Capítulo Trinta e Quatro

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Acabo de enxaguar a tinta dos pincéis e volto ao quarto do bebê a fim de admirar o mural. Passei boa parte da véspera e todo aquele dia pintando.

Faz duas semanas que Ryle montou o berço. Agora que o mural está terminado, e que eu trouxe algumas plantas da loja, sinto que o quarto finalmente está pronto. Dou uma olhada ao redor, e fico um pouco triste por não ter ninguém aqui comigo para admirar o quarto também. Pego o celular e mando uma mensagem para Allysa.

Eu: Mural terminado! Você devia descer para ver.

Allysa: Não estou em casa. Resolvendo coisas. Mas amanhã passo aí.

Franzo a testa e decido mandar uma mensagem para minha mãe. Ela vai trabalhar amanhã, mas sei que vai achar tão empolgante ver o mural quanto eu fiquei ao terminá-lo.

Eu: Está a fim de vir para a cidade hoje à noite? O quarto do bebê finalmente ficou pronto. Mãe: Não posso. Noite de recital na escola. Vou chegar tarde. Mas mal posso esperar para ver! Amanhã passo aí!

Eu me sento na cadeira de balanço e sei que não devia fazer o que estou pensando, mas faço de todo jeito.

Eu: O quarto do bebê está pronto. Quer ver?

Todos os nervos de meu corpo ganham vida quando aperto "Enviar". Fico encarando o celular até receber a resposta.

Ryle: Claro. Estou indo.

Eu me levanto imediatamente para dar os retoques finais. Afofo as almofadas da namoradeira e endireito um dos quadros na parede. Assim que me aproximo da porta, escuto as batidas. Abro e... Caramba, ele está de uniforme hospitalar.

Dou um passo para o lado para deixá-lo entrar.

— Allysa disse que você ia pintar um mural.

Eu o sigo pelo corredor, em direção ao quarto do bebê.

— Demorei dois dias para terminar — comento. — Sinto como se tivesse corrido uma maratona, mas só subi e desci a escada algumas vezes.

Ele olha por cima do ombro, e noto sua expressão de preocupação. Ele está aflito porque fiz tudo sozinha. Mas não devia. Eu dou conta.

Quando chegamos ao quarto, ele para na porta. Na parede oposta, pintei uma horta. Está completa, com quase todas as frutas e legumes de que pude me lembrar. Não sou pintora, mas é impressionante o que dá para fazer com um projetor e papel transparente.

— Uau! — exclama Ryle.


Sorrio ao reconhecer a surpresa em sua voz, porque sei que é genuína. Ele entra no quarto e dá uma olhada ao redor, balançando a cabeça o tempo inteiro.

É ASSIM QUE ACABAWhere stories live. Discover now