Além da sua Escuridão ( EM REVISÃO )

O sequestro 🥀

Antônio Ricci

Depois da ligação do Guilhermo fiquei sem chão, a deixar no quarto naquele momento parecia a melhor coisa a se fazer, mas enquanto seguia para casa meus pensamentos começaram a me atormentar, eu me declarei para ela, até fui um cara romântico para depois largá-la em um quarto de hotel sem nenhuma razão ou explicação. Eu sei exatamente o que deve estar se passando em sua cabeça agora.

Merda, eu fiz tudo certo para no fim ter que ferrar com tudo. - Nem o banho gelado foi suficiente para afastar as lembranças do sexo com Lilith, seu cheiro estava preço em mim, podia sentir seus lábios no meu, sentia suas unhas rasgarem minha carne. Porra porque tinha que ser justamente você a Abutrizinha do Oscar. - Eu realmente não queria ter que chegar no extremo com ela, pelo que vi alguém já a machucou, vi as marcas em seu corpo. Espero que um simples aviso em forma de ameaça seja o suficiente para pará-la.

Sinceramente não esperava que estaria na frente da casa do meu Peccato para fazer uma ameaça, só espero que isso a afaste do caso para podermos ficarmos juntos sem nenhum tipo de impedimento. - Já faz mais de uma hora que joguei uma pedra na sua janela e nada dela aparecer, sei que ela está em casa, liguei no La Pergola e eles me informaram que ela já tinha deixado o local fazia um tempo. 

Finalmente vejo sua silhueta pela janela, a vejo pegar o celular, será que ela vai ligar para polícia? Descarto esse pensamento quando a vejo deixar o celular onde estava e seguir para a cozinha. - Sei que ela viu a mensagem, isso deve ser o suficiente, a antiga jornalista ficou tão apavorada com isso que desapareceu do mapa com tudo que sabia.

Dizer que consegui dormir seria até eufemismo da minha parte, tudo que passava na minha cabeça era a reação que ela poderia ter, me lembro do último bilhete que deixei em sua casa, ela ficou trancada por vários dias. - Porra o que eu faço? Eu preciso me proteger mais não quero passar dos limites com ela, não com ela.

Deixei Guilhermo encarregado de a vigiar hoje, tinha muitas coisas para resolver na empresa graças ao vazamento de informações, o trabalho até me distraiu um pouco, era informado de hora em hora sobre os passos de Lilith, e fiquei surpreso quando soube que ela tinha ido para a editora, não é possível que ela ainda queira continuar com isso. Já era quase seis horas e Guilhermo me disse que ela ainda estava lá, porra Lilith me ajuda. - Preciso me preparar para agir caso isso tome um rumo diferente do que eu espero, não é só minha vida que está em jogo aqui.

Mensagem:

A: Guilhermo, vá até o esconderijo e arrume tudo.

G: Mais alguma coisa?

A: Ela ainda está na Editora?

G: Está saindo agora, junto com um cara.

A: Que cara Guilhermo?

G: Como vou saber porra, um cara que parece o Dolph Lundgren.

A: Ela está indo embora com ele?

G: Não, ele está indo na direção oposta.

A: Vá arrumar o esconderijo, eu cuido dela agora.

G: Ok.
E Antônio, não sei se é do seu interesse mais o loirinho deu um beijo na bochecha da sua amiguinha.

Que porra a Lilith pensa que está fazendo? Ignorou meu recado e agora fica por aí com aquele idiota. - Calma Antônio, eu preciso manter a cabeça no lugar agora. Vou continuar observando-a para ter certeza de que ela ainda está investigando, não posso tirar conclusões precipitadas afinal ela é uma jornalista, mesmo se parasse o caso ainda teria que ir até aquele lugar de merda.

Enquanto Guilhermo está fazendo o que mandei, estou aqui em frente casa dela, a luz do que acho que seja seu quarto está acessa a algum tempo. Queria poder estar com ela agora, não consigo esquecer a mensagem de Guilhermo, o fato de outro homem poder tocá-la me enche de ódio, ninguém devia ousar mexer no que é meu. - Estou tão distraído que não percebi um taxi parando em sua porta. Para onde ela poderia ir a essa hora?

A vi saindo de casa, ela estava a própria personificação do caos, onde ela ia vestida daquele jeito, aquele vestido preto estava mostrando todas suas curvas, sua bunda estava mais destacada que o normal, seu batom vermelho deixava sua boca em evidência, porra Lilith onde você pensa que vai assim.

Sigo seu taxi a uma distância segura, a vejo descer em frente a uma boate. - Uma boate? Porque ela está em um lugar assim, vestida desse jeito? Porra ela nem entrou nessa merda e já tem uns babacas a olhando como se ela fosse a melhor carne do açougue.

Preciso me controlar, mas nem fodendo vou deixá-la ficar lá dentro sozinha. Sério eu pensei que os babacas lá de fora fossem meu único problema esta noite, eu não podia estar mais enganado. - Assim que entro naquele pardieiro vejo meu Peccato com aquele idiota do trabalho dela e outras pessoas, ela parece até feliz para alguém que foi ameaçada e largada em um quarto de hotel.

A vejo beber um drink atras do outro, por que ela está agindo assim? - Não estava preparado para vê-la ir até a pista de dança, implorei mentalmente para Lilith não começar a dançar ali, o que infelizmente não adiantou já que ela começou a dançar, seus movimentos eram sensuais, ela estava divinamente linda. - Porém o resto da minha paciência foi tirada de mim quando vi um homem se aproximar dela, segurando-a pela cintura, por que ela não o afasta? Por que ela está se esfregando nele? - NÃO NÃO NÃO ela simplesmente o deixou a beijar, porra eu não signifiquei nada?

Você passou dos limites Abutrizinho, vou te mostrar o que acontece quando brincam comigo. Vou te apresentar o mais profundo inferno.

Vou ter que colocar meu plano em prática mais cedo do que imaginei. - Vou até meu carro pegar o clorofórmio, eu realmente não queria ter que usar isso em você Lilith, mas seus atos não me deram outra escolha. - Vejo ela nos fundos da boate, por sorte deixei meu carro estaciono perto dali e graças aos céus não tem muita movimentação, como sempre ela está distraída, isso vai facilitar muito meu trabalho.

É admirável sua coragem, mesmo imobilizada tentou lutar, foi em vão? Sim foi, porém, admirável de se ver. A deixei no carro, sei que ela não vai acordar tão cedo, agora preciso ensinar a um certo alguém o que acontece quando se toca na mulher de outro homem.