O Último Raio De Sol❄️

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EHHH FINALMENTE POSTEI!!! DESCULPEM-ME.

Para dar um clima mais intenso leiam com a música Abraham's Daughter- Arcade Fire. Deixei um cover aí pra vocês.

É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA QUE LEIAM AS NOTAS FINAIS,NÃO É NENHUM BLÁ BLÁ BLÁ, SÃO ESCLARECIMENTOS DESSE CAPÍTULO PARA QUE NÃO TENHAM DÚVIDAS.

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"A cada passo do rapaz era possível escutar o estalar das folhas amareladas do outono que jaziam caídas cobrindo o chão daquele bosque. Aquele caminho morto na qual um rapaz inepto a viver percorria. Suas vestes eram pretas como a cor do seu cabelo; seus olhos tão dourados quanto as folhas secas que cobriam o chão, as sobrancelhas franzidas e o olhar a procurar algo dava-lhe o ar de que talvez a morte estivesse as suas costas pronto para apunhalá-lo com uma adaga.Mas a morte teria que o esperar, ele agora precisava encontrá-la.A garota que roubou seus sentimentos e seus sentidos,que fez tudo que ele achava fazer sentido, evaporar num abrir e fechar de olhos.Com a mão esquerda tirou o cabelo que caia nos olhos, pôde sentir a temperatura gélida da mão, o suor frio que chocava com o ar e voltou a colocá-la no bolso do sobretudo. Nunca estivera tão nervoso e ansioso como estava agora.

O vento parou.

Seus passos cessaram.

O silêncio pairou sobre o bosque dourado.

Suas respiração era irregular, seu peito ardia, mas ele já estava acostumado com a dor.

O vento voltou com uma rajada forte levando as folhas caídas do chão em sua direção e os fios do seu cabelo extremamente pretos sobre seus olhos , era como um tapa vindo do nada contra seu rosto, e como um tapa ele virou o rosto contra o vento. Agora tudo parecia normal, mas dessa vez ele a avistou. Estava a frente do rio, vestindo um vestido branco rendado, o cabelo ruivo caia-lhe sobre os seios, a boca era rosada e o rosto tão pálido que parecia que a moça possuía uma aura perolada.
Ele a olhou, seus coração pareceu perder algumas batidas, o sangue era quente em suas veias, ele era seu refém.
Os dois deram as mãos começando uma valsa, o rapaz estava feliz por tê-la nos braços, por sentir o calor do corpo dela contra o seu, por poder vê-la sorrindo.
As risadas do casal pareciam doces melodias no bosque, encantava.Uma lágrima escorreu pela bochecha da garota, ele parou a valsa confuso e a secou com o polegar.
Outra rajada de vento bateu contra eles. Mas quando cessou, não havia mas nenhum casal dançando, não havia mais sorrisos, nem risadas. No chão o sangue manchava o vestido rendado dela, a parte de dentro branca do sobretudo dele agora era vermelho, de mãos dadas, os rostos pálidos, os lábios azuis, olhos fechados, não havia batidas aceleradas do coração, não haviam batidas."

Lia fechou o livro depois de soltar um longo suspiro pela tragédia do fim da história e o pôs de volta a prateleira da sessão ficção. A biblioteca estava vazia, aquele era seu quarto dia trabalhando naquele local e dessa vez ficou responsável de fechá-la.
Lá fora como sempre havia acabado de cair uma chuva e mal se via o sol. O frio era grande Picando-lhe o nariz e as bochechas, numa tentativa de esquentá-las pôs as mãos sobre eles enquanto dirigia-se até a cafeteria na ala norte depois dos livros de ficção científica. Preparou um chocolate quente -seu preferido- e acomodou-se numa das mesas redondas do local.
Tudo era tão silencioso que as vezes a incomodava, mas era bom para seus pensamentos. O garoto da floresta passou novamente pela sua cabeça, ele nunca havia saído da sua mente desde o dia que o conheceu. Aquele rosto angelical e com expressões rudes ao mesmo tempo não parava de repetir-se várias vezes.
Decidiu-se então que tentaria mais uma vez devolver-lhe a camisa, na tentativa passada era seu terceiro dia de aula, o procurou no mesmo local que o avistara pintando da ultima vez, mas não o encontrara, decidindo que viria então novamente em outro momento, e seria agora.

Traces of Paint • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora