Capítulo VII

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6 dias depois

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6 dias depois

Quando falha a memória, o que é que falha exatamente?

É necessário recordar a direção de casa para saber para onde voltar. É necessário recordar seu nome para saber quem você é.

Mas por que há coisas que esquecemos e outras que nunca podemos esquecer, uma lembrança ou uma sensação que te persegue sem descanso?

As pessoas se agarram às lembranças ou são as lembranças que se agarram às pessoas?

O que quer as lembranças?

Por que nos insiste tanto a memória?

A memória é o passado que quer seguir sendo presente?

O que essa autora sabe é que a memória tem vida própria: não é alguém senão ela quem escolhe que coisas irão morrer e que coisas manter vivas.

A memória é como um quebra cabeça: peças que terão que remontar.

A memória é como um boxeador que luta contra o esquecimento: às vezes tira a toalha e às vezes ganha por knockout, porém sempre luta.

Mas, sobretudo a memória...

Está viva.

É incansável, persistente e muito inquieta.

Não só é inquieta.

Mas te inquieta.

O relógio marca exatamente 04:00 AM quando Giovanna finalmente o olha e percebe que, como em todas as madrugadas anteriores, ainda está acordada.

É como se sua mente não parasse de funcionar, não descansasse. É como se esse mecanismo inquieto e silencioso estivesse numa batalha travada contra o olvido, querendo vencer qualquer round para conseguir infiltrar um lapso de lembrança que seja.

Ela suspira, sentindo-se exausta dessa luta que a inquieta. E mediante a todo esse caos, ergue o corpo de maneira a acomodar suas costas na cabeceira da cama. Ao ato, sustendo-se na cama pelos cotovelos, seus olhos encontram o seu maior elefante branco.

Na outra ponta do quarto, deitado no sofá, está Alexandre. E, em contrapartida à ela, o homem dorme serenamente. Mas nem todas as vezes foram assim. Nos primeiros três dias ele a acompanhava, temendo que algo acontecesse e esperançoso de que em algum momento ela fosse querer conversar com ele. Só que isso nunca aconteceu. A única coisa que foi dirigida à ele foi um seco: "você não precisa ficar aqui o tempo todo, pode ir para a sua casa", ele assentiu e disse calmamente "nossa casa" e depois se deitou no sofá novamente. Nunca saiu do lado dela, mesmo ela não o querendo ali.

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