The Life and Times of the Radio Demon.

Capítulo 29

Autor: Não sei vocês mas adorei a primeira temporada de Hazbin Hotel

capítulo

Alastor estava em um buraco. O tempo que ele tirou do trabalho para entrar em uma onda de matança e se isolar nas partes mais sombrias e horríveis de si mesmo pouco fez para reprimir a inquietação e a dor que se acumularam em cada pedaço de seu corpo, recusando-se a ser extinto. Deitado na cama tarde demais, com os olhos amarelos e brilhantes na escuridão, ele se sentia sujo e nojento, exatamente como Anthony o acusara de ser.

Todas as suas ações foram apenas para confirmar o que ele pensava que Anthony pensava dele? Seu lado masoquista estava ganhando muito com ele e forçando-o a se destruir ao destruir os outros? Talvez seu sadismo tenha levado a melhor sobre ele - ele era um serial killer, um assassino em massa, um demônio sem coração e intrigante que há muito foi distorcido pelo tempo e pela escuridão. Mas ele não pensou que fosse tão cruel a ponto de machucar Anthony. No entanto, ele tinha sido, ele era. E já fazia muito tempo que ele não sentia culpa.

Ou dor, ou qualquer emoção humana real e livre. Não é que suas emoções simplesmente tenham desaparecido, mas elas haviam desaparecido em um canto tão desolado de seu cérebro que ele não se preocupava com elas há anos, e elas não o incomodavam. Isso foi até que eles vieram arrombar a porta da frente e atacá-lo.

Ele se virou em sua cama, nada em seu apartamento capaz de lhe proporcionar qualquer conforto ou paz real - até mesmo o pequeno Harry sentiu a energia sombria cercando o lugar, e ele passou a maior parte do tempo dormindo, sua brincadeira temporariamente amortecida. Harry – ele se lembrou do primeiro Harry, o garoto que havia sido ele mesmo. Só de pensar em todas as coisas que aconteceram com Harry foi o suficiente para deixar Alastor desconfortável - tinha sido outra pessoa, em outra vida e, de certa forma, ele havia sido vingado.

Então, ele pensou no segundo Harry, o primeiro de seus gatos. Lembrou-se de como o havia feito feliz naquela parte mais sombria de sua vida e sentiu uma ternura ao lembrar como se dirigiu aos amigos dos Cormier depois que as tragédias ocorreram. Os Cormiers. Agora, essas eram pessoas nas quais Alastor não conseguia pensar.

Ele se agarrou ao terno azul que a Sra. Cormier havia feito para ele como se fosse uma tábua de salvação, mas não ousava relembrar a comida dela ou a maneira distraída como ela às vezes esfregava sua nuca quando estava se sentindo mal. particularmente protetor com ele. Pensar na Sra. Cormier só levaria a pensar em Guidry, no seu olhar atento, na sua rude bondade. Os dois escolheram defender sua posição diante dos Lundelville pelo que fizeram a Harry, em vez de fugir.

Alastor apertou os lençóis nas mãos, sentindo algo queimar atrás de seus olhos, e embora tentasse dizer a si mesmo que eram os resquícios de sua raiva, ele sabia que isso provavelmente não era verdade. Silenciosamente, ele se levantou no quarto escuro e vestiu-se diligentemente, como um homem se preparando para um funeral. Algo tinha que mudar – ele podia sentir as pedras pesando sobre ele até o fundo do oceano, podia sentir a pressão aumentar a cada segundo que passava. Ele precisava se abalar – se não fizesse algo para mudar isso, ele se tornaria inútil. E assim, com o que lhe restava de energia, ele saiu furtivamente de seu apartamento e saiu para a rua.

A noite estava estranhamente fria considerando que ainda era verão, então ninguém se importou muito ao vê-lo em camadas, cobrindo a maior parte do rosto. Ele caminhou lentamente até as partes mais sombrias da cidade, seus pés o carregando automaticamente. Ele não conseguia nem aproveitar a ronda, como sempre fazia, absorvendo os sons, os cheiros e as sensações de Nova Orleans.

Tudo lhe parecia de mau gosto e estéril, uma cidade que costumava saborear por ser tão cheia de vida e morte coexistindo. Ser empregado por um dos maiores mafiosos da cidade e passar bastante tempo com Anthony o deixou bem informado sobre onde deveria ir para fazer o que desejava - bem, o que ele parecia desejar.