Quando a Ju nos deixou eu fiquei a pensar na história de Anya.
Eu menti ao dizer que nunca tinha conversado com ela sobre nós porque quero ir ao fundo da questão. É certo que se ela me disse que a Ju partiu para a Alemanha com Ricardo, ela conhecia-o minimamente.
No dia seguinte pedi à Ema que fosse ficar com a Elena e fui ao presídio onde estava Anya. Pedi para a ver e só autorizaram por serem horas de visita.
Anya estava abatida. Sem os kgs de maquilhagem era uma outra pessoa.
- Rodolffo, tens que me tirar daqui. Eu perdi a cabeça com a Elena, mas foi só uma vez.
- Não foi. A Ema já me tinha alertado para umas nódoas negras.
- Vais arranjar-me um advogado?
- Não vou mexer uma palha. Agora explica-me qual o teu relacionamento com o homem que levou Juliette para a Alemanha?
- Levou? Ninguém levou ninguém. Ela foi de livre vontade. Bastou uns carinhos e uma amostra de boa vida. Aquela lá é mais interesseira que eu.
- Quem é Ricardo?
- É um estúpido. Ajudei-o a conseguir a Juliette e depois descartou-me.
- Como assim, descartou-te.
- Eu era a garota dele, mas já estava muito vista. Ele precisava de novidades e lá na Europa eu já era conhecida.
- Foi tudo armado?
- Eu não conto mais nada se não prometeres ajudar-me.
- Se te ajudar, falas? Eu ajudo.
- Eu estava com Ricardo no restaurante onde tu e aquela lá tiveram a última discussão. Eu digo a última porque após isso o Ricardo mandou vigiar a Juliette e não a viram encontrar-se mais contigo. Combinámos que ele ia seduzi-la ao ponto dela ir com ele. O combinado era ele levar as duas, mas fui traída.
Então resolvi investir em ti e por isso te procurei naquele bar. Não foi difícil, deves concordar.
- Sabias o que ele ia fazer com ela?
- Claro! Nada que eu não tivesse já feito. Aparecer com ele e por vezes agradar aos amigos.
- Prostituição, queres tu dizer.
- Com ele não, que o tipo lá não gosta da fruta. Joga noutro time se é que me entendes?
- Desgraçados.
Deviam apodrecer na cadeia, tal como tu.- Prometeste ajudar-me.
- Seria a última coisa a fazer neste mundo. Em nome da minha filha, nunca mais apareças à nossa frente.
- Tua filha!!! Essa teve graça.
- Minha filha sim. Desde o dia em que a vi pela primeira vez naquele berçário.
- Otário. Foste tão otário. Pessoas como tu são muito fáceis de enganar. Fica com esse empecilho. Foi sempre um empecilho na minha vida. Devia tê-la deixado morrer juntamente com quem a teve.
- Como? Anya, o que estás a dizer? A Elena também não é tua filha?
- Não digo mais nada, guarda!! Podem levar-me para dentro?
- Vemo-nos em tribunal. Isto não fica assim Anya.
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Troquei tudo por Amor
FanfictionNão permitas que aconteça. Foge enquanto há esperança