Roses are red, violets are blue... ❄️

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Leiam escutando a música que deixei na multimídia. "Bleading Out - Imagine Dragons".

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Quando chegar o dia
Que eu tenha perdido meu caminho de volta
E as estações pararem
E se esconderem embaixo da terra
Quando o céu ficar cinza
E tudo estiver gritando
Eu vou procurar dentro
Só pra encontrar meu coração batendo
Oh, você me diz pra aguentar
Oh, você me diz pra aguentar
Mas a inocência se foi
E o que era certo está errado.

-Bleading Out( imagine dragons)

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Liath Hunt sempre fora uma garota tímida e curiosa, desde ainda pequena os traços do seu jeito introvertido a privavam de socializar com outras crianças, ela preferia estar sozinha, conversando com sua própria mente e amigos imaginários que nunca zoavam do seu jeito estranho. Quando criança gostava de se imaginar detetive, vestia o negro sobretudo do pai, que lhe ficava grande demais para seu pequeno corpo. Seus métodos de pesquisa consistia num papel riscado à lápis para fazer a "tinta" decalcar a impressão digital no folha e depois era só comparar as digitais. Nem sempre era divertido, somente quando seus tios iam visitá-los e a casa ficava cheia. Enquanto isso não acontecia, passava as tardes com apenas os olhinhos na janela, vendo a movimentação na rua, digamos que aquele hábito não havia se perdido nem se tornado uma lembrança distante.

A garota observava pela janela da biblioteca, a movimentação da rua a frente, o sol já se encontrava distante, seu brilho parecia se acalmar escondendo-se pelo meio das árvores, e ela poderia jurar sentir o vento sempre mais forte naquele momento em que a grande esfera dourada desaparecia no horizonte, até as árvores pareciam chacoalhar mais forte, como se algo pesado fosse jogado no meio daquela densa floresta, e então um densa e lúgubre névoa se arrastava pela terra em direção a vila.

Lembrou-se de Harry, o rapaz que até pouco tempo ela não sabia o nome, que adentrou seus pensamentos por longas horas como uma grande incógnita, ela mal o conhecia, e agora, mesmo sabendo o nome dele, mesmo tendo uma real conversa com ele, ela se baralhava ainda mais com o grande puzzle que o garoto era.

Caminhou até sua mochila jogada de lado no chão, pegando o livro que Harry havia mandado devolver. Agora com mais calma, ela podia analisar aquela peça, a capa marrom Um pouco desgastada, o nome do livro quase não poderia ser lido se não fosse pelo fato das letras serem em alto relevo, pois a tinta dourada aos poucos havia se descascado. A lombada estava um pouco arrebentada, as páginas eram amareladas, aquele típico cheiro de livro velho estava empregando em cada uma delas. Coçou o nariz irritado pela poeira, e delicadamente abriu na primeira página, com o carinho de algo desgastado que precisava de cuidados.

Nunca havia visto esse livro por aquela biblioteca, talvez estivesse escondido por muito tempo detrás de outro, não era uma má suposição já que este era pequeno do tamanho da palma de sua mão, e poderia muito bem ter passado despercebido pelos olhos de qualquer um, claro, menos pelos lindo par de olhos verdes do rapaz da floresta.

Se encostando a janela, pôs-se a ler.

—"A "Morte Escarlate" havia muito devastava o país. Jamais se viu peste tão fatal ou tão hedionda. O sangue era sua revelação e sua marca a cor vermelha e o horror do sangue....

Mas o príncipe Próspero era feliz, destemido e astuto. Quando a população de seus domínios se reduziu à metade, mandou vir à sua presença um milhar de amigos sadios e divertidos dentre os cavalheiros e damas da corte e com eles retirou-se, em total reclusão, para um dos seus mosteiros encastelados. Era uma construção imensa e magnífica, criação do gosto excêntrico, mas grandioso do próprio príncipe. Circundava-a a muralha forte e muito alta, com portas de ferro. Depois de entrarem, os cortesãos trouxeram fornalhas e grandes martelos para soldar os ferrolhos. Resolveram não permitir qualquer meio de entrada ou saída aos súbitos impulsos de desespero do que estavam fora ou aos furores do que estavam dentro. O mosteiro dispunha de amplas provisões. Com essas precauções, os cortesãos podiam desafiar o contágio. O mundo externo que cuidasse de si mesmo. Nesse meio-tempo era tolice atormentar-se ou pensar nisso. O príncipe havia providenciado toda a espécie de divertimentos. Havia bufões, improvisadores, dançarinos, músicos, Beleza, vinho. Lá dentro, tudo isso mais segurança. Lá fora, a "Morte Escarlate"..."

Traces of Paint • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora