A vida de universitário é um caos!!!! Me perdoem pelo atraso. Juro que tento não atrasar, mas o universo não tá conspirando ao meu favor. Não desistam de mim, please🫶🏽
Boa leitura.
Um filho.Giovanna esperava tudo, menos isso.
Talvez, na tentativa de se enganar, ela tenha mentido para si mesma ao dizer que qualquer coisa que saísse da boca de Alexandre não iria afetá-la, ainda que no fundo sentisse que o mero ato de supor que ele talvez tivesse amado Marina na mesma intensidade que a ama atasse um nó em sua garganta. É que na sua concepção esse autoengano era melhor do que lidar com qualquer coisa que estivesse por vir, já que a expressão que Alexandre esboçou após a sua pergunta fez ela pressentir que a resposta não seria boa, ou pelo menos não uma que ela desejasse ouvir.
No meio das milhares de peças soltas do seu quebra-cabeça, Giovanna, por um instante, entre o excesso de manteiga nos dedos e o cheiro de pão quente no ar, pensou que pudesse ser fácil encaixar cada peça em seu devido lugar. Viver aqueles minutos a sós com Alexandre com tanta simplicidade e leveza era como ter um prelúdio do futuro, uma certeza de que partilhar a vida com ele deveria ser tão fácil como fazer um queijo-quente. Foi fácil se ver reencontrando sem qualquer esforço, e ela teve quase certeza de que poderia fazer isso, que iria conseguir. Mas aí essa notícia, e de repente o mundo parecia que havia lhe dado um solavanco, como se quisesse alertar que a vida não se trata de um conto de fadas, fazendo-a perceber que ao menos a ilusão é capaz de fazê-lá ter esse vislumbre de encontro consigo mesma, com a sua história.
Um filho.
Alexandre tem um filho com Marina.
E isso implica uma história com ela. Uma história bonita com ela.
É tudo tão confuso...
E de certa forma um pouco...
Doloroso.
— (...) Ela foi a primeira a me estender a mão. Consegue entender o que eu digo? – questiona ele à Giovanna, que por sua vez apenas assente com a cabeça, atônita, sem saber se realmente compreende o que ele está dizendo. Mas Alexandre, compenetrado em contar a própria história, nem nota que o leve balanço de cabeça dela, se reparado melhor, é um movimento involuntário e não um intencional. — E nisso, três meses se passaram...Aquela altura já nos olhávamos com outros olhos, havia mais carinho, mais encanto, não era mais um simples olhar de bons amigos. Não éramos mais dois desconhecidos dividindo um apartamento e percebíamos isso, então decidimos nos dar uma chance (...)
Giovanna sabe que no relato dele não há intenção de machucá-la, ele apenas está sendo sincero para com a própria história e todos os sentimentos que a engloba, mas a cada frase proferida por ele o estômago dela embrulha um pouco mais e a cabeça lateja bem mais forte do que o normal. Se uma maior parte sua não desejasse saber tim-tim por tim-tim, ela já teria pedido para ele parar no momento em que encheu a ruiva de elogios.