O Jantar de Quinta

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A visita das minhas irmãs sempre me foi agradável.
Eram tempos de qualidade, conversas e lembranças da nossa vida antes nos casarmos, e também o compartilhamento das dificuldades da vida marital e materna, e eu por ter sido a última a me casar e tornar-me mãe, estava sempre aberta para os mais sábios conselhos e exemplos de ambas.

Leila, a primogênita, casou-se com um bom marido, e com ele teve 4 filhos.
Delilah, a filha caçula dos meus pais, casou-se com um belo e jovem rapaz, que fazia jus ao seu bom humor. Ambos eram notoriamente felizes, pais de 2 meninos estavam a espera do seu terceiro bebê.
E eu, filha do meio, casei-me por último com um bom homem, de boa educação e gentil. Ele não era muito diferente dos meus cunhados, mas para mim era mais que especial, pois diante de tantos abortos espontâneos que sofri desde que nos casamos, nunca me disse uma palavra maldosa sequer, sempre me acolhendo e compreendendo a imensidão daquelas perdas.
Mas depois de muitas tentativas, conseguimos certa vez ter uma menina, e a chamamos de Madeleine.

Madeleine adorava quando seus primos e prima vinham se hospedar em nossa casa, pois por ser filha única, não tinha com quem brincar.
Quanto a nós, adorávamos a nossa casa cheia de vida e alegria que eles traziam.
O som dos calçados das crianças a correrem sobre o piso de madeira, e seus passos subindo e descendo as escadas, seus gritos pelo jardim enquanto brincavam sobre a grama.
Ficava tudo perfeito!

Todos os anos, nossos parentes passavam uma temporada conosco, ano passado na primavera, meus sogros vieram e ficaram até o fim da estação seguinte, esse ano, minhas irmãs e cunhados estão presentes, sendo eles bons presentes em nossas vidas.

Quinta a noite, dispensei as criadas da cozinha para que eu e minhas irmãs pudéssemos cozinhar para os nossos maridos e filhos em intimidade familiar, mantendo os demais criados para o auxílio com a organização da casa, o que seria muito necessário já que os salões estavam sempre sendo bagunçados.

- Madeleine está cada vez mais linda, minha querida irmã. Estou incrédula que já se passaram 7 anos desde que ela era apenas um doce bebê em seu bercinho.
Disse Leila enquanto cortava as cebolas.

- Sim sim, é inacreditável mesmo como o tempo passou tão rápido e mesmo assim, você continua muito bela e jovem, Lydia. - replicou Delilah.

- É um grande prazer receber vocês aqui, Madeleine tem com quem brincar, eu tenho com quem conversar, e nossos maridos têm seus assuntos para discutir. Talvez devêssemos nos encontrar mais vezes ao ano. O que acham? - perguntei.

- Achamos incrível. - respondeu Delilah

- Com certeza minha querida irmã, seria maravilhoso para todos. - disse Leila.

- Delilah, você está radiante. Seu marido deve estar muito contente com mais um filho de vocês.

- E está Lydia! e estou ansiosa para pôr essa criança para fora - respondeu Delilah rindo - Adoro ser mãe, mas a gestação dói muito e em muitos aspectos, não sei como a Leila conseguiu quatro vezes. - brincou Delilah.

- Ahh minha querida irmã, gerar é um dom e não é para todas. Mas assim que der a luz, e as crianças começarem a dar dor de cabeça, logo sentirá falta delas em seu ventre. - respondeu Leila.

E enquanto ríamos, Katherinne nos surpreendeu com sua presença na porta da cozinha.
Se aproximando, perguntou:

- Tia, onde está o seu marido, tio Charles?

- Mas para quê você quer saber do seu tio, Katherinne? - indagou Leila, sua mãe.
Você deveria ir brincar com seus irmãos e primos, Madeleine adora brincar com você.

MadeleineOnde histórias criam vida. Descubra agora