Desgraça Parte 2

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A porta do escritório foi aberta enquanto todos estávamos entretidos com toda a desgraça que estava acontecendo, quando Edmund a atravessa segurando algo em seus braços, o que deveria ser o bebê da Delilah não estava chorando.

- A minha filha, é uma menina linda igual a mãe, minha doce Delilah...
disse Edmund enquanto a porta estava entreaberta.

Pela brecha da abertura, pude ver o corpo de Delilah deitado sobre o divã, imóvel, enquanto o médico lavava suas mãos na bacia de água.

Seus olhos estavam fechados, como os de Madeleine, então logo pude entender que a desgraça em nossa família, não tinha terminado.

- Minha bebê...como você é linda minha bebê...
falava Edmund em prantos enquanto acariciava seu rostinho sem vida.

Sentou-se Edmund em uma das poltronas sem força alguma quando Charles o agarrou para que não caísse.

Peguei sua filha de seus braços e quando a vi enrolada naquele pano branco ensanguentado, nada mais fazia sentido, tudo estava desmoronando e era como se não houvesse fim aquela infelicidade toda.

Leila levantou-se do chão, entrou no escritório e chorou sobre o corpo de Delilah, lamentando profundamente sua inesperada morte.

- O bebê era muito prematuro, mas com todo esse estresse causado pelos acontecimentos, culminou no rompimento da bolsa. Delilah não tinha dilatação suficiente e o bebê estava se afogando em sangue e líquido amniótico, foi necessário uma cirurgia às pressas para que ao menos a bebê fosse salva; mas infelizmente as duas faleceram. Eu sinto muito.
disse o médico explicando a situação a Leila que não parava de chorar.

Em pouco tempo, Katherinne voltou ao salão algemada na companhia dos dois oficiais da lei. O detetive Cameron Winkler tinha em suas mãos o serrote usado por ela, para tirar a vida da minha Madeleine.

E quando ela percebeu que Delilah acabara de falecer, junto ao seu bebê prematuro, sentou-se abalada na poltrona, com uma extrema confusão em seu olhar.

O grande salão que outrora havia sido palco para um grande e feliz jantar de comunhão, agora era cenário para uma realidade fúnebre e triste, marcando assim não somente a estação, mas todos da cidade que ouviram a história.

- Eu sinto muito por toda esta desordem que tem os acompanhado, por todo esse caos. Sinto muito por sua esposa e filha, Senhor Edmund, também sinto pela sua perda Senhora Leila. Estou profundamente arrasado com vossas perdas. Eu poderia ter um minuto de sua atenção senhor Charles e senhora Lydia ?
falou o detetive Cameron, demonstrando seu pesar.

Entreguei minha sobrinha natimorta aos braços do médico e fomos nós três à cozinha.

- Aqui está a arma do crime. A senhorita Katherinne colaborou com a busca e me deu detalhes do que fez. Sei que este não é um bom momento para tais informações, mas preciso perguntar se desejam saber como tudo aconteceu.
perguntou o detetive.

Em silêncio, paralisados estávamos e enquanto eu encarava aquele serrote que ainda continha manchas de sangue da nossa filha, só me restou a dizer:

- Isso mudaria em alguma coisa? Traria minha Madeleine de volta? Olha o que isso causou, olha toda essa desgraça que se instaurou em minha família, minha casa... Minha filha está morta e nada pode mudar essa péssima realidade.

- Eu entendo senhora Lydia, e de verdade sinto muito por todo esse sofrimento, jamais vi algo assim acontecer, em vinte anos de carreira e experiência, nunca vi algo igual, e estou profundamente abalado. Mas para dar início ao processo de prisão de Katherinne e levá-la a julgamento, é necessário todos os fatos serem esclarecidos.
disse o detetive.

MadeleineOnde histórias criam vida. Descubra agora