CAP. 3

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Acordei com uma sensação de nervosismo que não conseguia sacudir. Hoje era meu primeiro dia na Elysium, e a incerteza do que esperar estava me consumindo. Minhas mãos estavam suadas, e meu coração batia um pouco mais forte no peito. A luz do amanhecer penetrava pelas cortinas do meu quarto, lançando sombras suaves nas paredes, mas nem essa serenidade visual conseguia acalmar meus pensamentos caóticos. Tentei me convencer de que era apenas mais um dia, mas a realidade de enfrentar o desconhecido me deixava inquieta. O que me esperava? Como seriam os professores, os colegas? Cada pergunta parecia sem resposta, e isso só aumentava minha ansiedade.

Levantei-me devagar, tentando sacudir a sensação de incerteza. Meu corpo parecia pesado, como se cada movimento exigisse um esforço extra. A ideia de ter que enfrentar novas situações e pessoas desconhecidas me aterrorizava. Senti uma onda de náusea ao imaginar os olhares curiosos, os sussurros dos estudantes. Tomei um fôlego profundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Eu sabia que precisava encarar isso de frente, mas a ideia de sair da minha zona de conforto era assustadora. Tudo parecia tão incerto, e a incerteza sempre foi algo difícil de lidar.

Levantei-me e fui direto para o banheiro, decidida a começar o dia da melhor forma possível. O chuveiro quente ajudou a aliviar um pouco da tensão, a água escorrendo pelo meu corpo como uma purificação necessária. Vesti-me rapidamente, escolhendo roupas casuais e discretas, mas adequado para o dia. Conferi minha mochila uma última vez, certificando-me de que estava tudo ali: cadernos, canetas, e outros itens essenciais. Os livros, eu os pegaria na secretaria.

Desci as escadas e fui recebida pelo som de conversas abafadas vindo da cozinha. Os Maximoff já estavam lá, e me senti aliviada ao vê-lós. Estranhamente eles conseguiam trazer um pouco de tranquilidade.

— Bom dia, Nat — disse Pietro, com um sorriso largo, enquanto terminava de preparar uma torrada.

— Bom dia — respondi, tentando soar mais confiante do que realmente me sentia.

— Vem tomar café com a gente — Wanda sugeriu, apontando para uma cadeira vazia ao lado dela.

Sentei-me, aceitando a xícara de café que Pietro me passou. O calor do líquido quente nas minhas mãos trouxe um pouco de conforto.

— Está pronta para o grande dia? — Pietro perguntou, uma sobrancelha levantada em curiosidade.

— É um pouco difícil se acostumar, sempre foi assim para mim — admiti, mexendo no café. — Mas acho que vou me adaptar.

— Você vai se sair bem — Wanda disse com firmeza, colocando uma mão reconfortante no meu braço. — A mudança é sempre assustadora, mas vai dar tudo certo.

Terminamos o café em um silêncio confortável, a presença deles oferecia o apoio que eu precisava. Levantei-me e pegamos nossas coisas, preparados para enfrentar o frio matinal. Lá fora, o ar gelado e fresco me lembrou vagamente o de meu país natal. Havia uma serenidade no clima, uma calma que, de certa forma, me tranquilizava.

Caminhamos em direção ao meu carro, o ar frio formando pequenas nuvens de vapor com nossa respiração.

— Ei, Nat... — disse Pietro, um pouco hesitante. — Você acha que poderia nos dar uma carona nesse seu lindo carro, que eu acho muito belo...

— Não precisa — Wanda interveio rapidamente. — desculpa meu irmão enxerido é completamente sem noção — dá um tapa em sua nuca, fazendo ele soltar um ai.

— Tudo bem, Wanda. Entrem, eu levo vocês — disse, sorrindo para os dois.

Eles subiram no carro, com a morena ainda brigando com o irmão, e partimos. O dia estava começando, e com ele, novas possibilidades. E, apesar do nervosismo, havia algo reconfortante em saber que, independentemente do que acontecesse, eu tinha a companhia de dois novos amigos.

Bela Maldição | ROMANOGERS Onde histórias criam vida. Descubra agora