- Katherinne Montgomery Wisbech! O que você fez?
gritou Leila furiosa.- Ahhhh, mamãe mamãe!
gritava Madeleine enquanto chorava com desespero.Despertei mas ainda atordoada do susto e tendo que manter minha cabeça no lugar naquela manhã, estava totalmente confusa com toda aquela gritaria de fundo.
Ao olhar para o lado da cama onde Madeleine havia dormido, a vi coberta de penas manchadas de sangue, e seguindo com os olhos, logo mais vi um pombo decapitado e com uma asa quebrada, sem um dos pés.
Nunca vi tanta pena como estava vendo na minha cama e sobre Madeleine, muito sangue e um cheiro horrível de morte pairando pelo meu quarto.
Abruptamente me levantei da cama e pegando Madeleine pela mão, a tirei daquele cenário macabro.- O que aconteceu?
perguntou Charles vindo desesperado em nossa direção pelo corredor.- Eu não sei, tem sangue e penas e um pombo morto na nossa cama...não sei o que houve ainda estou tentando assimilar...você está bem minha querida?
me voltei para Madeleine, perguntando enquanto eu tentava processar o que estava acontecendo.Madeleine chorava e soluçava e nada a acalmava.
Charles entrou em nosso quarto e antes que saísse pude ouvi-lo gritar "- de novo não, de novo não -"Mas o que estava acontecendo? Se tudo aquilo fosse uma brincadeira, então que brincadeira de muito mau gosto, de gosto horrível por sinal.
Matar, decepar a cabeça e um dos pés de um pombo, depena-lo e despejar suas penas sobre uma garotinha enquanto dorme não é nada saudável, não são atitudes de uma pessoa normal.Tudo aquilo já havia ultrapassado todos os limites, e eu não aceitaria zombaria dentro da minha própria casa contra a minha família.
- Me deixa em paz mamãe, não vê que está me sufocando?! Não sou mais uma criança que você possa controlar, já sou mulher e você tem que me deixar.
gritou Katherinne enquanto discutia severamente com Leila.- Mas o que está acontecendo aqui?
perguntei de modo ríspido enquanto abria violentamente a porta do quarto onde estavam hospedados.- Não é nada de mais minha irmã...
respondeu Leila com uma voz trêmula mas logo a interrompi.- Não quero saber Leila! Isso acaba aqui. Não tolerarei falta de educação por parte de ninguém para com ninguém nesta casa, entendeu?!
Vistam-se e desçam, vamos ter uma conversa. Agora!
ordenei seriamente enquanto sentia o peso de toda uma manhã caótica novamente.- Peggy! Peggy...Peggy!
gritei pelo corredor.- Sim minha senhora...
respondeu Peggy subindo as escadas.- Apronte um banho quente para Madeleine, vista-a e ponha essas roupas na fornalha, as roupas de cama também. E tira aquele animal morto da minha cama.
ordenei sem paciência mas buscando não ofender a ninguém.Madeleine a seguiu conforme havia mandado para logo mais descer e tomar o café da manhã.
Vesti o meu roupão e fui ao quarto de Leila novamente.- Há dias venho percebendo uma certa falta de boa comunicação entre vocês, um clima desagradável e um comportamento muito estranho, principalmente vindo de você Katherinne. Eu exijo saber o que está acontecendo, ou vamos tirar isso a limpo na frente de todos daqui a pouco no grande salão.
Caladas, Leila e Katherinne se entre olharam e de cabeça baixa, permaneceram em silêncio.
- Não é possível que estou falando só! Será que não me respeitam nem agora que tudo está tão sensível e minha filha totalmente vulnerável?
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Madeleine
Ficción históricaInspirada em uma história real, esta obra traz consigo a breve história de Madeleine, que era apenas uma criança quando foi brutalmente assassinada, o que culminou em eventos trágicos, marcando para sempre a família Montgomery.