Antônio Ricci
Guilhermo foi rápido como sempre, ele é meu único amigo de infância, sempre o vi como um irmão. Então não fiquei surpreso com sua cara de espanto quando disse do que se tratava a encomenda em questão e sobre quem deveria recebê-la. - Ele me fez responder a um interrogatório, até parecia que eu estava concorrendo a uma vaga de emprego.
Guilhermo era um mulherengo, nunca ficou com uma mulher só em toda sua vida. Já eu seleciono a dedo as mulheres com quem durmo, nunca gostei de compromisso, as mulheres escolhidas serviam apenas para saciar minha fome, por isso as fazia assinar um contrato de confidencialidade. - O que acontecia entre mim e elas deveria ser segredo. Por isso fora o contrato eu as pagava muito bem. - Então era normal ver Guilhermo espantado quando disse que se tratava de uma mulher.
- Isso é sério Antônio?
- Eu sou o tipo de home que faz brincadeiras?
- Desde quando isso está acontecendo? Quando a conheceu? Por que não me disse nada?
- Por acaso estou na porra de um interrogatório? - Falo erguendo a sobrancelha. - Mas respondendo suas perguntas, já faz algumas semanas que a conheci em um mercado e não te disse nada porque sabia que você ia fazer esse alarde todo que está fazendo agora.
- Mercado? Desde quando você vai no mercado?
- Porra Guilhermo! Eu estava andando pela rua e a vi lá dentro, fiquei hipnotizado por ela no primeiro momento que meus olhos a viram, então fui até ela e criei uma cena para descobrir quem era ela.
- O QUE? - Fala incrédulo. - Meu amigo, coração de gelo se apaixonou por uma mulher qualquer. Não estou acreditando.
- TENHA RESPEITO CARALHO. - Grito dando um muro na mesa. - Ela não é uma qualquer, quero que a respeite.
- Calma cara. Só estava tirando uma com a sua cara. Nunca te vi falar de uma mulher assim desde que te conheço, só estou surpreso.
- Você vai ou não fazer o que te pedi Guilhermo?
- Claro que vou, só me dê as coordenadas e as instruções.
- Tem mais uma coisa. - Me levanto indo em sua direção. - Preciso que a busque para mim, só confio em você.
- Claro, me diga o horário e onde tenho que deixá-la. - Sorri travesso. - Esse bastardo está adorando me ver que nem um cachorro atras de uma dona.
- E Guilhermo. - Seguro em seu ombro. - Sem gracinhas com ela, entendeu? Ela é minha. - O acompanho até a porta.
- Ciúmes Antônio? Isso será divertido. - Fala passando pela porta, gargalhando alto.
- BASTARDO! - Grito vendo-o se afastar.
Termino de resolver algumas pendências e analisar alguns relatórios que estavam pendentes, quando acabo já são quase seis horas, preciso ir para casa me aprontar, estou uma pilha de nervos e ansiedade. - Não sei se Lilith vai aceitar meu convite, se ela irá aparecer, qual será sua reação e o principal o que ela está pensando de mim. - Porra, preciso me acalmar.
São exatamente oito horas quando chego no La Pergola, reservei uma mesa na área vip, onde poderíamos ter mais privacidade, me custou algumas centenas de Euros, mas por meu Peccato nada era demais. - Já passava das oito e meia e nada dela chegar, eu estava surtando e o desgraçado do Guilhermo não atendia as ligações e não estava respondendo minhas mensagens. - Aquele merdinha estava se divertindo as minhas custas. Ele me paga.
Estava frustrado eu só queria me desculpar, mas seria aceitável se ela não viesse. - Sou apenas um estranho que ela trombou na merda de um mercado que depois apareceu na sua porta a atacando como um animal. - É isso, ela não vem ou era o que eu acreditava até sentir um cheiro tomar conta do lugar. -- Então a vejo passar pela porta.
Ela estava linda, sua presença foi notada por todos, mas dessa vez que não fiquei irritado, queria que todos vissem aquela mulher andando em direção ao seu dono, o único que podia tê-la, o único que podia tocar sua pele macia, beijar seus lábios carnudos e possuir seu corpo por inteiro.
Porra, ela estava maravilhosa, o vestido longo na cor vinho moldava cada parte do seu corpo, a fenda na lateral direita deixava sua perna torneada e grossa a mostra. - Gostosa. - Praguejei. - Agradeci por seus seios serem pequenos já que o vestido não continha nem uma alça que servisse de sustentação.
Ela usava um Scarpin preto que a deixava mais alta e sensual, sua maquiagem era leve como na primeira vez que a vi, mas seu batom vermelho deixava sua boca em evidência, queria poder beijá-la ali mesmo, seu cabelo estava levemente ondulado e sua franja estava mais curta dando uma bela visão dos seus lindos castanhos.
Ela estava perfeita, caminhando sem jeito em minha direção, deixando um rastro de destruição por onde passava, atraindo olhares e comentários. - Vou a seu encontro, segurando sua mão deixando um leve beijo. - Macia, tão macia.
- Que bom que aceitou meu convite Lilith. - Digo a acompanhando até nossa mesa.
Ela não responde, apenas me dá um sorriso que fez meu coração acelerar de um descompensado. - Puxei a cadeira para ela e pude sentir um pouco mais do seu cheiro inebriante, ela roubava meu juízo. Meu pau estava gritando dentro da calça. - Se controla porra.
- É bem bonito aqui. - Noto o nervosismo em sua voz.
- Sim, é um ambiente muito bonito e aconchegante. - Porra, também estou nervoso. - Lilith? - Chamo por ela.
Ela me olha esperando que eu fale alguma coisa, aqueles olhos fixados no meu, era como se ela pudesse ler meus pensamentos.
- Fico feliz que tenha aceitado meu convite. - Limpo a garganta. - Precisava me desculpar pessoalmente pela maneira que agi com você. - Digo ainda sem tirar os olhos dos seus.
- Sendo sincera Antônio. Eu não ia aceitar seu convite, mas precisava ouvir da sua boca uma explicação plausível sobre o que aconteceu aquele dia na minha casa.
- Eu te entendo e foi justamente por isso que te trouxe aqui hoje, para poder te explicar ou pelo menos tentar explicar o porquê de ter agido como um idiota.

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Além da sua Escuridão ( EM REVISÃO )
RomanceDuas pessoas completamente diferentes, vidas diferentes, histórias diferentes, segredos que podem unir ou separar ambos. Porém com um desejo em comum. Ambos buscam saciar sua fome. Até onde você iria por amor? Estaria disposta a quebrar seus princ...