— Pare de se mexer — reclama Devin.
— Não estou me mexendo.
Ele entrelaça o braço no meu enquanto me acompanha até o elevador.
— Está, sim. E se tentar cobrir o decote mais uma vez, vai acabar com o propósito desse vestidinho preto.
Ele agarra meu vestido e o puxa para baixo, depois enfia a mão dentro do decote para ajeitar meu sutiã.
— Devin!
Dou um tapa em sua mão, e ele ri.
— Relaxe, Lily. Já toquei em peitos bem melhores que os seus e continuo sendo gay.
— Pois é, mas aposto que os outros peitos estão grudados em pessoas que você vê com mais frequência.
Devin ri.
— É verdade, mas parte disso é culpa sua. Foi você que nos abandonou para brincar com suas flores.
Devin era um dos colegas de quem eu mais gostava na empresa de marketing onde eu trabalhava, mas não ficamos tão próximos a ponto de nos tornarmos amigos. Ele passou na floricultura hoje à tarde; Allysa gostou dele no mesmo instante e implorou para que me acompanhasse à festa. Como eu não estava muito a fim de chegar sozinha, implorei também.
Passo as mãos pelo cabelo e tento olhar meu reflexo nas paredes do elevador.
— Por que está tão nervosa? — pergunta ele.
— Não estou. É que odeio lugares onde não conheço ninguém.
Devin dá um sorriso sarcástico, como se tivesse entendido tudo, e pergunta:
— Qual é o nome dele?
Solto o ar que estava prendendo. Sou tão óbvia assim?
— Ryle. Ele é neurocirurgião. E quer muito, muito transar comigo.
— Como sabe que ele quer transar com você?
— Porque ele literalmente se ajoelhou e disse: por favor, Lily, por favor transe comigo. Devin ergue a sobrancelha.
— Ele implorou? Confirmo com a cabeça.
— Não foi tão ridículo quanto parece. Ele costuma ser mais controlado.
O elevador faz um barulho, e as portas começam a se abrir. Escuto a música vindo do
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É ASSIM QUE ACABA
RomanceQuando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja? É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária...