Leiam com a música "Another Love - Tom Odell".(multimídia)
Ps: Estou preparando uma surpresa para vocês. Fiquem espertos.
Boa leitura:)
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O céu jazia num azul encantador naquela tarde, as crianças corriam desajeitadas nas ruas, em um tremendo alvoroço, os rostos vermelhos e suados da corrida, se escondiam nas saias das suas mães que sorriam ao mesmo que tempo que deixava sair uma reclamação.Liath brincava como anel em seu dedo, sentindo aquela área minimamente aquecida pelos poucos raios de sol que travavam uma batalha com as teimosas e densas nuvens, refletindo o pouco do brilho sobre a pedra verde. Foi estranho para Lia, mas ela notava que a luz apenas escurecia mas a pedra, o verde passava a tornar-se numa cor profunda, quase negra.
A rua estava animada aquela hora, não se sabe o que fez com que Lia naquele momento virasse o rosto em direção aquele estreito e esquisito beco, talvez coincidência, destino? Apenas talvez. Mesmo que fosse dia, aquele lugar era privado da luz, culposo era a construção de primeiro andar que a circundava. Daquela pouca iluminação, uma sombra encostava-se sobre umas das paredes, observou a movimentação da rua com olhos astuciosos e calculistas, ninguém a notava, talvez todos estivessem muito ocupados com suas próprias vidas para perceber que eram todos observados, estudados em suas ações. A sombra sorriu, um sorriso convencido e malicioso cortou o seu rosto. Todos, exceto a garota de olhos cinzas e pálidos feito aquele dia, notara aquele ser camuflado na escuridão. Escondendo-se sobre uma das esquinas a alguns metros, dando a desculpa para Annie, de que seus sapatos se desamarrara, observou a sombra tornar-se viva, desvencilhar-se das latas de lixo e andar calmamente em direção ao fim da vila. Um rapaz. Aquele rapaz, ela disse a si mesma. O corpo evergando um longo sobretudo escuro com as abas abertas cobrindo o percoço, na cabeça uma toca creme cobria alguns fios enrolados de cabelo castanho. Nos pés, aquelas mesmas botas castanhas.
—Lia? — a voz a chamou.
—Hum? Sim?
—Pra onde você está olhando?—perguntou a garota procurando com os olhos o que tanto Lia olhava, mas havia tantas pessoas naquele momento, que seria preciso saber o que se estava procurando para poder encontrar.
—Nada de significante. Tudo bem pra você se eu for pra casa agora ? Preciso descansar um pouco.—sorriu.
—Tudo bem, eu também vou para casa, hoje é dia de ajudar na cozinha. Adeus.- acenou.
Liath despediu-se acenando, tentando acelerar os passos, na medida em que parecesse pelo menos normal, ou que não atraisse a atenção e todos percebessem que ela perseguia alguém."Perseguidora" esse pensamento fez Lia rir baixinho, talvez fosse apenas os seus nervos agindo pelo medo de ser descoberta pelo rapaz. Seus passos eram revesados por pequenas corridinhas, até finalmente poder vê-lo mais claramente. O rapaz não havia virado uma única vez para trás, ou olhado para os lados, sempre mantendo o olhar para baixo seguindo até a floresta, e mesmo quando este a adentrou, não houve sequer um olhar para os lados. Lia ia se escodendo por entre as esquinas, tentando ser o máximo discreta, esperou alguns segundos após a entrada do rapaz na floresta, até se aproximar e com uma súbita coragem entrar naquela mata.
Escondendo-se atrás das árvores, seguiu o barulho das folhas sendo pisadas pelo rapaz, repetia para si mesma "Seja leve, leve, leve" a cada passo que dava, tentando ao máximo não fazer nenhum barulho.Por um momento o rapaz parou, ela tornou a esconder o rosto por trás de um grosso tronco de um dos grandes pinheiros que cresciam ali. Em sua mente ela gritava para que que ele seguisse caminho, que não tivesse notado sua presença indesejável, sua conciência tagarelava milhões de reclamações, a garota fechou os olhos com força e precionou mais seu rosto contra a superfície áspera no tronco. "Siga em frente! siga em frente!"
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Traces of Paint • H.S
Mystery / ThrillerApós a morte de seu pai, Liath Hunt se muda com sua pequena irmã para Gorm, uma vila irlandesa afastada da civilização. Um lugar misterioso, onde começa a sofrer uma série de assassinatos. Um assassino a solta.Pode ser qualquer um daquela vila. Mas...