa. - falei e ela se encostou em meu peito.

- Eu sei, mas eu não consigo. - falou ela passando as mãos pelo rosto. - Mimi. - chamou a amiga e Milena murmurou algo ainda com o rosto coberto pelo casaco. - Me dá o calmante.

- Graças a Deus, toma, eu só não vou te entupir com isso ai porque faz mal. - falava a cacheada, enquanto se levantava e pegava o remédio com certa agilidade. Era perceptível a felicidade dela ao fazer aquilo.

- Nossa como você me ama né? - falou Lauwana tomando o remédio se encostando em mim novamente.

- Aí me erra Lauwana, não sei como o Richard consegue ficar de boa com isso. - falou a cacheada se deitando novamente, desistindo do sono e começando a papear conosco.

Vizinhos - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora