A Última Ceia

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Tudo veio à tona!

O clima estava desequilibrado e estranho.
Mas tudo também estava em pratos limpos!

- Lydia minha irmã, não tenho palavras para expressar o quão deprimida com tudo isso eu estou; também não tenho como expressar tamanha vergonha. Sempre fomos amigas e inseparáveis, sempre nós três nos protegendo uma à outra de toda e qualquer desarmonia a nossa volta...
Falava Leila buscando encontrar o conforto que tanto precisava em meus olhos.

- Você não tem culpa, minha irmã! - afirmei segurando suas mãos - Nada disso é culpa de alguém que não seja a Katherinne. Você encarar o fato de que ela realmente não é mais uma criança já é um bom passo.

- Me perdoe! Por favor, me perdoe!
pedia Leila entre lágrimas.

- Não há nada que deva ser perdoado, Leila. O que acabou de acontecer, já aconteceu e não nos resta o que fazer. Vamos seguir em frente e vamos vendo no que vai dar. Cuide da sua família, cuide de você! Seremos para sempre, irmãs.

- É isso mesmo! - exclamou Delilah entrando no salão - Não vamos deixar que as escolhas dos nossos filhos afetem a nossa relação, somos irmãs e melhores amigas umas das outras, não é justo você sentir culpa pelo erro que outra pessoa cometeu, ainda que seja sua filha.

- Eu concordo e de fato é uma verdade o que disse, Delilah. Mas na prática é muito difícil não se culpar pelo mau comportamento do seu fruto.
replicou Leila.

- Irmãs, o importante é que não deixemos de ser amigas, eu não suportaria viver sem uma de vocês. Leila, não importa o que aconteceu, já passou! Você seu marido e seus filhos são bem vindos a permanecerem, mas espero que entenda que não posso continuar no momento compartilhando os dias com Katherinne como se nada disso tivesse me afetado.

- Ora, eu entendo. Mas também não posso abandona-la e deixá-la voltar para casa e ficar sozinha, conhecendo a filha que tenho, aprontaria muita coisa. E agora que ela pensa ser mulher, é bem pior.
respondeu Leila, conseguindo não chorar dessa vez.

O dia estava congelante, lá fora havia tanta neve que, era quase impossível ver o marrom dos galhos e troncos secos cobertos de branco.

Enquanto Peggy trazia mais lenha para as lareiras, Madeleine estava descendo as escadas junto com Eleanor.

Madeleine havia se banhado, e todos nós estávamos a caráter de uma grande ceia que decidimos fazer para firmar não só a paz, mas demonstrar o perdão de todos para com todos.

Nesta ceia, os criados comeriam e beberiam conosco e cada um de nós serviria à si mesmo e ào outro sem nos importarmos com as condições sociais, como demonstração de lealdade e boa fé.

Minha filha estava linda!
Com seu vestido branco de laço, e fita azul em seu cabelo escovado.

Quando terminou de descer as escadas, a recebemos com inúmeros elogios, e pedidos de desculpas pelo Augustus. Madeleine quase que sem graça, com suas bochechas coradas, agradeceu a todos com muita gentileza, e abraçando o seu primo, o perdoou.

- Uma verdadeira princesa!
disse Delilah.

- Obrigado todos vocês.
respondeu Madeleine com um belo sorriso.

No alto da escada apareceu Katherinne, e enquanto estava descendo as escadas, Leila disse:
- Você deveria estar no quarto, Katherinne! Você não pode estar aqui.

- Calma, mamãe. Eu só quero pedir desculpas também, pelo que fiz.
respondeu Katherinne.

- Ainda assim não acho uma boa idéia.
disse Charles com convicção em sua voz.

MadeleineOnde histórias criam vida. Descubra agora