Rodolffo acabara de chegar quando recebeu a chamada da Ema. Ligou para Anya para saber onde estava.
- Estou a gravar aqui na praia.
Rodolffo desligou e correu para o hospital. Entrou feito doido e dirigiu-se ao balcão.
- Eu sou o pai da Elena que deve ter entrado há pouco tempo.
- Um momento, senhor.
- Rodolffo!!!
- Juliette, que fazes aqui? Estás doente?
- Não. Vim acompanhar uma menina que foi espancada.
- A minha filha? Foste tu que a trouxeste?
- A Elena é tua filha?
- Sim. Como ela está?
- Levaram-a para o raio X. Disseram-me que já me vinham chamar.
Eu chamei a polícia, Rodolffo.- Se não o fizesses eu mesmo faria. Quero aquela mulher na prisão.
- Acompanhante de Elena.
- Eu. - respondeu Juliette. E está aqui o pai.
- Detectámos duas costelas partidas. No mais são os hematomas da agressão. A criança vai precisar de repouso. Está já no quarto, podem entrar.
- Vai tu, Rodolffo que eu espero pela polícia.
- Depois chama-me por favor. Eu sei onde aquela mulher está.
Entrei no quarto e Elena logo estendeu os braços para mim.
- Papai, não vás embora. Ela vai-me bater de novo.
- Ela não vai, minha filha. O papai não deixa. Nunca mais vais ficar com ela.
- A tia Ju trouxe a Elena para o doutor curar.
- Pois foi. A tia Ju é boa pessoa.
Eu sentei-me à cabeceira dela e comecei a fazer-lhe festas. Juliette entrou e disse-me que a polícia estava lá fora.
- O papai já volta, meu amor. Fica com a tia Ju.
Rodolffo saiu para fornecer os dados de Anya à polícia, como o número de telefone e local de trabalho.
Foi informado de que deveria formalizar a queixa na delegacia e entregar o relatório médico.- E não vão fazer nada imediatamente?
- Vamos detê-la para interrogatório, mas sem as provas nas nossas mãos, não podemos deixá-la detida.
- As provas estão à vista. A minha filha está internada com 2 costelas partidas e o corpo todo marcado.
- Ainda assim, ela pode negar. A minha colega pode entrar para falar com a criança?
- Pode desde que eu também esteja. Não a quero mais nervosa.
- Com certeza. Nem poderia ser de outra maneira dada a idade dela.
Os dois entraram e Juliette afastou-se um pouco.
- Filha, esta senhora vai perguntar-te algumas coisas. Responde o que souberes.
- Linda menina. Como te chamas?
- Elena.
- Eu sou a Lila.
- És polícia? Eu gosto da tua roupa.
- Sou. Também gosto muito. Responde uma coisa. O que fizeste hoje de manhã?
- Eu acordei e não queria ir para a escola com a mãe. Eu queria a Ema. Não gosto da mãe.
- E depois?
- A mãe ficou zangada e disse que também não gostava de mim que eu era um tupiço e depois bateu com a colher de pau.
- Onde bateu?
- Nas costas e nas pernas da Elena.
- E depois.
- Fomos para escola e eu chorei muito.
- Agora vais ficar melhor. És uma linda menina.
A agente saiu e ficámos apenas os três. Elena logo começou a ficar sonolenta e adormeceu.
Juliette aproveitou para se despedir de Rodolffo e regressou ao colégio.

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Troquei tudo por Amor
FanfictionNão permitas que aconteça. Foge enquanto há esperança