Rodolffo ouvia o relato da história de vida de Juliette e cerrava os punhos.
Tomé não escondeu nada, até o dinheiro que ela recebeu.- Pelo menos agora está rica. Conseguiu o que queria.
- Não fales assim. Ela só queria ir embora o quanto antes. Não fosse eu e a Ana e o capitão nosso amigo, ela teria saído daqui sem acusá-los e sem receber nada. Eu vi que o dinheiro para ela não era importante. Eu acho que ela veio pela aventura.
Se eu não estivesse lá naquela hora não sei o que teria acontecido.
Ela está muito frágil. Não sei como será recomeçar no Brasil, mas se não tiver apoio não vai aguentar.- Aí já não é problema meu. Cada um planta o que colhe.
- Tu não és assim. E como vai a tua relação com a Anya? A tua Elena como está?
- Com a Anya é mais do mesmo. Está lá em casa por causa da Elena que está a coisa mais linda. Foi ela que me ajudou a superar o desgosto.
- Superar... e desde quando superaste?
- Tens razão. Quando a vi no espectáculo voltou todo o sentimento, mas não posso voltar no passado.
- Dá tempo ao tempo, mas não a julgues tanto. Ela errou, reconheceu o erro e vai tentar seguir em frente. Tu deves fazer o mesmo.
- Está tarde, vou embora. Despede-te da Ana por mim.
- Quando viajas de regresso?
- Amanhã à noite.
- Já é tarde. Dorme aqui. Temos quartos a mais.
- Não. Vou dormir no hotel. Preciso de um banho e uma boa noite de sono, se é que vou conseguir. Foi muita informação.
Venho despedir-me amanhã a seguir ao almoço.- Está bem. Até amanhã.
Quando Rodolffo saiu, Tomé foi para o quarto. Ana já estava deitada e ele tomou um banho rápido.
- Como foi a reacção?
- Está muito magoado, mas o amor por ela é o mesmo.
- Mas não está com a mulher?
- A mãe da filha, queres tu dizer. Aquilo foi um caso isolado que resultou numa gravidez e mais nada. Só a suporta pela filha.
- A Juliette adormeceu a chorar. Diz que ele foi muito duro com ela, mas que estava à espera que fosse assim.
- Eu desejo que eles se entendam, mas temo pela Juliette sózinha lá no Brasil.
- Ela diz que vai arrumar a vida, arranjar uma ocupação e seguir em frente. É muito determinada, vai conseguir.
Na manhã seguinte, Juliette não apareceu para o café. Ana foi chamá-la e ela ainda estava deitada.
- De preguicinha, Juliette?
- Hoje vou passar o dia aqui. Não te importas, pois não?
- Não, se fores tomar café. Depois podes voltar a dormir o quanto quiseres.
- Eu vou. Estou com um pouco de dor de cabeça. Depois tomo um comprimido e enfio-me novamente na cama.
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Troquei tudo por Amor
FanfictionNão permitas que aconteça. Foge enquanto há esperança