53- Doente?

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Não aguentava mais as insistências nem pressão sobre o fato de eu estar me sentindo mal a algum tempo. Eu não estava bem, eu sei disso, mas eu não gosto de hospitais e tenho certeza que isso tudo é exagero.

Era terça-feira, hoje teria jogo e eu iria com Brendha e Eloah. Brendha veio durante a manhã correr comigo e continuou insistindo no assunto de ir ao médico. E agora ela está com uma nova teoria, essa que é completamente improvável pelo fato de que eu estou fazendo tudo certo e utilizando todos os métodos para que não aconteça. Pois é, ela acha que eu estou grávida. Eloah e Menino concordaram com essa ideia ridícula da cabeça da loira, que estava a dois dias jurando de pé junto que eu deveria fazer um exame. Já marquei exame sanguíneo e checkup geral, não vou fazer um teste porque é impossível e improvável.

Não consegui almoçar por falta de fome, também estava com a garganta inflamada, o que fazia com que meu corpo não tivesse nenhuma disposição e dificultava minha alimentação. Sempre tive facilidade em ficar doente, estava demorando para que ela inflamasse, normalmente, no mínimo eu ficava com a garganta ruim por três vezes no mês. Eu estava fazendo de tudo para ir ao jogo, mas meu corpo não estava conseguindo nem levantar da cama. Eu estava fraca e tive que diminuir a distância da corrida hoje com Brendha por não sentir que aguentaria correr mais. Vomitei a vitamina que tomei a tarde, minha cabeça estava prestes a explodir e eu estava um pouco febril. Meu corpo doía, minha cabeça não conseguia ser descrita a dor que ela emanava. Brendha e Elô viriam me buscar, mas se decepcionaram quando me viram deitada no sofá, estando com o corpo coberto e desarrumada.

- Lauwana? Você não tá pronta? - perguntou Eloah assim que entrou, ficando completamente surpresa ao me ver não ir a um jogo.

- Desculpa meninas, não tô me sentindo bem, não consegui comer hoje com a garganta doendo e minha cabeça tá doendo muito. Não iria conseguir aproveitar o jogo de jeito nenhum, eu vejo de casa não se preocupem. - falei, e ambas me olharam com desconfiança.

- Você tá pálida, precisa comer alguma coisa. - falou Brendha checando minha temperatura. - está um pouco quente, Elô pega o termômetro dela por favor. - Brendha pediu e a outra loira obedeceu.

- Você quer que a gente fique com você? Sabe que eu ficaria numa boa, não gosto de jogo. - falou Eloah, voltando com o objeto pedido.

- Nada disso, vocês vão pro jogo sim. Eu tô bem, não se preocupem. - falei, negando a ideia delas, e Eloah bufou se sentando no sofá.

- Deixa de ser teimosa, está doente há semanas e não faz nada direito. A gente vai ficar pra cuidar de você, o Richard não vai voltar hoje, se ele aparecer vai ser só amanhã à tarde. - falou Brendha, retirando os sapatos e jogando sua bolsa para longe do corpo.

- Por favor meninas, eu vou ficar bem!

- Não vai, você sabe que só remédios sem recomendação não vão funcionar. - falou Brendha enquanto mexia no celular. Provavelmente avisando a Gabriel que não iria ao jogo e informando o porquê.

- Vocês sabem o que eu penso sobre o que pode ser essa doença. - falou Eloah, me fazendo bufar irritada.

- Eu não tô grávida!

- Lauwana, você está com todos os sintomas de uma grávida. - falou Eloah, irritada pela minha teimosia.

- Eloah não é possível, ok? Eu e o Richard sempre usamos proteção, eu vou colocar um diu mês que vem. Não tem como. Além do mais, nem todos esses sintomas são de gravidez. - falei me sentando no sofá, entregando o termômetro pra loira que checou minha temperatura.

- Tá normal, pelo menos com febre você não está. - falou ela, me encarando séria.

Provavelmente ela estava irritada pela minha teimosia e irresponsabilidade com a minha saúde, eu entendo isso, ela está correta sobre isso. Mas eu odeio hospitais, eles sempre me remeteram coisas ruins, me lembram sobre minha mãe e sua morte trágica por uma doença horrível, me lembra da falta de memórias que eu tenho com ela. Eu tenho medo de um dia ter câncer como ela e descobrir isso também, é uma doença horrível. Praticamente todas as mulheres da minha família materna já passaram por isso. Não quero ser a próxima. Esse pensamento estava ecoando na minha cabeça, pesquisei todos os sintomas e quase todos não batiam, mas mesmo assim eu tinha medo, nenhum diagnóstico é igual ao outro. Tinha traumas daquilo, tinha medo de estar saudável e da noite pro dia minha vida inteira acabar e eu deixar de existir do nada.

Vizinhos - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora