Já faz tempo que Juliette regressou da Alemanha e não me contactou. Queria vê-la, mas não sei onde encontrá-la e não tenho tido tempo para tentar.
Hoje fiquei triste porque deveria estar com a minha filha lá na escola.
Liguei para a Ema que me contou que ela ficou a chorar.
Prometi ligar mais tarde quando ela estivesse em casa.Tive uma semana de shows, depois um dia de folga que fiz de bate volta só para ver a minha princesa. Parecia que ela já estava mais ambientada segundo a directora confidenciou a Ema.
- Senhor Rodolffo! Desculpe mas eu vou ter que falar. A dona Anya tem agido um pouco bruscamente com a menina. Eu não quero causar discórdia, mas a menina aparece por vezes com nódoas negras nos braços e pernas.
- Ela bate na filha?
- Bater eu nunca vi, mas os beliscões também são agressões.
Há dias eu perguntei e ela disse-me que a menina está sempre a bater nos móveis.- Vou resolver com ela na próxima folga. Jamais permitirei que a minha filha seja agredida, principalmente pela mãe.
Rodolffo ligou para Anya a ameaçá-la com polícia pelas agressões. Ela disse que falavam depois porque estava ocupada.
Ema precisou faltar um dia. Hoje era inevitável que Anya levasse Elena ao colégio.
- Anda estrupicio. A que horas vamos chegar?
- Quero a Ema. Eu não gosto de ti.
Anya estava com uma colher de pau na mão e começou a espancar a filha. Eu também não gosto de ti, estrupício.
Elena foi a chorar o caminho todo. Chegou ao colégio e correu para junto de Juliette segurando-a pelas pernas.
- O que foi Elena?
- Eu não quero a mamãe, a mamãe bateu na Elena com a colher de pau.
Juliette levou-a para a sua sala e segurou-a no colo. Elena estava aninhada no peito de Juliette e quando esta lhe mexia a menina gemia de dor.
- Deixa a tia Ju ver onde está a doer.
Juliette levantou a roupa dela e viu as costas marcadas assim como as pernas. Tocou-lhe e ela chorou de dor.
Chamou uma auxiliar e consultou a ficha de Elena. Encontrou o telefone da bábá.
- Senhora Ema, eu vou com a Elena para o hospital e depois apresentar uma queixa na polícia. Ela diz que foi espancada pela mãe e está toda marcada. Não temos o contacto do pai. Se puder avisá-lo, agradeço.
- Eu hoje não fui trabalhar, mas vou já contactá-lo. Acho que ele regressava a casa hoje.
Ema tremia toda quando marcou o número de Rodolffo. Aos poucos conseguiu explicar o que directora Juliette lhe tinha contado.

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Troquei tudo por Amor
FanfictionNão permitas que aconteça. Foge enquanto há esperança