Capítulo Catorze

64 1 0
                                    

Meu telefone toca. Olho a tela para ver quem é e fico um pouco surpresa. É a primeira vez que Ryle me liga. Sempre nos falamos por mensagem. É muito estranho ter um namorado há mais de três meses e nunca ter falado com ele ao telefone.

— Alô?

— Oi, namorada — diz ele.

Sorrio melosamente ao ouvir sua voz.

— Oi, namorado.

— Adivinha só...

— O quê?

— Amanhã estou de folga. E no domingo sua floricultura só abre às 13h. Estou indo para sua casa com duas garrafas de vinho. Quer passar a noite com seu namorado, fazendo sexo embriagado a noite inteira, e dormir até meio-dia?

Fico constrangida com o que as palavras causam em mim. Sorrio e digo:

— Adivinhe só...

— O quê?

— Estou preparando um jantar para você. E estou de avental.

— Ah, é? — diz ele.

de avental. Desligo.

Alguns segundos depois, recebo uma mensagem. Ryle: Foto, por favor.

Eu: Venha para cá e tire você mesmo a foto.

Estou quase terminando de preparar a mistura do ensopado quando a porta se abre. Coloco tudo na travessa de vidro e não me viro quando o escuto entrar na cozinha. Falei que estava só de avental, e é verdade. Nem estou de calcinha.

Eu o escuto respirar pela boca quando me abaixo para abrir o forno e colocar a travessa ali dentro. Talvez eu tenha abaixado um pouco mais, só para me exibir. Depois de fechar o forno, não me viro para ele. Pego um pano e começo a limpar o forno, fazendo questão de balançar o máximo possível os quadris. Dou um gritinho quando sinto uma picada no glúteo direito. Eu me viro, e Ryle está sorrindo, segurando duas garrafas de vinho.

— Você me mordeu?

Ele me olha com inocência.

— Não provoque o escorpião se não quiser ser picada. — Ele me olha dos pés à cabeça


enquanto abre uma das garrafas. Em seguida a ergue antes de nos servir. — É vintage.

Vintage — digo, fingindo estar impressionada. — Qual é a ocasião especial? Ele me entrega uma taça e diz:

É ASSIM QUE ACABAWhere stories live. Discover now