- Achei um colégio para a Elena. Já está na hora dela passar tempo com outras crianças. Eu não tenho tempo para ela e a Ema trata dela, mas não é educadora.
- Isso deveria ter sido conversado antes. Passa-me o contacto de lá para eu verificar se é o mais adequado.
- Já tratei da inscrição. Amanhã já vai e nem fica muito longe. A Ema vai levar e trazer.
- Eu queria levar a minha filha no primeiro dia de escola, mas tenho show. Preciso viajar esta tarde. Não vais levá-la?
- Pára de frescura. Ela está habituado com a Ema.
Rodolffo não gostava de ver o desapego de Anya com Elena. Da parte de Elena também não havia ligação. Comigo era diferente. A minha menina vinha a correr assim que me via. Éramos muito ligados apesar de meu trabalho me manter afastado.
Rodolffo conversou com Elena e explicou o que era a escolinha. Ela amuou e disse que não queria ir.
Na manhã seguinte, Ema tentava vestir Elena, mas ela teimava em ficar na cama.
- Não quero ir. Eu quero ficar em casa.
- Temos que ir, Elena. A mamãe vai ficar zangada.
- Que barulho é este? Elena, porque ainda não estás pronta?
- Eu não quero ir, mamãe.
Anya segurou o braço da filha com força e arrastou-a da cama.
- Veste-a, Ema. Ela não tem quereres.
- Mamãe, dói.
- Doi o quê. Não sejas piegas.
- O meu braço, dói muito.
- Veste-te e vamos tomar café.
- Não quero café.
- Óptimo. Vais passar fome para aprender.
Ema conseguiu vestir Elena. Preparou um lanche que pôs na mochila porque ela se recusou a comer.
Chegou ao colégio a chorar.
- Que menina linda. Diz-me o teu nome e porque choras.
- É a Elena e não quer vir à escola.
- A senhora é a mãe?
- Não. Sou a bábá. É o primeiro dia dela.
- No primeiro dia. Porque os pais não vieram?
- Os dois trabalham. Não puderam.
- Poxa! Nem no primeiro dia? É tão importante para as crianças.
- Eu sou a directora, Juliette. Hoje estou a receber os novos alunos. Qualquer coisa pode falar comigo e agora vou conversar com esta beleza.
- Queres ir comigo?
Elena lançou um olhar a Ema como que a pedir opinião. Ela sorriu e disse que podia ir.
- Ficas à minha espera?
- Depois eu volto para te buscar.
Agora ficas aí a brincar.- Anda, vou levar-te para conheceres a tua professora e os teus amiguinhos.
À hora do recreio Elena estava a um canto agachada. A educadora foi até ela.
- Não brincas, Elena? Anda tirar o casaco que faz calor.
Quando Rute retirou o casaco da pequena, reparou na nódoa negra do braço.
Fez uma festa e perguntou:- Quem fez este dódoi?
- A mamãe. Ela apertou e doeu.
Rute segurou-a pela mão e foi até ao gabinete de Juliette para lhe mostrar.
- Vamos fotografar e ficar atentas nos próximos dias. Vou pedir à bábá que diga aos pais para virem. Pelo menos um deles deve comparecer.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Troquei tudo por Amor
Hayran KurguNão permitas que aconteça. Foge enquanto há esperança