CAPÍTULO 7

87 38 98
                                    

Diga que você foi feita para ser minha
Nada poderia nos manter separados
Você será aquela que eu deveria encontrar
Você que decide, e eu que decido
Ninguém pode dizer o que nós podemos ser

Então, por que não reescrevemos as estrelas?
E talvez o mundo possa ser nosso hoje à noite

Rewrite the stars 

— Dá para parar de rir?

— Desculpa, desculpa, é só que... — Gavin cai na gargalhada de novo e me arrependo de der contado para ele sobre o que fiz na estação ontem. Reviro os olhos e viro o rosto para observar o trânsito noturno. Meu amigo me convidou para comer por sua conta, já que pelo jeito o meu incentivo o ajudou a conquistar sua garota e ele queria me agradecer e apresentá-la. Estamos sentados em um barzinho aguardando-a chegar e fiz a burrada de pedir um conselho para ele.

— Ok, parei — fala e respira fundo secando o canto dos olhos — Mas sério, essa mulher deve estar até agora pensando no quanto você foi esquisito. Ou talvez achando que era algum tipo de pervertido.

— Sabe, pode ser difícil de acreditar, mas não está me ajudando.

— Estou apenas dando minha opinião.

— O que fiz de tão mal? Fui apenas cortês e mostrei o meu interesse.

— Quem se curva e beija a mão de alguém desconhecido do nada? Estava tentando imitar quem? David Macfadyen?

— Não faço ideia de quem seja.

— Não importa. O ponto é: Fazer isso é coisa do século 19, não funciona nas mulheres de hoje em dia. — Ele toma um longo gole da sua bebida enquanto permaneço emburrado bebericando minha Coca-Cola.

— Então o que eu deveria fazer? Como posso me aproximar? — repito exasperado as mesmas questões que me atormentaram o dia todo, não consegui nem aproveitar o meu domingo.

— Simples: Primeiro você chega nela e tenta puxar assunto, presta atenção na linguagem corporal. — Gavin começa a falar em tom de profissional e me seguro para não revirar os olhos novamente. — Depois você pede o número dela para irem se conhecendo melhor por mensagens. E aí você a chama para sair e tenta conquistá-la aos poucos. Se ela disser não, bola pra frente.

Suspiro percebendo que meu amigo não está errado, tenho que frear o meu desejo de perguntar de uma vez tudo que quero saber sobre sua nova vida e o quanto quero abraçá-la, posso acabar assustando-a.

Se ela disser não...

Comprimo os lábios pensando na possibilidade

— Ei, que cara é essa? Quem sabe o que pode acontecer? Ela pode mostrar interesse em você também, meu amigo. Não admita a derrota tão fácil, você mesmo me disse que vale a pena arriscar — sua mão se estica pela mesa e dá um toque no meu ombro. Bebo outro gole da minha bebida e aceno com a cabeça concordando.

— Desculpa a demora, rapazes! — uma mulher morena com cachos na altura dos ombros e usando um macacão preto e branco se aproxima da nossa mesa sorrindo largamente, ela se senta ao lado de Gavin que dá um beijo em seu rosto.

— Tudo bem, amor. Esse é o Heitor, meu colega de trabalho. Heitor, essa é a Rebecca, minha futura esposa.

— Ainda não falamos nada sobre casamento — ela dá uma cotovelada brincalhona na sua barriga e me estende a mão. — É um prazer te conhecer.

— Igualmente — aperto sua mão com um sorriso educado. Gavin chama o garçom e pede outra garrafa de cerveja e mais uma lata de coca, além de alguns petiscos.

Terceira ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora