CAPÍTULO 8

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Bem, eu vou te chamar de querida e tudo ficará bem
Porque você sabe que eu sou seu e você é minha
Não importa de qualquer maneira
(...)
Coloque sua mão na minha
Você sabe que eu quero estar com você o tempo todo
Você sabe que eu não vou parar até te fazer ser minha

Make You Mine - Public

Mando mensagem assim que chego no trabalho.

Vai estar na estação essa noite?

Desligo o telefone e não consigo segurar o sorriso.

— Ellie — pronuncio em voz alta deliciando-me com o som. Combina com ela e finalmente tenho um nome para chamar.

Caminho até a sala de aula determinado a focar primeiro nas aulas, mas é inevitável a ansiedade que domina o meu corpo e a sentimento que aquece meu coração. Torço para que as horas passem mais rápido.

No horário do almoço sou questionado insistentemente por Gavin, mas me recuso a contar sobre o que aconteceu pela manhã ou qualquer detalhe sobre Ellie. Prometi que se tudo desse certo, eu falaria, mas que no momento não queria criar muitas esperanças.

— Sei, nem parece que passou o dia todo sorrindo. Não criando esperanças minha bunda, aposto que deve estar planejando até o casamento e nome dos filhos — reclama

— Ainda é cedo para filhos, primeiro quero que adotemos uma cachorra. Irei chamá-la de Pucca.

— Pucca? Que espécie de nome horrível é esse?

— Que tal um casal? Pucca e Garu — sua testa se franze ainda mais

— Estamos falando a mesma língua? — suspira e me dispensa com um aceno de mão — Tanto faz. Só posso te desejar boa sorte.

— Agradeço

— E não demore para ter filhos. Os meus filhos com Rebecca precisarão de amigos com idades próximas.

— Ela aceitou se casar com você?

— Irei vencê-la pelo cansaço.

Acabo rindo e evitando comentar. Terminamos de comer e confiro o celular vendo que Ellie me respondeu.

Lá pelas sete horas

Droga, não me admira que tenha sido difícil cruzar com ela, é depois do horário que normalmente pego o metrô para casa. Bem, não importa, sempre posso ir de carro. Minha carteira que lute.

Esperarei ansiosamente

Horas mais tarde estou sentado em um banco mexendo no celular e batendo o pé no chão involuntariamente. Coloco a mão no joelho tentando mantê-lo parado e olho ao redor pela milésima vez, apesar de ainda ser 18:40. Respiro fundo e fixo o olhar no chão tentando acalmar meu nervosismo, estou parecendo um adolescente.

...Ah

O mundo ao meu redor se torna silencioso enquanto o pensamento me atravessa. Acho que foi assim, não é? Quando eu era adolescente... Sim, eu lembro, as emoções pareciam tão intensas e mesmo assuntos bobos pareciam definir a minha vida ou morte.

Sorrio involuntariamente me sentindo estranho, na maior parte do tempo sou como alguém sem idade, um número que já não tem mais importância ou influência em minhas atitudes. Mas agora, é como se voltasse no tempo, quando passei pela minha primeira adolescência e tudo parecia tão novo.

Nunca tinha me sentido assim antes.

— Boa noite — levanto a cabeça e vejo uma flor azul estendida na minha direção.

Terceira ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora