Desgraça Parte 1

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Naquela madrugada, vislumbrei um estranho sonho, onde eu me via à beira de um enorme penhasco, enquanto um vento forte bagunçava os meus cabelos.
Eu me via pulando, mas também me via ali parada, segurando a mão de uma criança; uma cena que me fez acordar do sono num pulo.

- Senhora Lydia!
exclamou Peggy enquanto batia em nossa porta.

- Sim Peggy, só um momento.
respondi enquanto lavava o meu rosto suado e confuso com o sonho que acabara de ter.

Vestindo meu robe eu abri a porta e foi quando ela perguntou:

- Madeleine está aqui com vocês?

- Como assim Peggy ? Não! Ela não está conosco.
respondi enquanto sentia um calafrio em meu coração.

- Eu tive um sonho e quando acordei, ela não estava em sua cama. Imaginei que ela estivesse aqui com vocês.
disse Peggy.

- Não Peggy! Ela não veio para cá. Ai meu Deus, onde será que ela está? Charles acorde!
exclamei acordando Charles enquanto sentia calafrios em minha espinha.

- Peggy, chame Eleanor e procurem ela em todos os cômodos da casa. Eu e Charles vamos descer em seguida.

- O que houve querida?
perguntava Charles coçando os olhos.

Fiquei nervosa e não conseguia me concentrar, uma vontade de chorar me tomou e eu não conseguia controlar, então desabei em lágrimas com o meu coração apertado.

- O que houve Lydia? Está me assustando!
indagava Charles sem ter nenhuma resposta.

Quanto mais eu chorava, menos conseguia respirar, e por um momento senti um enorme peso em meus ombros, um grande vazio dentro de mim, e um desespero sem explicação.

- Eu...eu não consigo...Charles, estou sentindo algo, uma tristeza, não sei explicar...
tentava falar mas o choro ocupava toda a minha garganta e não havia espaço para palavras.

Charles levantou-se e então se vestiu, me deu um beijo na testa e saiu aos quartos para acordar a todos.

- Senhora, senhora! Procuramos em todos os quartos, cômodos, fomos ào escritório e à biblioteca, mas nenhum sinal dela.
relatou Eleanor. E a cada palavra que ela falava, maiores medos tomavam meu coração.

Desci as escadas indo para o salão, e lá já estavam Delilah e Leila servindo chá para que os ânimos fossem acalmados.

- Olha tia Lydia, a fita de Madeleine presa naquele galho seco!
exclamou Katherinne sentada sobre o baú enquanto olhava pela janela.

Corri para fora e em meio ao frio congelante e toda aquela neve, me direcionei a macieira.

Era a fita que estava enfeitando o cabelo de Madeleine no jantar, gritei seu nome mas o barulho do vento era mais alto que a minha voz.

- Querida venha para dentro! Você vai ficar doente.
disse Charles me levando para dentro.

- Não vamos nos desesperar. Madeleine pode estar em qualquer lugar dessa casa, a casa é grande.
disse Delilah tentando acalmar a todos que estavam ali.

- Mas isso nunca aconteceu, minha irmã! Madeleine nunca fez algo desse tipo, e está tão frio para ela ter ido lá fora e perder sua fita.

- Senhora Lydia, não a encontramos em nenhum lugar lá fora. Olhamos até mesmo a carvoaria, olhamos os estábulos e a lavanderia, mas nenhum sinal dela.
disse Crispin, o responsável pela área externa da propriedade.

- Olha querida, não se preocupe! Ela deve estar em algum lugar, vamos encontrá-la.
disse Charles como tentativa em me acalmar.

Não sabia o que estava acontecendo naquele momento, mas algo me dizia que nada ficaria bem, que a minha filha não estava nada bem.

MadeleineOnde histórias criam vida. Descubra agora