Ryle: Está em casa ou no trabalho?
Eu: Trabalho. Devo terminar em uma hora. Ryle: Posso passar aí?
Eu: Sabe quando as pessoas dizem que não existe pergunta idiota? Elas não têm razão. Sua pergunta foi idiota.
Ryle: :)
Meia hora depois, ele bate à porta da floricultura. Já fechei há quase três horas, mas ainda estou no escritório, tentando me organizar em meio ao caos que foi esse primeiro mês. A loja ainda é muito recente para projetar com precisão o retorno. Alguns dias são ótimos, outros são tão lentos que dispenso Allysa. Mas, no geral, estou feliz com o resultado até o momento.
E feliz com Ryle e nosso relacionamento.
Destranco a porta para Ryle entrar. Ele veste uniforme hospitalar azul-claro, e ainda traz o estetoscópio no pescoço. Acabou de sair do trabalho. Um detalhe muito bom. Juro que toda vez que o vejo assim, preciso disfarçar meu sorriso ridículo. Eu lhe dou um beijo rápido e volto a atenção para o escritório.
— Preciso terminar algumas coisas, e depois a gente pode ir lá para casa. Ele me acompanha até o escritório e fecha a porta.
— Tem um sofá aqui? — pergunta ele, olhando ao redor.
Passei parte da semana dando os retoques finais. Comprei alguns abajures para não ter de ligar as fortes lâmpadas fluorescentes. Os abajures deixam o cômodo com uma luz suave. Também comprei algumas plantas para decorar. Não é um jardim, porém é o mais próximo de um. Este cômodo mudou bastante desde que era usado para guardar engradados.
Ryle se aproxima do sofá e se joga ali, o rosto virado para baixo.
— Não precisa ter pressa — murmura ele no travesseiro. — Fico cochilando aqui até você terminar.
Às vezes, me preocupo por ele ser muito exigente consigo mesmo no trabalho, mas não digo nada. Estou sentada em meu escritório há doze horas, então, quem sou eu para falar sobre ambição demais?
Passo uns quinze minutos finalizando pedidos. Quando termino, fecho o laptop e olho para Ryle.
Achei que ele estaria dormindo, mas está de lado, apoiando a cabeça na mão. Passou o tempo inteiro me observando, e ver seu sorriso me faz corar. Empurro a cadeira para trás e me levanto.
— Lily, acho que gosto de você um pouco demais — confessa ele, enquanto me aproximo.
Enrugo o nariz. Ele se senta no sofá e me põe no colo.
— Um pouco demais? Isso não parece um elogio.
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É ASSIM QUE ACABA
RomanceQuando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja? É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária...