Capítulo 14

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A mulher tinha uma postura serena e um olhar afiado como o de um felino, com um delineado vermelho sobre as pálpebras. Trajava um longo vestido preto, com uma capa esvoaçante de tule presa ao ombros e longos cabelos negros trançados e presos em um coque.

Seu nome era como a própria brisa de primavera antes de uma batalha sangrenta: Ismeny, uma mestra das artes marciais do reino de Gidhad e cujo poder interior era equivalente ao de um dominador. Ninguém diria isso agora, quando ela usava sapatos de gala e um vestido digno de uma rainha.

— Diga-nos sua solução, mestra Ismeny — Yulir falou e a mulher deu um sorriso de canto.

Ela andou presunçosamente até ficar lado a lado com Asher, encarando-o profundamente.

— É um fato que a jovem a quem vocês se referem é a vida mortal e condenada da estrela vermelha de Dong, a assassina da estrela de Lin — Falou — E, agora, o que já era predestinado está acontecendo. A única forma de impedir que ela console essa maldição, é extinguindo os sentimentos dela.

Asher estava incrédulo, pois o que ela sugeria era algo que eles fariam com mestres possuídos pela magia konami. 

— Isso… E se não funcionar? Sem sentimentos, ela seria ainda mais impiedosa — Yulir respondeu, franzindo o cenho.

— É uma chance mínima e ela, finalmente, poderá viver em paz — Ismeny disse, ajeitando a franja que caía-lhe sobre os olhos.

Asher voltou a focar na representação das estrelas no salão. 

— E se essa chance mínima acontecer? — Asher retrucou — Eu vou perder minha discípula mais rápido. Você não vai se responsabilizar.

Ismeny deu uma risada e acariciou a mão dele, antes que este recuasse rapidamente.

— Ela não é a prometida e destinada discípula que você terá. E, caso perca esta, te darei outra para compensar.

Antes que Asher pudesse sequer responder aquela mulher, ela deu as costas para ambos os mestres e saiu, o som do salto ecoando pelo salão. 

— Como pretende lidar com a situação agora? — Yulir perguntou.

— A pressa é inimiga da perfeição. Vamos aguardar por qualquer sinal do despertar da Estrela da Morte e depois agir.

Yulir apenas acenou e fechou o Leitor de Estrelas, despedindo-se do seu júnior e indo embora. Asher foi embora depois disso, com uma expressão cansada e selou a entrada do Grande Salão Rasij, inquieto com os pensamentos ruins que rondavam sua mente.

Contudo, uma enorme sombra começou a se desprender das paredes. Após assumir sua forma humana, Mestre caminhou vagarosamente até o Leitor de Estrelas e bateu com as unhas na Esfera de metal, produzindo um ruído baixo.

— Você não merece ser feliz após roubar a felicidade dos outros — Disse e abriu o objeto com um feitiço obscuro — Aqui e agora eu decreto a sua morte. E vocês, tratem de fazer tudo conforme o plano.

Mestre virou para as sete musas, que estavam ajoelhadas diante do seu senhor e fizeram uma reverência profunda.

— Sim, senhor! — E sumiram rapidamente na noite.

O homem apoiou-se em uma mesa e encarou o cordão que trazia consigo, encarando o retrato da mulher ali dentro. Alguém que ele um dia amou e a única pessoa que entregou seu coração.

— Todos vão pagar pelo que fizeram com você, Chayi.

— Todos vão pagar pelo que fizeram com você, Chayi

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